Projeto Marca: internacionalização e prática de enfermagem no HUGG-Unirio

O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), reforça seu compromisso com a formação acadêmica e a internacionalização ao apoiar o Projeto de Mobilidade Acadêmica Regional para Cursos Acreditados pelo Sistema Arcu-Sul (Projeto Marca). Coordenado pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), o programa promove o intercâmbio entre escolas de enfermagem da América do Sul, proporcionando uma vivência prática e de convivência no sistema de saúde brasileiro para estudantes e docentes estrangeiros. 

Segundo a ex-diretora da EEAP, Cristiane Rodrigues da Rocha, a participação da escola no Projeto Marca foi consolidada em 2013 após um processo de acreditação pelo Sistema Arcu-Sul. “O Marca é um projeto que permite a mobilidade acadêmica de docentes e discentes, e nossa escola passou por uma avaliação rigorosa para poder oferecer essa experiência. Recebemos visitas de avaliadores internacionais e do Inep para comprovarmos a qualidade exigida pelo programa,” explica Cristiane. A acreditação permite que a EEAP ofereça vagas no programa, com ciclos de três anos nos quais, a cada ano, um estudante e um docente estrangeiro participam das atividades acadêmicas e práticas hospitalares no HUGG e em outras instituições de saúde do Rio de Janeiro. 

Para a diretora da EEAP, Taís Cardoso Vernaglia, o Projeto Marca promove uma experiência que enriquece a formação dos profissionais e fortalece a internacionalização da Unirio. “O intercâmbio acadêmico ultrapassa as fronteiras nacionais e projeta nossa comunidade no âmbito internacional, agregando profissionais com vivências internacionais, preparados para atender as exigências de um mundo globalizado,” afirma Taís. Ela explica que o acolhimento dos estudantes é minuciosamente planejado: desde a recepção no aeroporto até o acompanhamento nas disciplinas e na rotina hospitalar, garantindo a melhor experiência possível aos intercambistas. 

O HUGG participa ativamente na adaptação dos estudantes estrangeiros, oferecendo alojamento e suporte nas práticas hospitalares. O gerente de Ensino e Pesquisa do hospital, Daniel Aragão Machado, destaca o valor dessa parceria para ambas as partes. “Os estudantes têm acesso direto às atividades hospitalares e podem vivenciar as características do nosso sistema de saúde, enquanto nós também aprendemos com suas perspectivas e vivências,” afirma Daniel. Ele enfatiza que essa integração, além de ser uma oportunidade de troca, enriquece a prática de enfermagem e a formação dos profissionais envolvidos. 

Troca cultural e os desafios da mobilidade acadêmica 

A mobilidade acadêmica promovida pelo Projeto Marca envolve desafios logísticos e financeiros, especialmente para os estudantes estrangeiros. Cristiane comenta que, embora o programa ofereça uma bolsa de R$ 830, complementada pela Unirio com uma ajuda adicional de R$ 700, esse valor ainda é insuficiente para cobrir os custos de moradia, alimentação e transporte no Rio de Janeiro. “O alojamento no HUGG foi essencial para que esses alunos pudessem permanecer e aproveitar a experiência,” observa Cristiane. Ela acrescenta que melhorias simples, como acesso a internet e um ambiente mais acolhedor, poderiam tornar o espaço ainda mais apropriado para os estudantes. 

Cristiane também ressalta os impactos positivos dessa troca cultural e acadêmica: “Cada estudante que chega traz a sua própria experiência de como a enfermagem é praticada em seu país, e ao mesmo tempo leva consigo conhecimentos sobre o nosso sistema de saúde e práticas de cuidado. Isso amplia a compreensão e o aprendizado de todos.” A presença de docentes estrangeiros também fortalece a cooperação entre as instituições, proporcionando colaborações em ensino, pesquisa e extensão, inclusive em atividades de pós-graduação, o que é valorizado pela Unirio e pelo Ministério da Educação como indicador de internacionalização. 

Com a próxima convocatória do Projeto Marca já em andamento, a EEAP planeja expandir o programa, incluindo novas instituições da Argentina e do Paraguai, para os próximos três anos. A diretora Taís destaca a importância dessa expansão para manter a relevância da escola no cenário internacional: “Queremos que mais estudantes e docentes estrangeiros tenham acesso a essa experiência única e que continuemos fortalecendo os laços entre as universidades de toda a América do Sul,” afirma. 

Sobre a Ebserh  

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.  

Por Felipe Monteiro

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh