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Paternidade ativa: estímulo ao envolvimento dos homens no cuidado dos filhos
A presença constante e proativa na rotina de cuidados com os filhos não é mais demanda exclusiva das mulheres. Homens, cada vez mais, cuidam da casa e dos filhos e entendem que esta ligação deve ir além do sustento financeiro. Esse olhar contemporâneo compõe o conceito de paternidade ativa, em que os homens se envolvem e se expressam e sabem que além de cuidar, eles também podem amar e sentir.
Em vários hospitais e maternidades da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) com assistência 100% via SUS, o trabalho desenvolvido para a valorização do papel do pai é um importante elemento para o fortalecimento de vínculos.
No Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/EBSERH) acontece mensalmente a visita guiada, para que os homens também se familiarizem com o ambiente hospitalar em que seu filho irá nascer. “Nesse momento eles também entendem mais também sobre as normas, os fluxos da instituição e esclarecemos dúvidas”, comenta Gisele Perin Guimaraes, enfermeira do HU-UFSC.
No ambulatório de gestação de alto risco do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM/ EBSERH) a participação do pai é incentivada nas consultas de pré-natal de alto risco, colaborando para adesão às consultas de pré-natal e tratamentos. Outra estratégia utilizada pela equipe multiprofissional do HUSM-UFSM é o convite para participação em grupos de orientação/trocas de experiência, promovidos durante a internação no alojamento conjunto duas vezes na semana.
“Isso favorece um maior vínculo paterno, proporcionando também, ao pai condições de entender as mudanças que acontecem no período gravídico puerperal”, destaca a enfermeira do HUSM-UFSM, Jacqueline Quadros.
O casal, Kleber e Nayara, são funcionários do HU-UFGD/ EBSERH. Ele técnico de enfermagem e instrumentador cirúrgico e ela enfermeira da maternidade. Atualmente, eles são pais de Pedro, de 1 ano e meio.
Durante toda a gravidez da esposa, Kleber esteve presente e a encorajou. “Eu estava muito feliz e preocupado, tudo ao mesmo tempo. Era meu momento como pai... E como um pai e esposo que zela pela saúde dos seus, eu tinha medo de alguma consequência. Tinha também o fato de eu ser da área da saúde, eu sabia que se o bebê não estivesse bem, minha esposa também não estaria bem. Hoje eu tenho as duas coisas mais maravilhosas do mundo”, afirma Kleber.
Nayara Andrade teve síndrome HELLP e precisou passar por uma cesárea de urgência, então Pedro nasceu com 34 semanas. “Devido a prematuridade ele
precisou ficar na UTI neonatal por 17 dias. E todos dos dias o Kleber esteve muito presente! Tanto na minha internação, quanto nas visitas da UTI”, afirmou ela.
“Depois tive muita dificuldade com a amamentação - o fator psicológico e abaixa produção de leite me atrapalhou bastante... Precisei de ajuda com consultoria em amamentação e ainda foi preciso mais 2 meses complementando o aleitamento materno através da relactação e meu marido foi fundamental para termos sucesso em todo esse processo: na internação, ele me ajudava com a ordenha e com o estímulo positivo em cada gotinha de leite que saia”, detalha Nayara.
“Foram dias muito difíceis, fazíamos essa relactação a cada 3 horas, inclusive de madrugada, mas conseguimos! Hoje seguimos com a amamentação há 1 ano e 6 meses e isso se deve muito ao apoio e dedicação do Kleber. Vejo orgulhosamente, que ele assumiu o seu papel como pai, desde a gestação e após o nascimento, tanto no hospital quanto em casa... Ele segue com todos os cuidados ao nosso filho, com banho, com fralda, reveza nos cuidados para eu conseguir descansar, tomar banho, comer, enfim, ele se faz presente em tudo, e eu não poderia ter um pai melhor para o nosso filho”, ressalta Nayara.
Alexsander Feitosa, agente de segurança, também acompanhou todas as fases e participou das diversas atividades relativas à gestação e aos preparativos para a chegada do seu filho, Levi, que agora tem 3 meses e nasceu no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG /Ebserh).
“Fomos muito bem assistidos e orientados por profissionais capacitados que realizaram seu trabalho com muito amor e dedicação. Como pai, pude participar de tudo. A experiência foi maravilhosa, a recepção foi ótima, a instalação da minha esposa no quarto, até o momento do parto, foi tudo preparado”, diz Alexsander.
“Minha esposa, Letícia, teve parto normal e poder estar ali naquele momento, oferecendo meu amor, ouvir o choro do meu filho quando nasceu, olhar para minha amada e ver a alegria estampada no seu sorriso em meio ao choro, foi um momento muito especial, agradeço a Deus e ao Hospital das Clínicas como um todo, por tudo de maravilhoso que nos proporcionaram”, completa Alexsander Feitosa.
No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG/EBSERH) os pais de bebês internados na Neonatologia têm entrada liberada 24h. “No alojamento conjunto, o pai pode permanecer em tempo integral. No período do pré-natal, fazemos o pré-natal do parceiro, momento de autocuidado para os homens, prevenindo doenças como hipertensão e diabetes, promovendo confiança para a mulher, diminuindo seus medos e angústias, fortalecendo os vínculos afetivos saudáveis para todos”, afirma Kelly Borgonove, chefe da Unidade de Saúde da Mulher do HC-UFMG.
Na UTI Neonatal do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT/ EBSERH) os pais dos bebês que necessitam de internação também têm livre acesso a UTI. Seja nas consultas ou exames, durante o parto ou no pós-parto, os profissionais da rede EBSERH, buscam diariamente informar a importância do homem em todo o processo.
“De forma geral todos nós profissionais, estamos atentos a isso, como quando, por exemplo, a gente fala sobre os benefícios da amamentação. Se o pai não esteve no pré-natal, mas no dia do parto ele foi, a gente conversa e ensina a colocar o bebê no peito, a ajudar a mãe. Na sala de parto ou no alojamento conjunto reforçamos para que o pai se sinta mais parte, para que ele experiencie e exerça essa presença mais significativa no crescimento e desenvolvimento desse bebê”, pontua a enfermeira, que atua na sala de parto do HUJM-UFMT, Eloisa Kubiszeski.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.