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Dia Mundial do Coração
Profissional do HUSM explica quais atividades físicas melhoram a saúde cardiovascular
De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças do coração são responsáveis por 30% das mortes no Brasil. Por isso é necessário entender quais os cuidados e prevenções necessárias para cuidar desse órgão vital.
Hoje, 29 de Setembro, comemora-se o Dia Mundial do Coração. A maior associação de cardiologia do mundo, destinada à prevenção, American Heart Association, este ano chama atenção para os oito pilares para a manutenção e alcance da saúde cardiovascular: controle da pressão arterial, controle do colesterol, controle da glicose, controle do peso, realização de exercícios físicos, qualidade da alimentação, parar de fumar, e, mais recentemente, um aspecto fundamental, qualidade do sono (dormir entre sete a oito horas por noite, sendo que jovens e crianças precisam de um pouco mais de sono).
A profissional de educação física Josi Mara Saraiva de Oliveira, do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), nos traz algumas dicas de como cuidar do órgão mais importante do nosso corpo.
Do ponto de vista da saúde física, quais as principais atitudes no dia a dia para melhorar a saúde cardíaca?
Para melhorar a saúde cardíaca no dia a dia é importante adotar um estilo de vida saudável. Como exemplo, pode-se citar: alimentação equilibrada, controle do peso e do estresse, evitar o tabagismo e o consumo de álcool em excesso, dormir bem, manter a hidratação, realizar exames de rotina frequentemente e fazer exercícios físicos regularmente.
Segundo a American Heart Association, a atividade física pode ser tão eficaz quanto as intervenções medicamentosas em uma variedade de condições, incluindo as doenças cardiovasculares. Sendo assim, uma importante atitude a ser tomada é encarar o exercício físico como um remédio, onde cada sessão realizada equivale a uma dose.
Uma dose de exercício físico vai atuar beneficamente tanto na prevenção, quanto no tratamento de doenças cardiovasculares, porém, vale lembrar que ele atua também em vários outros órgãos e condições do nosso corpo, por isso, é muito importante que um programa de exercícios físicos seja prescrito e acompanhado por um Profissional de Educação Física.
Qual a quantidade ideal de atividade física?
Do ponto de vista da atividade física, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes da atividade física para a população brasileira recomendam que adultos devem praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana para serem considerados indivíduos ativos.
No entanto, mesmo que não se atinja esta recomendação, existem muitas pesquisas recentes que evidenciam benefícios para a saúde em tempos menores. Portanto, “todo movimento conta”! Ainda que seja realizado por apenas 10 minutos.
Quais os melhores exercícios para a saúde cardíaca?
As diretrizes da atividade física e do exercício para pessoas com doenças cardiovasculares preconizam a realização de exercícios físicos aeróbicos e de fortalecimento muscular na maioria dos dias da semana, sendo que para indivíduos idosos deve-se acrescentar ainda exercícios de equilíbrio. Dentre as atividades, corrida, ciclismo, natação, musculação, treinamento funcional ou multicomponente, pilates ou qualquer outra atividade que aumente a frequência cardíaca, podem ser ótimas opções.
Para quem já possui alguma doença cardiovascular, um mito bem frequente é a indicação de apenas exercícios aeróbicos. Atualmente, sabe-se que o fortalecimento muscular está intimamente ligado a benefícios metabólicos e cardiovasculares e que a perda de massa muscular está associada ao aumento desta condição e a mortalidade por todas as causas.
Independentemente do tipo, o melhor exercício é aquele que você faz! E se você faz, terá melhores resultados do que aquele que é mais indicado, mas você já pensa em desistir na primeira semana. O desafio é encontrar alternativas que te trazem prazer e motivação ou, para quem não gosta de “mesmice”, variar os estímulos com atividades diferentes durante a semana.
O que evitar para ter uma melhor saúde do coração?
Para diminuir o risco de doenças cardiovasculares, evite ao máximo o comportamento sedentário. Passar longos períodos sentado ou deitado aumentam as chances de um evento cardíaco, mesmo se você é um indivíduo considerado ativo. Além disso, cuide das suas emoções, pois, dependendo do seu estado emocional, o corpo reage com uma cascata química capaz de alterar todo o seu funcionamento.
Nesse sentido, durante o exercício físico são liberados hormônios capazes de aumentar a sensação de prazer, motivação e felicidade, emoções que estão no topo da escala de frequência vibracional. Sendo assim, para aqueles mais adeptos à espiritualidade e às terapias complementares em saúde, experimente meditar após uma sessão de exercício físico e sinta a magia acontecer!
Para uma pessoa que não tem tempo para “malhar”, correr, quais dicas você pode dar? Por exemplo, usar escadas no trabalho, parar o carro mais longe ir caminhando...
Todo movimento conta! Sendo assim, fazer alguma coisa pode ser muito mais eficaz do que não fazer nada. Subir escadas ao invés de utilizar o elevador, realizar algumas flexões ou agachamentos, brincar com as crianças, propor desafios familiares durante os intervalos da TV ou de algum filme, passear com o cachorro, fazer jardinagem... tudo conta. Se você possui pouco tempo disponível no seu dia e não dispõe de 40 minutos ou uma hora para realizar exercícios físicos, comece por tempos mais curtos e que podem até mesmo ser divididos em pequenos blocos ao longo do dia como cinco, dez ou 15 minutos.
O importante é não ficar parado e a chave para o sucesso em se exercitar é a constância. Por isso, comece a fazer um pouquinho a cada dia para desenvolver o hábito e com o tempo você pode ir construindo mais espaços na sua agenda para aumentar o período de exercício.
Rede Ebserh
O Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.