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Projeto Instituição Amiga da Pessoa Autista é lançado no CHC-UFPR

Projeto Instituição Amiga da Pessoa Autista é lançado no CHC-UFPR
Curitiba (PR) – O Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou na manhã de segunda-feira (10), a solenidade de lançamento do projeto Instituição Amiga da Pessoa Autista. O objetivo é possibilitar conhecimento e formação para que as equipes do Complexo possam oferecer atendimento qualificado e acolhedor a todas as pessoas que estão dentro do espectro autista. O projeto também visa proporcionar um ambiente mais inclusivo, tanto para pacientes, quanto para profissionais.
Dentre as ações do projeto estão a realização do curso de capacitação para atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), por meio de parceria entre a Escola CHC-UFPR, a Organização Neurodiversa pelos Direitos dos Autistas (Onda-AutismoS) e o Instituto ICO. Também será confeccionada no CHC, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), além da entrega do Selo de Instituição Amiga da Pessoa Autista ao Complexo.
De acordo com a superintendente do CHC-UFPR e vice-reitora da UFPR, Camila Girardi Fachin, muitas vezes, as crianças, adolescentes, e adultos com autismo são taxados de pessoas difíceis ou crianças mal-educadas, quando, na verdade, são particularidades inerentes à personalidade deles, e que precisam ser entendidas por isso.
Conforme Camila Fachin, a união de pessoas em prol de um objetivo comum, faz as coisas acontecerem. “Agradeço as secretarias municipal e estadual de saúde, sobretudo, ao reitor Sunye, por trazer essa nova perspectiva para a nossa universidade, que tem portas abertas para a nossa sociedade, para a Prefeitura e o estado do Paraná, porque assim que deve ser a Universidade Pública, pois ela não é de ninguém, é de todos”.
Para a superintendente, esse curso é um cuidado a mais com os trabalhadores do CHC-UFPR, pois é necessário cuidar de quem cuida. “Não podemos cobrar uma coisa sem oferecer oportunidade para que as pessoas possam estar capacitadas para fazer aquela ação. O gerente de Ensino e Pesquisa abraçou essa ideia, como parte das atividades da Escola CHC, e isso mostra que estamos preocupados, não só com a capacidade técnica, mas também com a capacidade humana dos nossos profissionais”, frisou Camila Fachin. Ela finalizou desejando que a comunidade do CHC aproveite esse treinamento e que, a partir dele, possam atender melhor os pacientes com TEA.
Em sua fala, o reitor da UFPR, Marcos Sunye, destacou a importância do Complexo: “O CHC, não pela complexidade, pela referência que ele é, mas a quantidade de desafios que coloca para a UFPR, puxa essa universidade para cima”, disse. Ele evidenciou que a diversidade na UFPR é muito ampla (etária, étnica, econômica) e por ser uma universidade gratuita, as várias classes sociais convivem na instituição. “Essa diversidade é a força da Universidade, então, se a gente quer trabalhar com essas várias diversidades, temos que aprender a lidar com elas, e nesse sentido, o projeto que estão fazendo no CHC é exemplar, e uma referência para toda a universidade”, pontou o reitor.
Para o reitor Sunye, quando é possível treinar as pessoas e dizer como proceder em determinadas situações, muda toda perspectiva e melhora o atendimento.
“O transtorno do espectro autista é uma condição que está afetando milhões de pessoas no Brasil e cada uma delas, possui sua singularidade, traz desafios e formas de interação que são muito distintas e têm que ser valorizadas em uma estrutura como a do Complexo”, enfatizou o gerente de Ensino Pesquisa do CHC-UFPR, Rogério de Fraga.
Para o gerente, no ambiente hospitalar, onde a comunicação, o acolhimento e a previsibilidade, fazem toda a diferença, garantir aos profissionais do CHC-UFPR um melhor preparo para lidar com as particularidades da pessoa com TEA, não é apenas uma necessidade técnica, é um dever ético voltado para os profissionais e as pessoas que procuram o CHC.
“O atendimento inadequado pode gerar estresse, crises e dificuldades, impactando tanto o paciente e sua família, quanto as equipes que trabalham na assistência, assim, é importante capacitar os profissionais para reconhecerem os sinais de TEA e adaptar o que for necessário, para que o atendimento aconteça da melhor maneira. E é exatamente por isso que essa pauta foi incluída no nosso programa, chamado Escola CHC”, concluiu Rogério de Fraga.
O presidente da Onda-AutismoS e servidor da UFPR, Fábio Cordeiro, ressaltou que esse é um momento que vai marcar a história da inclusão na área de atendimento de saúde no Brasil. “Tudo que o CHC faz vira referência, e eu acho que não será diferente com esse projeto, que é o maior que a gente vai fazer dentro da Onda-AutismoS e do Instituto ICO, em relação ao atendimento de pessoas autistas”, disse.
Segundo Fábio Cordeiro, que é uma pessoa autista e pai de autista, as estatísticas internacionais hoje, mostram uma a cada 36 crianças autistas, até oito anos de idade. “Se a gente pegar esse número e trouxer para a realidade brasileira, nós vamos chegar aqui a milhões de pessoas autistas que estão convivendo na sociedade e que, muitas vezes, não têm atendimento humanizado”.
Também estiveram presentes na cerimônia, a gerente Administrativa do CHC-UFPR, Simone Cristiane Sousa; representantes da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, da Câmara de Vereadores de Curitiba, da Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Equidade da UFPR, da Ong ONDA Autismo e Projeto ICO.
Sobre a Ebserh
O CHC-UFPR faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Rosenato Barreto
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
Tags: autismo, transtorno do espectro autista, tea, humanização, saúde, paraná, curitiba, ufpr, chc-ufpr, ebserh,