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Notícias
SAÚDE SEXUAL
A conscientização é chave para escolhas responsáveis na adolescência.
Santa Maria (RS) - A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela Lei n.º 13.798/2019 e é realizada anualmente de 1º a 8 de fevereiro. Em 2025, o tema é “Prevenção da gravidez na adolescência, promovendo a saúde e garantindo direitos”. A iniciativa busca conscientizar jovens e suas famílias sobre os impactos da gravidez precoce e promover reflexões sobre escolhas e responsabilidades. Nesse contexto, o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece atendimento especializado para adolescentes, promovendo cuidado integral e ações de educação em saúde. Confira.
A adolescência, fase de transição da infância para a vida adulta, é um período de descobertas e transformações, repleto de emoções, relacionamentos e o despertar da sexualidade, mas também exige atenção. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gravidez na adolescência, especialmente entre meninas de 10 a 15 anos, representa um desafio de saúde pública, com riscos físicos e emocionais. Dados preliminares do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) indicam que, em 2024, foram registrados 172.857 nascimentos de filhos de meninas entre 8 e 19 anos no Brasil, evidenciando a urgência de ações efetivas para enfrentar essa questão.
Dentre os serviços oferecidos no HUSM, estão o Ambulatório de Gestação de Alto Risco, Ambulatório de Ginecologia, Ambulatório de Mastologia, Pronto Socorro Obstétrico, Alojamento conjunto, internação pré e pós cirúrgica de Ginecologia e Mastologia, além de cirurgias de ginecologia e mastologia. O acesso das pacientes de ginecologia, mastologia e obstétricas é possível por meio de encaminhamento das adolescentes via Sistema de Gerenciamento de Consultas (GERCON) e Gerenciamento de Internações Hospitalares (Gerint). Já o pronto socorro está disponível para o acesso de forma direta.
A prevenção da gravidez na adolescência é um tema que exige a colaboração de diversos setores da sociedade, incluindo famílias, escolas, profissionais de saúde e o poder público.
Segundo a enfermeira chefe da Unidade de Saúde da Mulher do Hospital, Jacqueline Quadros, esta temática “exige esforços de vários setores públicos responsáveis, como também, precisa do envolvimento da sociedade civil". A enfermeira afirma que uma das principais estratégias para prevenção da gravidez na adolescência “É a educação em saúde, sendo necessário que os serviços estejam preparados para acolher e realizar ações informativas no intuito de transformar hábitos de vida, para tomada de decisões responsáveis e a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis”.
Os principais fatores que contribuem para o aumento da gravidez na adolescência estão relacionados a questões sociais e culturais. Muitas vezes, observa-se que mães adolescentes acabam criando futuras mães adolescentes, refletindo a perpetuação de uma cultura e a falta de educação sexual adequada.
Além disso, complicações de saúde também afetam as adolescentes durante a gestação, como hipertensão arterial crônica, diabetes mellitus gestacional, baixo peso e sífilis. Essas condições podem agravar os desafios enfrentados pelas jovens mães.
A educação sexual, tanto nas escolas quanto em casa, é uma ferramenta essencial para conscientizar os adolescentes sobre os riscos e responsabilidades relacionados à maternidade precoce. A prevenção deve ser encarada como um esforço coletivo que envolve diálogo aberto, acesso à informação e suporte adequado para jovens e suas famílias.
Nesse período, é importante que os adolescentes recebam orientações claras e acolhedoras sobre a importância de prevenir a gravidez precoce, que pode trazer impactos significativos, como interferências nos estudos, dificuldades para alcançar objetivos pessoais e desafios no convívio social.
Para isso, o uso de métodos seguros de contracepção é fundamental. Além de prevenir a gravidez, a camisinha também desempenha um papel indispensável na proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Também é recomendado buscar o acompanhamento de um ginecologista antes de iniciar a vida sexual. Esse profissional pode oferecer orientações personalizadas e tirar todas as dúvidas, ajudando a tomar decisões conscientes e informadas.
Segundo Jacqueline, “a gravidez na adolescência pode trazer desafios físicos, emocionais e socioeconômicos, tornando essencial a busca por atendimento especializado. O acompanhamento médico adequado garante orientações sobre saúde materna, planejamento familiar e suporte psicológico, ajudando a adolescente a tomar decisões informadas e seguras para o seu futuro e o do bebê”.
Os adolescentes precisam ter acesso a informações completas e detalhadas sobre os diferentes métodos anticoncepcionais disponíveis. Entre eles, destacam-se as opções reversíveis de longa duração, como o implante subcutâneo de etonogestrel e o DIU hormonal, que são eficazes e discretos.
Cabe salientar que estes métodos são eficazes e modernos para o planejamento reprodutivo. O implante libera progesterona por até três anos, sendo seguro e sem riscos de trombose ou ganho de peso, podendo ser utilizado por jovens antes da primeira relação sexual. Já o DIU hormonal, inserido no útero, dura cinco anos, além de prevenir a gravidez, e pode reduzir ou até interromper o fluxo menstrual, mas só pode ser usado por mulheres que já tiveram atividade sexual. Ambos não apresentam risco de trombose.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 47 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires, com colaboração de Henrique Falkembach, estagiário de Jornalismo da Unidade de Comunicação do HUSM e revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh