Relatos e Historias
Relatos de quem cuida
“O familiar tem que ser ativo no processo de desenvolvimento da criança”
No ambulatório de Puericultura do Hospital Universitário Antônio Pedro, vinculado à Rede Ebserh/MEC (Huap-UFF/Ebserh/MEC), a enfermeira Márcia Ratto trabalha com crianças desde 2009. Segundo ela, esta é uma ciência que faz a abordagem do paciente na fase do seu desenvolvimento, em todos os aspectos e em qualquer nível de complexidade. Além de Márcia, atualmente, o ambulatório conta com uma pediatra, tendo também o auxílio de uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional, tornando o trabalho multidisciplinar. As consultas são individualizadas, mas as profissionais estão sempre discutindo os casos conjuntamente.
“A ideia é avaliar o desenvolvimento na perspectiva do cuidado da criança, entendendo que todo ser humano nasce com um potencial genético já estabelecido. Mas o cuidado interfere muito na busca por alcançar esse potencial. No atendimento, é feito exame físico, além de avaliarmos alimentação, imunização e crescimento através de dados antropométricos e de compatibilidade com a idade. Na conversa com a mãe, identificamos, ainda, fragilidades que interfiram ou possam interferir. A partir daí, desenvolvemos as atividades e trabalhamos os cuidados básicos de manutenção da vida, bem como os de prevenção de doenças”, explica Márcia.
A enfermeira pontua a enorme importância do vínculo familiar. Afinal, quando uma criança é internada, interna também a sua família. Esse pequeno paciente depende do cuidado em casa para que consiga crescer e se desenvolver da forma mais saudável possível. O trabalho primordial é mostrar aos pais que eles podem protagonizar o cuidado, tendo autonomia e identificando o que fazer nas situações adversas. Márcia complementa que o objetivo é valorizar e ouvir a família, até para entender qual é a demanda específica daquele paciente.
“Eu tento sempre mostrar o quanto esse familiar pode ser ativo no processo, sendo positivo no desenvolvimento dessa criança. Dessa maneira, ela provavelmente vai ter menos internações e menos complicações. Temos que ter em mente que não conseguimos promover saúde sem que o cliente seja protagonista desse cuidado. A enfermagem trabalha muito com a potencialização do cuidado, de instrumentalizar a família, para que ela se sinta responsável pela promoção da sua saúde, não estando ali como mero espectador”, finaliza.
Márcia Ratto – enfermeira
Huap-UFF/Ebserh/MEC
Sobre a Rede Ebserh
O Huap-UFF faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2016. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde da região em que estão inseridos.