Paciente diagnosticado precocemente com câncer de próstata tem 95% de chance de cura

O mês de novembro traz a campanha voltada para a saúde do homem, especificamente a prevenção do câncer de próstata, o tipo mais comum nesse público e que está associado à idade e a hábitos de vida. A boa notícia, de acordo com especialistas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é que as chances de cura são altas quando o diagnóstico é feito a tempo e o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece toda a linha de cuidado, do rastreamento a tratamentos modernos. 

O chefe da Unidade de Transplantes e Urologia do Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN/Ebserh), José Hipólito Dantas Junior, explicou que a campanha, conhecida como Novembro Azul, é um momento especial para a divulgação de boas práticas relacionadas à saúde masculina, que têm uma expectativa de vida em torno de sete anos menor que as mulheres. “E a causa disso é justamente porque elas se previnem mais”, disse o médico. 

Segundo ele, o diagnóstico, feito com o exame de sangue (PSA), às vezes acompanhado do toque retal e confirmado com a biópsia da próstata, é importante porque não existe prevenção no caso de câncer de próstata, mas é possível diagnosticar precocemente. O Huol-UFRN oferece a linha de cuidado completa nesta área, com um serviço de excelência em Urologia e Oncologia, além do programa de residência médica. “Temos desde as fases iniciais a cirurgias avançadas em laparoscopia e tratamento de câncer em formas mais avançadas”, explicou. 

Câncer de próstata não tem sintoma na fase inicial 

Médico do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF/Ebserh), o urologista José Genilson Alves dos Santos, acrescentou que um outro fator complicador é que o câncer de próstata não tem sintoma na fase inicial. “Frequência urinária aumentada durante o dia e à noite, demora para iniciar a micção, redução do jato urinário, entre outros, são sintomas que só vão aparecer quando a doença está em fase avançada”. 

Ele alerta, porém, que esses sintomas podem se confundir com a hiperplasia prostática benigna, mas o importante é que a avaliação seja feita antes do surgimento deles, sendo que os principais grupos de risco são homens com mais de 50 anos, os que têm histórico familiar (no caso de pais, avós e irmãos), e da raça negra. Fatores como dieta carnívora, obesidade e estilo de vida podem estar relacionados. 

Segundo o especialista, atualmente há tratamentos avançados oferecidos na rede pública como cirurgia robótica, minimamente invasiva, e novos aparelhos para radioterapia, como o MRT, que permite um tratamento com menos efeitos colaterais provocados pela radiação. “As linhas de cuidado nos hospitais universitários permitem o tratamento do câncer de próstata em todos os níveis”, acrescentou. 

SUS apresenta avanços no diagnóstico e tratamento 

O urologista do Hospital Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-Ufba/Ebserh), Bruno Falcão Santos, afirma que, embora ainda haja muitos desafios, o SUS tem apresentado avanços significativos no diagnóstico e tratamento de câncer de próstata. 

O Hupes realiza desde o protocolo para rastreio a tratamentos avançados e individualizados, com equipe de especialistas em nível de atenção terciária. “O paciente é atendido desde o diagnóstico até o tratamento. Temos urologistas dedicados nessa parte de uro-oncologia e a maioria das cirurgias, cerca de 90% das cirurgias para tratamento de câncer de próstata, são realizadas pela técnica minimamente invasiva chamada videolaparoscópica”, afirmou. 

Diagnóstico precoce aumenta chance de cura 

O urologista André Brasileiro, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande (Huac-UFCG/Ebserh), que também conta com a linha completa de cuidado para o câncer de próstata, lembra que o paciente diagnosticado precocemente tem 95% de chance de cura. “Mas quando a doença já é diagnosticada em estágios mais avançados, o paciente pode ter obstrução do fluxo urinário, ter dor óssea, o que configura metástase à distância”, disse, reforçando a importância da campanha, dos exames e de hábitos saudáveis. 

Segundo ele, o hospital realiza mutirões do Novembro Azul com bons resultados. “O mutirão tem funcionado com um dia de consultas, sendo que no ano passado atendemos mais de 500 pacientes com dosagem de PSA e exame de próstata. Os pacientes são triados previamente, avaliados pelo urologista e aqueles que necessitam são biopsiados e tratados em seguida”, afirmou Brasileiro, para quem esta é uma oportunidade para discutir a saúde do homem de uma forma geral. 

“O Novembro Azul há muito tempo já extrapolou os limites da prevenção só do câncer de próstata. Nós temos, por ocasião desse período, ampliado para outros temas, como o estilo de vida e a saúde do homem de uma forma geral, além de identificarmos pacientes diabéticos”, finalizou. 

Sobre a Ebserh 

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Sinval Paulino, com revisão de Danielle Morais 

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh