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SAÚDE ÓSSEA
Prevenção e conscientização são essenciais para enfrentamento da osteoporose
Anualmente, a osteoporose provoca 200 mil mortes no país
Silenciosa, a osteoporose é uma doença que afeta a densidade óssea e aumenta o risco de fraturas. Atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil, mas apenas 20% sabem que convivem com ela. Por ano, a doença provoca 200 mil mortes no país. Para informar a sociedade e prevenir a doença, o Dia Nacional e Mundial da Osteoporose é celebrado em 20 de outubro. Os hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) oferecem, durante todo o ano, serviços especializados que promovem a saúde óssea por meio de projetos educativos, diagnósticos precoces e tratamentos individualizados.
De acordo com Erik Trovão, endocrinologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), a prevenção deve ser uma preocupação diária. Ele elenca alimentação adequada, atividades físicas regulares e redução de hábitos nocivos, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, como boas práticas. “Infelizmente, muitos só descobrem que têm a doença após sofrerem uma fratura, o que reforça a importância da educação sobre a saúde óssea e do diagnóstico precoce”, ressaltou.
O tratamento da osteoporose é necessário para reduzir complicações, especialmente em pacientes mais velhos, que podem apresentar fragilidade. “Todas as pessoas com osteoporose devem ser orientadas a suplementar cálcio e vitamina D, além de praticar atividades físicas. A avaliação do risco de fraturas é indispensável para escolher a medicação adequada, com foco na prevenção”, acrescentou Trovão.
Prevenção e conscientização caminham lado a lado
Os fatores de risco para a osteoporose incluem idade avançada, histórico familiar, baixo índice de massa corporal e sedentarismo. A deficiência de cálcio e de vitamina D também contribui para o desenvolvimento da patologia. Por conta disso, segundo Luis Marcelo Malta, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), “o cuidado com a saúde óssea deve começar cedo, de preferência na infância, com a conscientização sobre a alimentação e a prática de exercícios”, pontuou.
O ortopedista destacou que consultas regulares e a realização de exames de densitometria óssea são recomendadas especialmente para mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70. Em pessoas mais jovens, o rastreamento é indicado em caso de fatores de risco associados, como histórico familiar de osteoporose e fraturas anteriores. “Essas campanhas são um alerta para prevenir fraturas e promover a saúde óssea. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado podem fazer toda a diferença na vida dos pacientes”, concluiu.
Saúde óssea e climatério
Estudos indicam que as mulheres são mais suscetíveis à perda óssea do que os homens. Uma em cada três mulheres com 50 anos ou mais sofrerá uma fratura por fragilidade óssea, enquanto a proporção de homens é de um em cada cinco. Segundo o Ministério da Saúde, para cada homem que sofre com a osteoporose, três mulheres apresentam a doença.
Michelle Sena, ginecologista e responsável pelo Ambulatório do Climatério na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC), explicou como a osteoporose se relaciona com o climatério, que é a fase de transição da mulher do período reprodutivo para o não reprodutivo. “Nesse período, observamos uma queda anual no percentual de massa óssea, especialmente devido à diminuição dos níveis de estrogênio”, enfatizou.
Sena detalhou, ainda, que a osteoporose é uma doença provocada por alterações no metabolismo ósseo. “A principal causa da patologia está ligada à queda dos níveis de estrogênio na menopausa, sendo a osteoporose pós-menopausa a forma mais prevalente, com risco elevado para aquelas que enfrentam menopausa precoce”, afirmou.
Integração na luta contra a osteoporose
Nos hospitais da Rede Ebserh, o tratamento da doença envolve diversas especialidades, como endocrinologia, reumatologia, geriatria, ginecologia, nutrição e fisioterapia. As equipes multiprofissionais focam na prevenção de fraturas, na melhoria da qualidade de vida e no tratamento adequado do enfraquecimento ósseo, seja farmacológico ou não. O objetivo é fazer um acompanhamento individualizado, considerando as especificidades de cada paciente.
Nesse processo, evitar acidentes e seguir corretamente as orientações de tratamento são essenciais, conforme explicou Roberto Ranza, reumatologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Segundo ele, as fraturas são complicações graves da osteoporose, levando a um aumento da morbidade e mortalidade. “Orientamos que homens e mulheres realizem o acompanhamento constante da osteoporose, seguindo rigorosamente as orientações e o tratamento recebidos. As fraturas, particularmente as de coluna vertebral e fêmur, são eventos que impactam na qualidade e até na expectativa de vida das pessoas”, salientou.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por George Miranda, com edição de Danielle Campos.
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh.