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Campanha
Brasil é o 2º país com maior índice de casos da doença, segundo o Ministério da Saúde (MS)
No Brasil, a Lei nº 12.135/2009 instituiu o último domingo do mês de janeiro como Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e, desde 2016, por iniciativa do Ministério da Saúde, o mês de janeiro ganha a cor roxa para organizar ações nacionais de conscientização e prevenção contra a doença que, ainda cercada de preconceitos, tem cura e é tratada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com André Costa Beber, dermatologista do Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a hanseníase é uma doença infecciosa crônica da pele e dos nervos periféricos, causada pelo Mycobacterium leprae, um microrganismo transmitido pela respiração:
“O contágio ocorre somente quando a pessoa tem um convívio muito próximo com um doente, geralmente familiar, ou em aglomerados urbanos e institucionalizados”, assinala o médico. “Os sintomas que devem gerar preocupação são manchas na pele, com perda da cor e diminuição da sensibilidade. Falo sobre áreas da pele que a pessoa machuca ou queima a não sente dor, e isso é mais evidente nas mãos, nos braços, nas pernas e nos pés, mas pode ocorrer em qualquer área da pele”, completa.
O tempo entre o contágio e o surgimento dos sintomas é longo e pode variar de três a sete anos, com relatos de períodos de incubação ainda maiores. Um ponto importante
a ser observado é que, quando a doença é tratada, para de ser transmitida, então não é preciso isolar o paciente. Já sem tratamento, ou em casos de diagnóstico tardio, a hanseníase gera sequelas que podem ser permanentes, incluindo deformidades, perda irreversível de sensibilidade nos membros, danos neurológicos e até amputações.
Atualmente, o tratamento disponível é a poliquimioterapia (PQT), que combina três antibióticos: rifampicina, clofazimina e dapsona. O esquema terapêutico é oferecido gratuitamente pelo SUS e está disponível no HUSM-UFSM que, como uma Unidade de Atendimento à Saúde de nível terciário, se dedica ao diagnóstico de casos graves e manejo de complicações.
Dados do último boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 22.773 novos casos de hanseníase foram diagnosticados no Brasil em 2023, um aumento de 4% em comparação com o ano anterior.
Novamente segundo André Beber, a doença tem uma prevalência menor no Rio Grande do Sul (RS) em comparação com outros estados brasileiros: “O tratamento é tão eficaz que, nos últimos 30 anos, os números da doença no Rio Grande do Sul diminuíram para níveis muito baixos”, observa. “Com isso, o índice de suspeição também recuou, logo, pouco se fala e pouco se pensa sobre hanseníase. Por isso, a importância da campanha do ‘Janeiro Roxo’, para alertar sobre a doença, que ainda existe, enfatizando a importância do diagnóstico precoce para minimizar as sequelas, e do tratamento gratuito e disponível a todos”, finaliza o médico.
Rede Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.