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Março Azul: campanha busca conscientizar população sobre câncer de intestino
Uma verdadeira força-tarefa está mobilizada pela campanha Março Azul 2023 para chamar atenção da população sobre o câncer de intestino, uma doença que atinge 40 mil brasileiros por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Serão 31 dias de informações e ações focadas em esclarecer os fatores de risco e alertar para os sintomas, pois o diagnóstico precoce oferece até 90% de chance de cura da doença.
A força-tarefa é composta por integrantes da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Juntas, unem esforços para alertar a população, pois, com o envelhecimento, estima-se um aumento do número de mortalidade até 2025, sendo o de intestino o terceiro tipo de câncer que mais mata no Brasil, conforme registros do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Atualmente, de acordo com a Sobed, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é da ordem de 4,3%, porém um dado é preocupante: 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.
“O câncer de intestino ou colorretal é um tipo câncer prevenível, porque a gente consegue detectar lesões pré-cancerosas, os pólipos, que são retirados para não evoluir para um câncer”, explica o médico endoscopista, gastroenterologista e atual presidente da Sobed-SC, Cesar Lazzarotto.
A campanha Março Azul é focada no cidadão, mas também visa sensibilizar profissionais da saúde, gestores públicos e tomadores de decisão sobre os riscos relacionados a essa doença e a necessidade de se facilitar o acesso ao diagnóstico e tratamento precoces para reduzir indicadores. Essa meta deve unir o sistema de saúde e entidades de especialidades médicas, com foco na qualidade de vida e saúde da população brasileira.
O câncer de intestino também é conhecido como câncer colorretal, porque engloba os tumores surgidos no intestino grosso - chamado cólon e reto, e localizado no final do intestino - e no ânus. Alguns fatores de risco estão associados à doença, em sua maioria, relacionadas à alimentação, como o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, o baixo consumo de cálcio e a obesidade.
Fumar, consumir bebidas alcoólicas e histórico familiar de câncer, além de ter uma vida sedentária, são fatores de risco que podem contribuir para o aparecimento de tumores. “O histórico familiar também é importante, pois há um fator de risco hereditário, com a predisposição maior de geração de pólipos”, acrescenta o médico endoscopista Gabriel Corbetta Régis.
Alguns sinais precisam ser observados, principalmente em homens ou mulheres com mais de 45 anos. Pacientes relatam como sintomas a perda de peso sem mudanças na dieta alimentar, diarreia ou prisão de ventre frequentes, sangue nas fezes, gases ou cólicas, vômitos e náuseas, dores na região anal ou sensação de intestino cheio mesmo após evacuação. Diante dessas situações é recomendável procurar avaliação médica com brevidade.
Dois exames detectam precocemente os tumores
Há dois exames capazes de detectar precocemente os tumores de intestino. O Teste FIT é capaz de apontar sangue nas fezes, mesmo oculto a olho nu. Já a Colonoscopia permite ao médico enxergar o interior do intestino e seu funcionamento. Ao ser diagnosticado com câncer de intestino, o médico poderá recomendar o melhor tratamento para o caso, pois poderá incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia biológica.
“O tratamento indicado depende do tamanho do tumor. Pode ser muito simples, com a retirada de um pólipo, por isso a importância do exame preventivo”, ressalta a médica proctologista Elisa Treptow Marques. Ou seja, quanto mais cedo iniciar o tratamento, maiores as possibilidades de cura.
E mesmo após a cura, é feito um rigoroso acompanhamento com consultas e exames para evitar ou detectar um possível retorno do câncer. O monitoramento é imprescindível para identificar o reaparecimento da doença (recidiva) de forma precoce. Para marcar o mês de conscientização e prevenção ao câncer de intestino, alguns locais em Santa Catarina serão iluminados com a cor azul. Diversas ações de conscientização estão programadas para acontecer em algumas regiões do Estado.
Saiba mais
- O CÂNCER DE INTESTINO ENGLOBA OS TUMORES surgidos na parte do intestino grosso chamada cólon e reto (localizada no final do intestino, antes do ânus) e no ânus;
- O CÂNCER DE INTESTINO É O TERCEIRO que mais mata no País;
Hoje, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é da ordem de 4,3%;
- O DIAGNÓSTICO PRECOCE oferece até 90% de chance de cura;
85% dos casos são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor;
- O CÂNCER DE INTESTINO É MAIS COMUM em homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham casos na família;
- NO BRASIL, o câncer de intestino atinge mais de 40 mil pessoas por ano;
O Instituto Nacional do Câncer estima 45.630 novos casos no Brasil para o triênio de 2023 a 2025;
- SEGUNDO O INCA, o risco estimado é de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 entre homens e 23.660 casos entre mulheres;
- EM 2020, O CÂNCER DE INTESTINO MATOU 20.245 pessoas, ou 9,56 por 100 mil, sendo 9.889 óbitos entre homens (9,55 mortes por 100 mil homens) e 10.356 óbitos entre mulheres (9,57 mortes por 100 mil mulheres).
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