HUSM-UFSM sedia o 3º Seminário Regional de Saúde da Pessoa Idosa e Redes de Atenção à Saúde

SANTA MARIA (RS) — Nos dias 12 e 13 de novembro, o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM) foi palco do 3º Seminário Regional de Saúde da Pessoa Idosa e Redes de Atenção à Saúde, promovido pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul (4ª CRS). Realizado no auditório Gulerpe, o evento reuniu mais de 200 participantes, incluindo profissionais da saúde, estudantes de graduação e pós-graduação, tutores e preceptores, que buscam aprimorar seu conhecimento sobre cuidados à população idosa e doenças crônicas.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de idosos na população do Rio Grande do Sul, praticamente, duplicou entre 2000 e 2023. Em 2000, os idosos representavam 10,6% da população gaúcha, enquanto em 2023 esse percentual subiu para 20,15%. Esse aumento torna o RS o estado mais idoso do país, com 2,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Neste cenário, é preciso estar atento à oferta de serviços de saúde pública às pessoas idosas.

Por isso, durante o evento, especialistas da área abordaram temas cruciais sobre saúde do idoso e políticas de atenção integral, focando nas melhores práticas e nas estratégias para promover uma vida saudável e ativa para essa população. Palestras e mesas redondas sobre prevenção de doenças crônicas, promoção da qualidade de vida e o fortalecimento das redes de atendimento à saúde, ocorreram manhã e tarde.

Patricia Matos Almeida, enfermeira da 4ª CRS e coordenadora das políticas de doenças crônicas e saúde da pessoa idosa na Região Central, foi uma das organizadoras do evento e enfatizou a importância de sediá-lo no HUSM. “Este seminário visa qualificar não apenas os profissionais de atenção primária e ambulatorial, mas também professores, estudantes, tutores e coordenadores dos cursos da nossa região nos temas voltados para gerontologia e doenças crônicas”, disse Patrícia.

A coordenadora também ressaltou a importância do HUSM como um centro formador de profissionais qualificados para o Sistema Único de Saúde (SUS), “A ideia de organizar o evento aqui, se deu pelo fato de o HUSM ser um grande parceiro da 4ª CRS. E também pela simbologia que tem o nosso Hospital Universitário na região. É o hospital formador, que além de ter uma equipe extremamente qualificada, forma novos recursos humanos para o SUS” explica a organizadora.

O evento contou ainda com a colaboração e organização da Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES), entidade que promove a colaboração entre ensino e atendimento em saúde e que tem no HUSM um de seus principais parceiros. Composta por representantes da atenção à saúde, gestão, ensino e controle social, a CIES é uma plataforma de diálogo e cooperação que visa alinhar a formação de profissionais às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O HUSM, por meio de sua Unidade de Desenvolvimento de Pessoal (UDP), reforça essa integração, contribuindo para a qualificação contínua dos profissionais da saúde.

“A integração com a CIES amplia o impacto do seminário, fortalece o diálogo entre ensino e serviço, e garante que o evento sirva como um ponto de atualização e troca de conhecimento entre as diferentes áreas da saúde”, explicou Mirna Moreira, responsável pela Política de Educação Permanente em Saúde Coletiva e pela Política de Humanização da 4ªCRS.

O HUSM é referência no cuidado com a pessoa idosa

Desde 2023, o HUSM-UFSM tem se destacado como uma referência na Região Centro-Oeste do Estado no atendimento especializado à população com mais de 60 anos. Implantou Linha do Cuidado à Pessoa Idosa, - um modelo de atendimento diferenciado e completo, que acompanha o paciente desde a entrada no pronto-socorro até a alta hospitalar, e o encaminhamento para os Serviços de Atenção Primária (secretaria municipal de saúde). Em média, cerca de 390 idosos passam mensalmente pelo hospital, onde são triados e recebem atendimento especializado, conforme seu grau de fragilidade.

Anna Ourique, chefe da Unidade de Atenção Domiciliar e Cuidados Paliativos (onde está inserido o serviço de Geriatria do HUSM) explica que a Linha de Cuidado permite um olhar integral e diferenciado para o paciente. “O paciente recebe um atendimento personalizado, desde a entrada no pronto-socorro, onde ele passa por uma triagem baseada na escala de fragilidade. A partir daí, determinamos se ele é robusto, pré-frágil ou frágil, e cada um desses perfis recebe um atendimento específico”, relata Anna.

A classificação é feita por meio de um questionário de 20 perguntas que irá identificar o índice de vulnerabilidade clínico-funcional do paciente. Se considerado robusto, o hospital realiza o tratamento necessário e o encaminha para acompanhamento na Rede de Atenção Primária (município). Idosos classificados como pré-frágeis ou frágeis recebem acompanhamento direto da equipe de Geriatria do HUSM, que pode mobilizar outros especialistas, conforme a necessidade do paciente.

Anna destaca que a linha de cuidado é fundamental para garantir que os pacientes recebam o suporte ideal, evitando a progressão da fragilidade durante a internação. “Se o idoso já é pré-frágil ou frágil, adotamos maiores cuidados para evitar complicações e não agravar seu estado de saúde durante a hospitalização”, comenta. Ela acrescenta que o atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, que colaboram para um cuidado integral e humanizado.

Além do cuidado durante a internação, o HUSM mantém um ambulatório especializado em Geriatria, que oferece acompanhamento aos idosos após a alta.  O atendimento é estruturado para assegurar que o paciente tenha uma trajetória assistencial contínua, com transições cuidadosas entre os diferentes níveis de atenção, até que esteja estável e possa ser acompanhado pela Atenção Primária (Unidade Básica de Saúde).

Sobre a Ebserh

O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados à universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por Ana Luiza Dutra, estagiária do Curso de Jornalismo da URC 16