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Relatos de quem cuida
“A hemoterapia é uma atividade que exige capacitação permanente e o HU é o local ideal para esta formação”
Meu nome é Andrea Thives de Carvalho Hoepers, natural de Lages, moro em Florianópolis desde 81. Sou médica formada pela UFSC, especialista em pediatra com área de atuação em hematologista e hemoterapeuta, estou no HU desde 98, quando fiz o concurso, sendo designada para o banco de sangue, para atuar no suporte hemoterápico para pacientes atendidos no HU.
Até 2018, uma das atividades era a doação de sangue, mas esta atividade foi centralizada no HEMOSC e a Unidade de Hemoterapia do HU ficou exclusivamente como agência transfusional, laboratório de imunohematologia e ambulatório transfusional. No ambulatório realizamos não só transfusões de hemocomponentes como também sangrias terapêuticas e infusão de ferro intravenoso. A agência transfusional e a imunohematologia são responsáveis pela preparação e liberação de sangue, inclusive para a transfusão intrauterina e exsanguineotransfusão de recém-nascidos.
Hoje, atuo ainda como coordenadora médica da Unidade de Hemoterapia, onde faço parte de uma equipe de médicos, enfermeiros, bioquímicos, biomédico, técnicos de enfermagem e de laboratório. Por ser pediatra, outra atividade que muito me alegra é poder contribuir com os colegas pediatras na avaliação e conduta de crianças com alterações hematológicas internadas na Unidade de Pediatria, na UTI Neonatal ou no ambulatório de pediatria.
Voltando a falar da hemoterapia, esta é uma terapêutica fundamental, pois não existe até o momento, um substituto ao sangue e seus componentes. Procuramos utilizar protocolos de transfusão efetivos, mais restritivos e de maior segurança, assim como o emprego do chamado Patient Blood Management (PBM), ou seja, o manejo de pacientes que necessitam de transfusão, otimizando seu uso e buscando alternativas.
Poucas pessoas têm o entendimento de que o sangue é o órgão mais transplantado no mundo – pois quando falamos de transfusão estamos falando de um transplante de células. Como outros transplantes, os estudos atuais comprovam que seu uso deve ser muito criterioso. É necessário um trabalho contínuo de educação, que exige formação e capacitação permanentes e o HU é um local de grande importância na formação de uma equipe especializada como a nossa da Unidade de Hemoterapia.
Andrea Thives de Carvalho Hoepers, hemoterapêuta do HU-UFSC/Ebserh.