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SERIE PEQUENOS GUERREIROS
Teleatendimento no Hucam-Ufes garante acompanhamento de prematuro no exterior
Vitória (ES) - Um oceano inteiro não foi capaz de separar o menino Miguel da equipe de Pediatria do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Nascido prematuro e com baixo peso no hospital de Vitória em abril de 2022, sua família se mudou para Portugal, mas ele continuou sendo atendido pelos profissionais do hospital graças aos recursos do atendimento remoto.
O Hucam tem um programa para acompanhar as crianças prematuras depois que saem da UTI Neonatal (Utin), já que muitos problemas no desenvolvimento da criança são associados à prematuridade. Trata-se do Ambulatório de Seguimento de Recém-nascidos de Alto Risco (Follow-up) que dá assistência a estes pacientes desde que saem da Utin até os 18 anos de idade, acompanhando seu crescimento e desenvolvimento.
Miguel nasceu com 742 gramas na 24ª semana de gestação, sendo classificado um recém-nascido de extremo baixo peso (para se ter uma ideia, o ideal é nascer na 40ª semana com, no mínimo, três quilos) e logo foi para a UTI, onde recebeu os cuidados iniciais. Após a alta, entrou no programa Follow-up e foi acompanhado até o mês de novembro do ano passado, mas, com a mudança para Portugal, a equipe do Hucam buscou uma alternativa para atendê-lo à distância de mais de 1,7 mil quilômetros. Miguel se tornou, assim, o primeiro bebê do programa Follow-up a ser atendido remotamente.
“A avó dele me procurou, preocupada com atrasos no desenvolvimento de Miguel, então nós pedimos para viabilizar a consulta online”, disse a pediatra neonatologista do Hucam Kátia Cristine Carvalho Pereira, coordenadora do Follow-up (ambulatório). Segundo ela, a equipe fez o atendimento via aplicativo de videoconferência e constatou a necessidade de um atendimento oftalmológico. “Fizemos um relatório que a mãe do Miguel poderá usar para buscar atendimento e garantir esta assistência para ele”, disse a médica.
A enfermeira Priscilla Leite Nunes Schmidt, que acompanhou a teleconsulta, disse que este tipo de atendimento é eficaz, considerando as condições do paciente (no caso, a distância) e a necessidade de cada caso. “Não é 100% igual um atendimento presencial, mas atende perfeitamente a um caso como este. Como profissional, eu me sinto segura ao usar a tecnologia para resolver estes casos”, disse Priscilla.
O Follow-up é composto por uma equipe multidisciplinar – médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, neuropediatra, oftalmologista pediátrico e terapeuta ocupacional, odontopediatra, residentes e alunos – e atende uma média de 184 pacientes por mês, com acompanhamento desde que saem da UTI Neonatal até os 18 anos de idade. Por mês, chegam de oito a 12 novos pacientes para acompanhamento deste ambulatório, que é um projeto de extensão da universidade/Proex.
O chefe da Unidade de E-Saúde (Telessaúde) do Hucam, o médico Marcelo Dala Bernardina Dalla, disse que todos os ambulatórios do hospital têm, pelo menos, um consultório equipado para realizar teleconsultas e algumas unidades hospitalares, como a Nefrologia, também fazem este tipo de atendimento. A Unidade de E-Saúde apoia os profissionais do hospital e os pacientes quando necessário, orientando para o sucesso da atividade remotamente, dando dicas sobre melhor iluminação e uso do aplicativo, por exemplo.
Segundo ele, um levantamento realizado por sua equipe mostrou que o nível de satisfação dos usuários do atendimento remoto está na faixa de 90%. “Fizemos uma amostragem, separando por distância até o local de atendimento e em todas as faixas – até 25 quilômetros, de 25 a 100 e mais de 100 quilômetros – mostraram o mesmo nível de satisfação. Além disso, a taxa de absenteísmo é baixa”, explicou o profissional, que atribuiu este percentual a vantagens do atendimento remoto. “Um paciente que tem dificuldade de locomoção ou mesmo num dia de trânsito mais congestionado não enfrenta estes problemas no sistema remoto”, explicou.
Na reportagem da próxima terça-feira, ultima dessa série especial sobre a prematuridade, você vai saber como estão atualmente algumas pessoas que nasceram prematuras em hospitais da Rede Ebserh anos atrás.
Sobre a Ebserh
O Hucam-Ufes faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh
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