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MARÇO AZUL
Mobilização reforça importância do rastreio do câncer de intestino
Vitória (ES) - O Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê para o período entre 2023 e 2025 cerca de 45 mil novos casos de câncer de intestino no Brasil, número que ressalta a urgência de ações preventivas em todo o país. Isto porque o câncer colorretal é altamente prevenível e tratável quando detectado em estágios iniciais. Por isso mesmo, a campanha Março Azul dedica-se à mobilização de profissionais de saúde e sociedade civil como uma forma de alertar a população sobre a importância do rastreamento e diagnóstico precoce da doença.
Atualmente, cerca de 85% dos casos são diagnosticados em fases avançadas no país, o que reduz significativamente as chances de cura e aumenta os custos e a complexidade do tratamento. Por isso, campanhas de sensibilização, a exemplo do Março Azul, realizada no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), são fundamentais para educar a população e aumentar o rastreamento.
Neste ano, a campanha Março Azul, promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), traz como tema “Chegou a Hora de Salvar a sua Vida”. O objetivo é alertar homens e mulheres para o cuidado preventivo. O câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal e câncer de colón, é o segundo mais comum no país, ficando atrás somente dos cânceres de mama e de próstata – excluindo o câncer de pele não melanoma.
“O Março Azul envolve a realização de jornadas e campanhas, inclusive com a realização de um mutirão de exames de colonoscopia, que permitem o diagnóstico precoce do câncer de cólon”, explica Luciana Lofego, chefe da Unidade do Sistema Digestivo do Hucam-Ufes. Nesta sexta-feira (28/03), ocorre no hospital um mutirão de exames de colonoscopia, com pelo menos 30 pacientes.
A doença
O câncer colorretal não dá sintomas em fases precoces, porém, ao avançar, esses sinais podem variar dependendo da parte do intestino em que se localiza o tumor. Alterações como constipação ou diarreia, mudança na consistência das fezes, presença de sangramento, sangue vivo ou fezes escurecidas, dores abdominais, náuseas, vômitos e até quadros de obstrução intestinal são alguns deles.
Alguns hábitos de vida contribuem para o desenvolvimento da doença: “Fumar, consumir alimentos ricos em gorduras saturadas, ter uma vida sedentária, consumir bebidas alcoólicas, ter idade acima de 45 anos e casos de câncer colorretal na família são fatores de risco importantes”, explica Luciana. Doenças inflamatórias intestinais, presença de pólipos intestinais e síndromes genéticas, como Síndrome de Lynch e Polipose Adenomatose Familiar, também são fatores de risco.
Tipos
O câncer colorretal pode manifestar-se de diferentes formas, dependendo do tipo de célula envolvida e da região afetada. O adenocarcinoma representa cerca de 95% dos casos, e, geralmente, desenvolve-se a partir de pólipos adenomatosos, crescimentos anormais na mucosa do intestino grosso, considerados lesões pré-cancerosas.
Durante a colonoscopia, caso seja identificado algum pólipo ou lesão suspeita, o médico coleta uma amostra do tecido para análise laboratorial. Se confirmado o diagnóstico de câncer, são realizados exames adicionais para determinar o grau de avanço do tumor e se há disseminação para outros órgãos.
O tratamento vai depender do estágio da doença. Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia salvo e imunoterapia são algumas das estratégias que podem ser utilizadas.
Rede Ebserh
O Hucam-Ufes faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (rede Ebserh) desde abril de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.