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RELATOS DE QUEM CUIDA
“Foi bem emocionante ajudar mãe e filho a conseguirem se comunicar”
Na verdade, se a gente for contar uma história que marcou, principalmente de paciente que sai do Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) e vai para a enfermaria, a gente vai contar um monte. Agora, um em específico que marcou a equipe como um todo foi um paciente jovem, de 40 anos, que internou no CTI já grave por uma Angina de Ludwig, uma infecção bacteriana aguda da boca e da garganta. Ele internou já entubado e ficou bastante tempo no CTI.
Era um paciente muito agitado, acabava até assustando e dificultando o trabalho da equipe. Ele não conseguia falar por conta da traqueostomia [pequena abertura feita na traquéia, para introduzir um tubo para facilitar a entrada de ar] e acho que essa dificuldade para se comunicar com a equipe angustiava muito ele. Mas, ao longo da internação, o quadro clínico foi melhorando e ele se tornou um paciente muito cooperativo. Com o apoio e o cuidado da equipe, ele foi se acalmando e melhorando. Um dos fatores que fez com que ficasse mais fácil o cuidado foi conseguirmos manter algum tipo de comunicação com ele.
Durante a internação do paciente, o que marcou muito foi quando a mãe veio visitá-lo. Era uma senhora cega e ele não conseguia falar sem o apoio de um profissional de fonoaudiologia. Às vezes, ele se comunicava movimentando os lábios, mas a mãe não poderia vê-lo. Ela chegou bem angustiada e ficou nervosa, porque naquele momento, ele tinha ido para um procedimento. Mas a gente conversou com ela, explicou que ele já voltaria. Quando ele retornou, eu consegui estar com ele no leito. Fiz todos os procedimentos para que pudessem conversar. Foi bem emocionante, porque mãe e filho conseguiram se comunicar.
Natália Barros Martins
Fonoaudióloga do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF/Ebserh)
Sobre a Rede Ebserh
Desde abril de 2016, o Huap-UFF faz parte da Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.