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ALÍVIO INOVADOR
Procedimento inédito no SUS é realizado no HUGG para alívio de dor crônica
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou um procedimento inédito no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar uma paciente com dor neuropática refratária. A paciente, de 44 anos, sofria com uma intensa dor palmar causada por uma lesão traumática, e, após passar por múltiplas cirurgias em outros hospitais, encontrou no HUGG uma solução por meio da implantação de um estimulador de nervo periférico, tecnologia moderna já usada em outros países, mas pouco acessível no Brasil devido ao alto custo.
Segundo o chefe da Divisão de Neurocirurgia do hospital, Fernando Guedes, a dor neuropática é um problema de grande complexidade, que muitas vezes não responde aos tratamentos convencionais. “É uma dor que queima, que muitas vezes piora à noite e, no frio, pode se intensificar. A paciente não podia sequer tocar a mão, nem mesmo a roupa sobre a pele era suportável”, explica Guedes. Em muitos casos, a dor é tão intensa que leva os pacientes a considerarem o suicídio.
O procedimento realizado, embora minimamente invasivo, utiliza tecnologia de ponta e foi aplicado pela primeira vez no SUS. Com o uso de ultrassom, o estimulador é implantado no nervo afetado e pode ser ajustado conforme a necessidade do paciente. "O uso desse tipo de tecnologia nos permite oferecer um tratamento que não só reduz a dor, mas também devolve a qualidade de vida ao paciente. Esse ajuste permite uma modulação precisa da dor, que antes era incapacitante. A paciente já está sentindo uma melhora significativa", afirma Guedes. A doação do equipamento por uma empresa estrangeira permitiu a realização do procedimento, que representa um avanço importante no tratamento da dor crônica.
Guedes ressalta, entretanto, que nem todas as lesões requerem esse tipo de intervenção. “Muitas lesões traumáticas, como cortes de vidro ou faca, podem ser resolvidas por microcirurgia. Mas, em casos como o desta paciente, em que a dor persiste por muito tempo e não responde aos tratamentos convencionais, é necessário recorrer a tecnologias mais avançadas”, explica o neurocirurgião.
Além do sucesso clínico, o HUGG busca compartilhar essa inovação com outros profissionais. Segundo Guedes, está sendo organizado um seminário no hospital, em que médicos poderão observar o procedimento e se familiarizar com a tecnologia. “A ideia é que realizemos uma nova cirurgia, que será transmitida ao vivo para os colegas, permitindo que mais profissionais conheçam essa solução e, assim, ampliem o acesso dos pacientes a esse tipo de tratamento”, revela.
A humanização no tratamento é um dos pilares centrais do trabalho no HUGG. Fernando Guedes destaca que é essencial tratar o paciente como um indivíduo e não apenas como uma doença. "Aqui, tratamos o paciente com respeito e dignidade. Ele não é apenas 'um tumor', mas um ser humano. Tocar no paciente, ouvi-lo e compreendê-lo são partes essenciais da prática médica", ressalta o neurocirurgião.
Para Guedes, o SUS desempenha um papel fundamental na democratização do acesso a tratamentos como esse. “Sou um grande fã da medicina pública. Durante a pandemia, ficou claro o quanto o SUS é essencial para o Brasil. Sem ele, a quantidade de mortes teria sido três ou quatro vezes maior. O SUS precisa ser protegido e valorizado para que continue oferecendo serviços de qualidade a todos”, afirma Guedes.
O HUGG reafirma seu compromisso com a inovação e a humanização, consolidando-se como uma referência no SUS e no ensino de novas gerações de profissionais. "O que me motiva é ver a geração mais jovem, cheia de vontade de aprender e de ser bons médicos. Nosso compromisso é com o paciente e com a formação de profissionais que entendam que medicina vai além do tratamento, é sobre cuidar das pessoas", conclui Guedes.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (HUGG-Unirio) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh