HU-Furg promove inclusão com entrega abafador de ruídos para funcionária

Rio Grande (RS) – No Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Comissão Biopsicossocial de Avaliação da Pessoa com Deficiência deu início às ações de 2025 com uma ação prática voltada para a inclusão e o bem-estar dos colaboradores. A Comissão realizou a entrega de um abafador de ruídos para uma profissional, após avaliar suas necessidades específicas. A iniciativa reforça o compromisso com a acessibilidade e a valorização das pessoas com deficiência (PCDs) do quadro funcional do Hospital.

O coordenador da Comissão e chefe da Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (USOST), Alan Melo da Silva, explicou que “com base nessa análise, foi identificada a necessidade da aquisição de um protetor auricular — tipo concha para uma colaboradora, devido à sua hipersensibilidade auditiva. A implementação desse recurso visou eliminar barreiras que impactavam suas atividades laborais, promovendo maior conforto, qualidade de vida profissional e bem-estar no ambiente de trabalho”. 

A entrega do equipamento foi realizada na quarta-feira, 12 de fevereiro, na Unidade de Análises Clínicas e Anatomia Patológica (UACAP), local onde a profissional beneficiada exerce suas atividades, realizando análises clínicas. Para o chefe da UACAP, Vinicius Rodrigues Da Silva, “A importância da ação está na adequação de uma empresa pública aos princípios do SUS, visto que se referem a universalidade, integralidade e a equidade”. Essa mudança representa um avanço no contexto da gestão organizacional, como ressaltou Vinicius, “Os princípios do SUS, que eram direcionados exclusivamente aos pacientes, agora estão sendo inseridos em processos administrativos nos ambientes trabalhistas, entendo o perfil de cada trabalhador”.

“Sou autista e alguns estímulos sensoriais afetam o desempenho das minhas funções. Alguns sons contínuos não me incomodam tanto, mas barulhos mais intensos ou conversas ao fundo dificultam minha concentração. No Laboratório, precisamos de uma análise minuciosa para liberar exames importantes, e o abafador me ajuda a manter o foco necessário”, explicou a biomédica Carolina Venker, que recebeu o abafador de ruídos. E destacou, “É importante mostrar que outras pessoas também podem ter acesso a essas adaptações para desempenhar suas atividades”.

A iniciativa é um exemplo de como pequenas mudanças podem gerar grandes impactos. Como salientou Alan, “A Comissão permanece comprometida em promover a acessibilidade, equidade e melhoria contínua para todos os colaboradores com deficiência”. Além disso, segundo Vinícius, “Esse acolhimento administrativo possibilita maior rendimento nas questões técnicas. Essa ação trará um desenvolvimento para a profissional, para a Unidade de lotação e para a Ebserh, por estar se adequando ao cumprimento das necessidades dos seus trabalhadores”.

Inclusão na Rede Ebserh

Em fevereiro de 2024, foram criadas as Comissões Biopsicossociais da Pessoa com Deficiência nos 45 Hospitais Universitários Federais administrados pela Rede Ebserh. As comissões visam promover a inclusão e a acessibilidade no ambiente de trabalho, além de eliminar barreiras que dificultem o desempenho das atividades profissionais de pessoas com deficiência.

Os coordenadores dessas comissões participaram, em abril de 2024, de um curso de capacitação em Brasília. Posteriormente, iniciaram a elaboração de documentos padronizadores para orientar as ações. A Comissão Biopsicossocial da Pessoa com Deficiência está vinculada à Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), na Sede da Ebserh, e à Superintendência de cada hospital. A organização é feita pela USOST.

A Comissão tem como missão fazer o acompanhamento biopsicossocial dos profissionais que se enquadram como PCDs. Os objetivos estão: 

• Identificar e eliminar barreiras ambientais e atitudinais;
• Promover a inclusão e a acessibilidade no ambiente de trabalho;
• Aprimorar a interação dos empregados PCDs com o ambiente laboral;
• Implementar um modelo social inclusivo, garantindo equidade e condições adequadas para o desempenho das atividades profissionais.

Ações no HU-Furg

No HU-Furg, as avaliações começaram no final de 2024. Durante 2025, todos os colaboradores PCDs serão convidados a participar do processo. “Não é necessário solicitar a avaliação, pois a Comissão Biopsicossocial da Pessoa com Deficiência segue um cronograma próprio para realizar as avaliações de forma organizada e sistemática”, explicou a coordenadora suplente da Comissão e psicóloga Hospitalar, Daiane Madeira Gomes.

Durante as avaliações biopsicossociais, são analisados diversos aspectos, como dados pessoais, histórico de saúde, trajetória educacional e profissional, bem como a rotina de atividades diárias. Além disso, são avaliados fatores como mobilidade, acessibilidade, acesso aos serviços de saúde, vida social, interação no ambiente de trabalho e adaptações necessárias para o desempenho das funções.

A Comissão Biopsicossocial de Avaliação da Pessoa com Deficiência continuará acompanhando as ações identificadas durante as avaliações para aprimorar a integração dos empregados PCDs. “Esse acompanhamento considerará as evoluções tecnológicas e as atualizações na legislação para garantir um ambiente de trabalho mais inclusivo e acessível”, salientou o coordenador Alan.

Entre as ações previstas para 2025 estão: 

• Conclusão da avaliação das PCDs do HU-Furg;
• Avaliação dos novos colaboradores PCDs que ingressarem no Hospital;
• Assessoria às chefias das unidades, auxiliando na adaptação de processos e no desenvolvimento de um ambiente de trabalho mais acessível.
• Organização de futuros projetos voltados à inclusão e ao bem-estar dos profissionais PCDs.

Sobre a Ebserh

O HU-Furg faz parte da Rede Ebserh desde julho de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Redação e fotos de Andreia Pires

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh