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Governo mudou a noção de combate à corrupção
Brasília, 12/6/2007 O Governo Lula mudou a história do combate à corrupção no Brasil. Até recentemente, a corrupção era vista como um problema histórico/cultural, considerado endêmico, que não adiantava combater. O atual governo mudou essa concepção e tem clareza absoluta da força e da complexidade do inimigo, que vem sendo combatido em várias frentes.
Foto: Antonio Cunha/Divulgação.
A definição é do ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União CGU -, durante entrevista coletiva concedida hoje, véspera de abertura do Seminário Brasil-Europa de Prevenção da Corrupção, que começa às 9h, no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), na Avenida W-5 Sul, quadra 902, Bloco C.
Segundo Hage, o noticiário publicado recentemente pela imprensa, sobre as diversas operações realizadas pela Polícia Federal Navalha, Xeque-Mate, Sanguessuga, entre outras resulta de um trabalho que não é ocasional, mas diuturno, envolvendo os diversos órgãos de controle. O fato novo são as gravações, define Hage.
O seminário é mais um dos instrumentos que a CGU utilizará para fortalecimento da transparência pública das ações governamentais. É uma oportunidade de fazer uma avaliação dos avanços que já se obteve nesse campo nos primeiros quatro anos do Governo Lula e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o futuro, a busca de novas formas e caminhos para os próximos quatro anos, como explicou Ruben Bauer, diretor do Projeto EuroBrasil, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
O encontro resulta desse projeto de cooperação técnica firmado entre o Brasil e a União Européia, que conta com recursos de 4,5 milhões de euros em diversas ações de modernização do Estado. O acordo não usa, em nenhum momento, a palavra corrupção. Mas fala diversas vezes em cidadania, comenta Ruben Bauer. E cidadania pressupõe transparência e participação da sociedade no controle do Estado.
Foto: Antonio Cunha/Divulgação.
Na entrevista coletiva, realizada na Delegação da Comissão Européia, foram apresentados os três especialistas europeus que apresentarão as experiências de seus países França, Suécia e Bulgária nessa área. A corrupção é uma doença. E como toda doença pode ser tratada com prevenção, enfatizou o embaixador João Pacheco, chefe da Delegação da Comissão Européia.
No encontro, que começa amanhã e vai até sexta-feira, o francês Jean Cartier-Bresson, da Universidade de Versailles Saint Quentin abordará controle do Estado; o sueco Fredrik Eriksson falará sobre a promoção da ética como forma de prevenção da corrupção; e o búlgaro Georgi Rupchev abordará o tema da cooperação internacional contra a corrupção. (veja a programação completa).
Fredrik Eriksson é mestre em direito pelo Instituto Raoul Wallenberg da Suécia, advogado especialista em direito administrativo e licitações públicas e diretor da ONG Impact Integrity Management and Programmes for Accountability and Transparency (Gestão da Integridade e Programas para a Responsabilidade e Transparência).
O professor Jean Cartier-Bresson é doutor em economia pela Universidade de Paris XIII, professor de economia pública e de economia do desenvolvimento na Universidade de Versailles e membro do Centro de Economia e Ética para o Ambiente e o Desenvolvimento na mesma universidade.
Georgi Rupchev é mestre em direito pela Universidade de Sofia, Bulgária, e em Direito Internacional pela Universidade Estatal de Moscou de Relações Internacionais. É diretor de Cooperação Internacional e Integração Européia do Ministério da Justiça da República da Bulgária e membro do Grupo de Estados Contra a Corrupção (Greco) do Conselho da Europa.