Paciente em cuidados paliativos no HU-Furg realiza passeio à Lagoa dos Patos

Rio Grande (RS) – Sentir o calor suave do sol no rosto, contemplar a imensidão da Lagoa dos Patos, ser envolvido pela brisa que sopra sobre as águas, observar o céu salpicado de nuvens e estar cercado pela família e amigos. Esses momentos pareciam um sonho distante para um paciente de 64 anos em cuidados paliativos no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Na tarde de sábado, 5 de outubro, a primavera gaúcha também floresceu no coração do paciente que, por instantes, pôde se reconectar com a natureza.

Paciente apreciando a Lagoa dos Patos

A ação foi viabilizada pela equipe multidisciplinar da Comissão de Cuidados Paliativos do HU-Furg, que há dois anos oferece atendimento especializado a pacientes com doenças graves, avançadas ou incuráveis. O objetivo é aliviar o sofrimento do paciente e proporcionar melhor qualidade de vida e bem-estar. Além disso, a equipe também oferece suporte à família e aos cuidadores.

A fisioterapeuta Claudiane Bernardi, que acompanha o paciente há cerca de cinco meses, atua nas Unidades Clínicas do HU-Furg e é membro da Comissão, participou ativamente da organização do passeio. Ela expressou gratidão por poder “proporcionar momentos significativos aos pacientes, seja um passeio ou até mesmo uma refeição que apreciem”. E explicou: “Esses cuidados são importantes não apenas no fim da vida, mas podem ser incorporados desde o diagnóstico de uma doença incurável, melhorando o bem-estar do paciente”.

Segundo ela, os cuidados paliativos vão muito além de tratar os sintomas físicos. “Esses cuidados podem e devem ser incorporados desde o momento do diagnóstico de uma condição ou doença incurável. Eles visam aliviar o sofrimento físico, psicológico, social ou espiritual do paciente; prevenir e tratar a dor e outros problemas; oferecer apoio à família para lidar com a doença; além de ajudar o paciente a viver o mais ativamente possível, até o momento da sua morte”. E acrescentou: “Nosso foco é o bem-estar do paciente em todas as fases da doença e não somente na terminalidade”.

Claudiane salientou que o trabalho da equipe multiprofissional, que inclui fi médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e assistentes sociais busca difundir o conhecimento sobre cuidados paliativos entre os profissionais do HU-Furg. O objetivo é expandir o acesso aos cuidados paliativos, permitindo que mais pacientes e suas famílias possam se beneficiar dessa abordagem humanizada e acolhedora.

Humanização no atendimento e a valorização da vida

A ação proporcionou momentos de alívio emocional e conforto

Para técnica em enfermagem da Unidade Clínica Cirúrgica, onde o paciente estava internado, Isadora Duro Borba, o momento foi transformador. Ela relatou: “Estávamos saindo do Hospital pela sombra e, ao sentir o sol no rosto, o paciente fechou os olhos e simplesmente aproveitou aquele instante. Foi um momento emocionante, que nos lembra da importância de valorizar as pequenas coisas da vida”.

Segundo Isadora, “Esse passeio foi a primeira vez que tive contato com o trabalho da Comissão de Cuidados Paliativos aqui no HU e nem sei explicar a gratidão que sinto por ter participado”. Para ela, a ação não apenas trouxe conforto físico, mas também dignidade para o paciente e sua família. “É dar esperança ao paciente, não de um tempo maior de vida, mas de viver bem até o último momento. Para a família também foi muito importante, é um trabalho que requer muita empatia, pois estão em momento de vulnerabilidade”, completou.

Sobre a Ebserh

O HU-Furg faz parte da Rede Ebserh desde julho de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Redação e fotos: Andreia Pires

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh