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SETEMBRO VERDE
Doação de órgãos: ato de nobreza e amor ao próximo
Na Rede Ebserh, 23 hospitais realizam transplante de órgãos e tecidos
Setembro é o mês de conscientização sobre doação de órgãos e tecidos, um ato de nobreza e amor ao próximo que ajudou a salvar, até o momento, 17.490 vidas em todo o Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS). O verde de esperança é a cor da campanha, alusiva ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no próximo dia 27.
Na Rede Ebserh, que administra 45 hospitais universitários federais, 23 instituições realizaram 751 desses transplantes, resultado de um trabalho que envolve equipes transplantadoras e captadoras de órgãos, além do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Ministério da Saúde (MS) e responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo no país.
Atualmente, 73.782 pessoas aguardam na lista de espera por uma nova chance de viver com qualidade. E essa espera pode ser longa, o que representa uma corrida contra o tempo para pacientes em estado crítico. A fila funciona por ordem cronológica de cadastro, mas há prioridade em alguns casos, definida por fatores como gravidade da condição, compatibilidade sanguínea e tamanho do órgão.
O aposentado Célio de Oliveira Menezes nasceu de novo após um transplante de rim realizado no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), em 2021. Foi o segundo transplante da vida do carioca de 42 anos, que após a primeira tentativa, em 2015, teve o órgão rejeitado e precisou entrar novamente na lista.
“Os médicos disseram que meu organismo tinha um índice de rejeição muito alto. Então, em 2015, após o primeiro transplante, eu tive rejeição e fiquei três meses internado. Saí do hospital e não queria outro transplante. Voltei para a máquina (hemodiálise)”, contou o aposentado, que em 2021 recebeu uma nova oportunidade de mudar de vida. “Recebi a ligação da médica em um domingo, me chamando pra fazer o transplante, dizendo que eu tinha que estar no Hospital Antônio Pedro na segunda-feira, às 7h da manhã”, completou o aposentado, que aceitou a nova chance e hoje vive uma vida normal.
Referência em transplante renal em todo o país, o Huap-UFF retomou a realização desse tipo de procedimento em março deste ano, após mais de um ano suspenso. Já são mais de 300 transplantes realizados desde 1995. “A taxa de sucesso do transplante renal é bastante elevada. São realizados cerca de 30 transplantes renais por milhão de habitantes ao ano no Brasil, sendo cerca de 85% de doadores falecidos e os 15% restantes de doadores vivos.”, disse o nefrologista e professor associado da Faculdade de Medicina da UFF, Jorge Strogoff.
Referência
A legislação brasileira sobre transplantes, em vigor desde a década de 1990, é clara e robusta, garantindo direitos aos pacientes, regulamentando o processo de doação e transplantação e estabelecendo um sistema transparente para o gerenciamento da lista de espera. A chefe da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital das Clínicas da UFMG, a médica Adriana Magalhães, explica que o país possui o maior sistema público de transplante do mundo, o que o torna referência para outros centros. “O nosso Sistema Nacional de Transplantes, criado em 1997, é organizado e funciona conforme os princípios do Sistema Único de Saúde, promovendo o acesso ao transplante de forma igualitária”, explicou.
Em Minas Gerais, o HC-UFMG é referência para transplantes de coração, fígado, rins, medula óssea e córneas. Além disso, está em processo de retomada do transplante de pulmão, suspenso desde 2015. O protocolo assistencial já foi elaborado e o processo de licitação para aquisição de equipamentos e insumos está em andamento. “Nós precisamos de novos centros capacitados e habilitados e com condição e infraestrutura técnica para realizar esse tipo de procedimento. Os pacientes sofrem muito com doença pulmonar avançada”, explicou o cirurgião torácico Daniel Bonomi.
Todos os anos, a instituição promove eventos de capacitação e mobilização da sociedade para a causa. No próximo dia 20, acontecerá o “IX Seminário de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes” e no dia 26 do mesmo mês o tradicional “Encontro de Pacientes Transplantados e em Fila de Espera”.
Novidade
Neste ano, foi lançada a Autorização Eletrônica de Doadores de Órgãos e Tecidos (AEDO), um sistema eletrônico para cadastro positivo de doadores. Desenvolvido pelo Colégio Notarial do Brasil em parceria com o Sistema Nacional de Transplantes e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça. A ferramenta tem como objetivo facilitar a decisão da família. Quem desejar ser um doador de órgãos poderá manifestar e formalizar a sua vontade ainda em vida no site www.aedo.org.br. Tudo gratuito e digital.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Luna Normand, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh