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CONSCIENTIZAÇÃO
Profissionais que são pais e mães atípicos compartilham experiências no Hucam-Ufes/Ebserh
Vitória (ES) - O Grupo de Famílias Atípicas do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu um encontro nesta quarta-feira, 16, para falar sobre os desafios pessoais e profissionais, a importância de uma rede de apoio e do acolhimento para estas famílias. A atividade foi desenvolvida no auditório do Complexo Ambulatorial Multirreferenciado (CAM) e marca o mês de abril, dedicado à conscientização sobre o autismo.
O coordenador dos ambulatórios do Hucam, Edgar Lisboa, que é pai atípico, falou de sua experiência desde o nascimento de seu filho Augusto, relatou o impacto do diagnóstico de autismo em sua vida pessoal e profissional, explicou sobre a luta dos direitos e as conquistas que obteve com apoio de sua esposa.
O enfermeiro admitiu os erros que os pais cometem diante do diagnóstico, mostrou como é preciso repensar seus planos e falou da importância de contar com o apoio de família, igreja, trabalho, escola, vizinhos e outros, neste momento. “Eu agradeço o apoio que recebi aqui no Hucam e hoje consigo trazer novos planos profissionais sem deixar de priorizar a família”, citou o profissional, emocionado e com a voz embargada, que citou um provérbio para falar sobre a importância da rede de apoio neste momento: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”.
O evento contou ainda com a participação de Alessandra Dias Moraes Evangelista, mãe atípica, que, ao lado do filho Pedro, falou de sua experiência e do atendimento que seu filho recebeu no Ambulatório de Saúde Mental do Hucam desde os três anos de idade. “O Pedro apresentou uma evolução significativa desde que começou o tratamento. Hoje, ele interage, produz quadros e tem qualidade de vida”, afirmou.
Houve também uma palestra com Carolinne Medeiros, psicóloga clínica com experiência em psicoterapia infantil e acolhimento de famílias atípicas
O evento, promovido para colaboradores do Hucam que são pais e mães de autistas, foi aberto pelo chefe da Divisão Médica do hospital, Rodrigo Stenio Moll de Souza, que representou a superintendência e parabenizou a equipe pelo encontro. “O Hucam, com certeza, vai contribuir para trazer esse clima de valorização da diversidade e para a melhor qualidade de vida de todos”, ressaltou.
A chefe da Divisão de Enfermagem do Hucam, Débora de Araujo Ramos, que é mãe atípica, disse que o encontro é uma oportunidade de troca de experiência entre as famílias atípicas e uma luta pela inclusão. “A inclusão pode ser definida como a capacidade de reconhecer as diferenças, entendê-las e respeitá-las para que seja possível criar um ambiente igualitária e respeitoso”, disse.
Segundo ela, no cenário atual, uma a cada 36 crianças terá diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, por isso, a tendência é de que as instituições tenham cada vez mais colaboradores e famílias pertencentes a este grupo. “Uma instituição com equipe diversa precisa proporcionar oportunidades para que a diversidade esteja presente de forma equânime e respeitosa. A Ebserh e o Hucam têm em sua cadeia de valores a promoção dessa equidade, respeito e diversidade e aos direitos humanos”, afirmou.
Redação: Sinval Paulino, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social