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JULHO AMARELO
Huap-UFF participa de campanha contra as hepatites virais
As hepatites atingem um órgão fundamental para o organismo humano: o fígado, responsável pelo metabolismo, armazenamento de nutrientes e desintoxicação. Por isso, o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, no último dia 11 de julho, uma ação de prevenção a essas doenças, disponibilizando 150 testes rápidos para os pacientes dos ambulatórios da instituição. A ação é uma parceria entre o Serviço de Gastroenterologia, o Grupo de Fígado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Saúde do Município de Niterói e a Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Neste mês, a campanha nacional Julho Amarelo busca ampliar a conscientização sobre os diversos tipos de hepatites virais: A, B, C, D e E. No Brasil, as três primeiras são as mais prevalentes. Essas infecções podem passar despercebidas por longos períodos, aumentando o risco de danos irreversíveis ao fígado, como cirrose e câncer hepático.
Na ação do Huap-UFF foram oferecidos testes rápidos de hepatite B e C, sífilis e HIV. “Independente dessas ações de testagem, esses testes são oferecidos em todos os postos do Sistema Único de Saúde (SUS) de modo gratuito, e caso o resultado venha a ser positivo, o SUS oferece o tratamento gratuito das hepatites, tanto o exame quanto o tratamento”, destacou a hepatologista Cássia Guedes, coordenadora da ação. Os testes foram oferecidos para pacientes, acompanhantes, funcionários e toda a comunidade hospitalar.
O Huap-UFF é um polo de alta complexidade em hepatologia, o que inclui as hepatites virais, doenças hepáticas gordurosas, cirrose e câncer de fígado, e atende em média 70 pacientes por semana. “Essa campanha já vem acontecendo há muitos anos, no ano passado fizemos a campanha de conscientização na Praia de Icaraí, em Niterói, junto aos alunos da UFF. Com o Grupo de Fígado também fazemos ações para agilizar exames de pacientes com doenças do fígado”, comenta a hepatologista.
A médica destacou, ainda, a importância de envolver residentes, alunos de graduação, enfermagem e equipes multiprofissionais nessas campanhas, para alertar sobre a importância de testar o maior número de pessoas possível. No Brasil, segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde, estima-se que 520 mil pessoas tenham hepatite C, mas ainda sem diagnóstico e tratamento da doença. “É importante alertar as equipes para que informem à população, pois mesmo para pessoas que não apresentam sintomas, é importante que, ao menos uma vez na vida, façam o teste de hepatite”, destaca a médica Cássia Guedes.
Sinais de alerta
As hepatites virais são inflamações no fígado provocadas por diversos vírus. No Brasil, os tipos mais prevalentes são A, B e C. Os principais sinais da infecção são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, em intensidades que variam de leve a grave. Muitas vezes, porém, nenhum sintoma é notado nos pacientes.
Durante a ação no Huap-UFF, o paciente J.A.S., de 79 anos, teve a oportunidade de realizar pela segunda vez na vida o teste de hepatite e reforçou a importância de estar sempre atento a essas doenças. “Com o teste você se previne de muita coisa, pois se tiver algum problema é possível tratar, mas se deixar evoluir pode virar uma cirrose, ou um câncer de fígado”, afirmou.
Tratamento no SUS
O diagnóstico e o tratamento das hepatites virais são assegurados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos são administrados por via oral, com prescrição especializada. Os diagnósticos são feitos por meio de testes rápidos, sorológicos, e a infecção é confirmada por exames de biologia molecular.
A vigilância periódica é indispensável para identificação precoce e intervenção eficaz. O SUS também garante a vacinação desde a infância contra as hepatites A e B, essenciais na prevenção da cronificação da doença.
Erradicação e estatísticas
O Brasil assumiu o compromisso de eliminar 14 doenças, incluindo as hepatites virais, nos próximos sete anos. Em relação às hepatites B e C, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é diagnosticar 90% das pessoas com hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% novas infecções e em 65% a mortalidade.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2022, foram diagnosticados 750.651 casos de hepatites virais no Brasil. Desse total, o maior percentual é de hepatite C (39,8%), seguido de hepatite B (36,9%) e hepatite A (22,5%).
Em relação à mortalidade, de 2000 a 2021, foram 85.486 óbitos por hepatites virais. A infecção pelo vírus C é o de maior letalidade, concentrando 76,1% dos óbitos, seguido pela hepatite B (21,5%) e, muito abaixo, está a hepatite A (1,5%).
Mobilização
A campanha Julho Amarelo segue até o final do mês, com o objetivo de impactar positivamente a saúde pública e reduzir a incidência das hepatites virais por meio da informação e do acesso facilitado aos serviços de saúde.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por George Miranda e Paola Caracciolo, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh