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Projeto Pedagógico
Crianças internadas no HUSM têm acompanhamento de Pedagogas e Educadoras Especiais
Afastar a criança de casa, do quarto, dos brinquedos, não é tarefa fácil. Menos ainda quando ela precisa ficar internada no hospital para tratamento médico. A ideia, na maioria das vezes, não é bem-vinda por delas.
Ciente disso, a pedagoga Jane Schumacher decidiu dar continuidade a um projeto pedagógico de acompanhamento lúdico/educacional às crianças em atendimento ambulatorial (consultas) e internadas no HUSM. A iniciativa, coordenada por Jane, conta com 16 acadêmicas voluntárias dos cursos de Pedagogia e Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria.
O acompanhamento pedagógico reiniciou no Centro de Tratamento para Crianças e Adolescentes com Câncer (CTcriac), em 2018, – após a aposentadoria da Pedagoga Leodi Meireles Ortiz. Porém, durante o período da pandemia, as atividades foram suspensas e retomadas esse ano.
Com o retorno do projeto, agora de forma mais ampla, as atividades oferecem diversas oportunidades tanto para as crianças, quanto para os educadores, que encontram no hospital mais um campo de práticas, como afirma Jane:
“Através do curso de Pedagogia, as alunas são formadas para trabalhar na Educação Infantil e Anos Iniciais, então surgiu essa ideia de elas terem essas vivências no HUSM, com essas crianças que também estão frequentando a escola. É dar continuidade, no espaço hospitalar, às atividades que elas desenvolvem no seu cotidiano, em casa e em sala de aula.”
O trabalho consiste em planejar afazeres para cerca de 20 crianças, conforme a faixa etária e grau de ensino. Atividades como leitura, dobradura, pintura e cálculos são realizadas no período onde há o maior fluxo de atendimentos, - de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 15h30 até as 18h. Lembrando que elas também são realizadas, no turno da manhã, na Turma do Ique - espaço de consultas e convivência para crianças que já receberam alta hospitalar e que seguem em tratamento contra o câncer.
Os pequenos são recebidos em um local decorado para eles, com pinturas na parede, diversos jogos intuitivos e também uma televisão projetando conteúdo. Segundo a professora Jane, os pais reconhecem a importância do projeto e elogiam o trabalho da equipe, afirmando que as atividades evitam de a criança “desanimar durante a internação”. O feedback positivo também chega através da equipe médica e assistencial.
Dieniffer Ferrão, bolsista do Observatório de Direitos Humanos e acadêmica do curso de Pedagogia, acredita que essas atividades também servem como “passatempo” para os pacientes.
“Aqui no ambulatório, a gente ajuda a criança na questão de passar o tempo mesmo. Muitas vezes, elas chegam as 7h e tem que esperar toda tarde, até a chegada do transporte, pois são de outra cidade. Então organizamos jogos, desenhos, pinturas, com o intuito de transformar o ambiente do hospital em algo menos maçante para eles”. Explica Dieniffer.
Marlá Veiga Eggres, que cursa 1º semestre de Pedagogia e é voluntária no projeto, destaca que a importância da iniciativa para ela, é de conseguir colocar em prática o que é ensinado no curso em outros ambientes: “Não é algo somente no ambiente escolar. Achei importante participar do projeto, pois é outro cenário que a Pedagogia está nos proporcionando em praticá-la em outros lugares, como aqui no ambulatório.
Texto e fotos: Bruno Lorenzi, estagiário do Curso de Jornalismo da Unidade de Comunicação do HUSM.