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ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
HUSM-UFSM zera fila de espera para procedimentos cardíacos de alta complexidade, na modalidade marca-passo
Santa Maria (RS) – O Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), alcançou um marco importante ao zerar a fila de espera para a colocação de marca-passos, no final do ano de 2023. Essa conquista possibilitou que o Hospital venha a participar do Programa Nacional de Redução de Filas ao longo de 2024. O HUSM é referência para atendimentos de urgência/emergência da Macrorregião de Saúde Centro-Oeste do Rio Grande do Sul, sendo habilitado como Unidade de Alta Complexidade Cardiovascular.
A equipe de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular do Hospital foi responsável pela realização de 107 procedimentos, dentre implantes de marca-passo e trocas de gerador de marca-passo, sendo 57 provenientes do Pronto Socorro e 50 eletivos. Todos os procedimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e contaram com o trabalho conjunto de uma equipe interdisciplinar, incluindo a coordenação da médica cardiologista eletrofisiologista, Carolina Pelzer Sussembach; a chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular, Laura Quoos Dotto; a equipe do Núcleo Interno de Regulação, sob orientação da enfermeira Carla Simone Palmeira; o Centro Cirúrgico; a Farmácia de Materiais, entre outras equipes.
O marca-passo cardíaco, explica a médica Carolina, é utilizado para tratar as alterações nos batimentos do coração, principalmente relacionadas à bradicardia (ritmo cardíaco irregular ou lento). Segundo a especialista, “O dispositivo consiste em um gerador de impulsos elétricos e eletrodos (ventricular ou atrial e ventricular). Ele funciona monitorando os batimentos cardíacos e estimulando o coração conforme a necessidade e programação do dispositivo”.
Indicado para casos de bloqueios atrioventriculares avançados (quando o coração pode bater de forma lenta, irregular ou das duas formas), doença do nodo sinusal (anormalidade no marca-passo natural do coração que causa uma redução da frequência cardíaca), fibrilação atrial com baixa resposta ventricular e cardiomiopatia hipertrófica (quando o miocárdio aumenta de tamanho), entre outros. O procedimento de implante do marca-passo consiste em colocar eletrodos através de veias que chegam ao coração (átrio direito e ventrículo direito) e implantar o gerador de impulsos entre o peitoral e o ombro (sulco deltopeitoral). “A cirurgia dura em torno de uma hora e apresenta baixa taxa de complicações”, salienta.
A conquista do HUSM faz parte de um processo contínuo de qualificação e melhoria no processo de gestão, com ações conjuntas multidisciplinares e interligadas. Dentre as medidas adotadas estão a ampla divulgação sobre a necessidade de solicitação de materiais previamente, compartilhamento da Lista de Espera Cirúrgica junto ao Gestor Estadual, padronização do Modelo de programação mensal, organização de mutirões de cirurgia em dias não úteis, monitoramento dos índices de suspensão de cirurgias por especialidade, revisão das listas de espera cirúrgica, aperfeiçoamento do sistema utilizado no HUSM, mutirões de consultas ambulatoriais e capacitações junto às especialidades cirúrgicas.
Com 380 leitos disponíveis para internação e atendimento em diversas especialidades assistenciais, “o HUSM desempenha um papel fundamental na assistência ao SUS, sendo referência para pacientes terciários de alta complexidade na região centro-oeste do Estado do Rio Grande do Sul”, salienta Laura. Além disso, o Hospital está inserido nas políticas do Ministério da Saúde, como a Política Nacional de Humanização (PNH), as Redes Cegonha e de Urgência e Emergência, e é referência para a Macrorregião de Saúde Centro-Oeste do Rio Grande do Sul em diversas especialidades.
Implantação e manutenção de marca-passo
No Rio Grande do Sul, 18 hospitais realizam a cirurgia para implantar o dispositivo ou substituir a bateria. O SUS oferece cobertura para procedimentos relacionados ao marca-passo, porém é necessário passar por avaliação médica para determinar a necessidade do dispositivo. Após a cirurgia, o paciente pode retomar suas atividades habituais após 30 dias. Além disso, é importante que os portadores de marca-passo estejam cientes dos cuidados necessários em diferentes ambientes. Por exemplo, no ambiente doméstico, aparelhos eletrônicos como micro-ondas, colchões magnéticos e aparelhos sonoros dotados de ímãs potentes podem interferir no funcionamento do dispositivo. Para garantir o bom funcionamento, o marca-passo depende de uma bateria com duração média de 10 anos, sendo necessário trocá-la pelo menos seis meses antes do prazo terminar.
Sobre a Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh