Resumos SIG Covid-19 Rede Universitária de Telemedicina
SIG – Covid-19
Este SIG, da Rede Universitária de Telemedicina, foi criado de forma emergencial para o enfrentamento da pandemia do novo vírus Covid-19, com o objetivo de congregar os hospitais terciários, universitários, públicos e privados, que irão realizar o tratamento dos casos de maior gravidade, trocando experiências não somente entre profissionais do Brasil, como também do exterior, como China, Itália, EUA e outros países.
Público Alvo: Profissionais da Saúde
Página web do SIG: https://wiki.rnp.br/display/RUTESIGCOVID19/RUTE-SIG-COVID19-BR
Rede RUTE (Rede Universitária de Telemedicina) – Covid-19. Encontros semanais (1-3) para discussão de questões relacionadas a epidemia ente os hospitais que estão envolvidos no tratamento.
Coordenadores:
Evelyn Eisenstein, Uerj - <evelynbrasil@hotmail.com>
Gustavo Fraga, Unicamp - <fragagp2008@gmail.com>
Cristiane Kopacek, UFCSPA, <criskopacek@gmail.com>
Luiz Ary Messina, RNP, < luiz.messina@rnp.br>
Resumo 12
17/08/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema do debate: Re-abertura das Creches e Escolas: e agora?
Convidados para o debate: Dra. Claudia Duarte dos Santos (virologista molecular - Fiocruz - Curitiba): aspectos da transmissibilidade do vírus.
Dra. Rose Copelman (UNIRIO - Rio de Janeiro): saúde ocupacional.
Dr. Roberto Santoro (Hospital Municipal Jesus - Rio de Janeiro e Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP): saúde comportamental e mental.
1. Transmissibilidade do SARS Cov2: Gotículas maiores viáveis por horas, depende da superfície; menores – 3 horas no ambiente. Crianças: eliminação viral respiratória - 15 dias; fezes até 4 semanas. Risco de infecção: 50% menor que adultos, assintomáticos. Testagem baixa: 3 a 10x menos; sub-notificação (1 notificação: 7 casos). Pós-Covid: há pacientes que não positivam IgG, não se sabe de confere imunidade, nem por quanto tempo. Vacinas: desafio operacional, esforço global.
2. Experiências reabertura escolas: Contágio teoricamente baixo; necessária testagem dos contatos. Experiências bem-sucedidas e outras não. Grupos de crianças que não se adaptam às aulas on-line.
3. Protocolo: Fora e dentro da escola. Envolvem grande número de pessoas, recursos e esforço de enfrentamento de novas situações.
4. Prejuízo do isolamento muito importante para os adolescentes – dependem da interação para desenvolvimento. Para crianças menores, pouco aproveitamento. Escolas públicas: desnível de acesso - aumento da exclusão. Efeitos: aumento da ansiedade, comportamento regressivos, dificuldade de dormir. Medo: alarme fisiológico para adaptação; evitar a negação; medidas para desligar são necessárias. Recomendações: estabelecer rotinas (estudo, lazer, dormir); diminuir exigências; na presença de problemas: procurar ajuda profissional. Retorno à escola: ouvir as crianças. Adultos: manter a calma, pois são referência; proteção do acesso aos conteúdos; informações simples, diretas e limitadas a compreensão da idade.
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Resumo 11
10/08/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema: As Evidências nas Políticas Públicas no Enfrentamento da COVID-19
Palestrante: Profa. Dra. Lorena Barberia (Professora Livre-Docente) | Departamento de Ciência Política | Universidade de São Paulo)
1. Rede de Pesquisas Solidárias de Políticas Públicas e Sociedade – USP. Monitoramento de políticas públicas federais estaduais, municipais, populações vulneráveis e qualidade de dados.
2. Risco de incidência: Harvard Global Heatlh Institute. Cores vermelho a verde pelo número de casos/milhão. Semana passada: todos os estados em risco elevado (MS, AC, CE, RJ, MG, RN, RN, ES – ponderar que atividades liberar, testagem) ou muito alto (Roraima, Piauí, DF, SC, SE, GO, TO – isolamento domiciliar).
3.Taxa de positividade do PCR em MG – 7,2% (ideal 3-5%; um dos melhores no Brasil). Heterogeneidade de aplicação de testagem e de aplicação de recursos. Mesmo padrão para isolamento social, maior em março e foi reduzindo. Medidas contraditórias de políticas sociais.
4. Medidas de distanciamento social são insuficientes para predizer o perfil da pandemia em cada local. Houve associação do recebimento do auxílio emergencial e menor distanciamento social (ir a banco, supermercado, etc.) e maior risco de Covid-19.
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Resumo 10
13/07/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema: Danos renais associados à Covid-19
Palestrante: Dr. Walter Gouvea (Membro Titular da Academia de Medicina do Rio de Janeiro - Fundador do Cuidar Melhor, Serviços de Saúde)
1.Coronavírus: tropismo pelas células renais. Aumento da expressão renal de genes associados à angiogênese.
2. Estudos iniciais (chineses): 75% alterações renais, desde hematúria, proteinúria e injúria renal aguda (IRA). 10% IRA: 48% recuperação total, mortalidade elevada (11,2vs.1,2%). Fator de risco para má evolução - presença de pneumonia.
3. Estudos americanos: 37% IRA; coincide com início da ventilação mecânica; fatores de risco para IRA – maior idade, raça negra, HT, Diabetes, hipotensão, ventilação mecânica; óbito em 35%.
4. Formas de apresentação: IRA, nefrite túbulo-intersticial, proteinúria, GN colapsante. Tratamento: cuidados semelhantes aos outros pacientes graves que desenvolvem IRA: evitar drogas nefrotóxicas, boa perfusão renal e diálise quando necessário.
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Resumo 9
06/07/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema: Uso de plasma de pacientes imunes ao novo coronavirus como tratamento à doença
1. Coronavírus: Vírus RNA - após invasão, está pronto para ser traduzido em síntese de proteínas próprias do vírus; depende do hospedeiro; tratamento disponíveis: só de suporte.
2. Transfusão de plasma: transferência de anticorpos neutralizantes de pacientes curados para imunização passiva. Uso em pacientes graves: insuficiência respiratória, até 10 dias após entrada na UTI.
3. Doação por aférese (doa o plasma e são devolvidos os outros componentes do sangue). Doador: Diagnóstico de Covid-19 por PCR, 28 dias após desaparecimento dos sintomas, pode doar a cada 2 semanas, homens maiores de 18 anos, screeening para doação de sangue negativo (critérios OMS e FDA dos EUA).
4. Segurança: menos de 0,5% de reações adversas transfusionais. Resultados: poucos, mas positivos - redução da positividade PCR, da infamação e melhora no quadro clínico. Um estudo com mortalidade <15%. EUA: 20 mil pacientes já receberam.
5. Dose: plasma com titulação maior que 1/80 para anticorpos, 200-600ml por vez, 1 –3 doses.
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Resumo 8
22/06/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema: Cuidados com a gestante e o bebê em tempos de COVID-19
Palestrante: Dra. Natasha Slhessarenko - Médica Pediatra e Patologista Clínica, Mestre e Doutora em Medicina pela USP, Profa. Assistente do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Mato Grosso, Conselheira CFM
1. Coronavírus: segunda causa de infecção respiratória em crianças. Inclusão das crianças menores de 5 anos (em especial as menores de 2 anos) como grupo de risco para a Covid-19 – posicionamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
2. Gestantes e bebê: 1. Fazer rotina de pré-natal; 2. Não há evidência de má-formação fetal por transmissão da mãe; 3. Trabalho fora de casa: até 28 semanas; 4. Parto: fluxo separado se Covid-19 ou suspeita, e neste caso não se recomenda contato pele a pele, amamentação só com máscara.
3. Crianças: 1-5% dos casos, maior frequência em meninos. Sintomas: gastrintestinais mais frequentes (redução do apetite, náuseas, dor abdominal e diarreia) do que em adultos; febre e respiração curta são os mais frequentes.
4. Necessidade de conversar com as crianças sobre a Covid-19 para se prevenir os transtornos mentais.
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Resumo 7
08/06/2020 às 12h (Horário de Brasília):
Tema: Desenvolvimento de Novas Vacinas e Perspectivas
Palestrante: Dra. Miriam Tendler, médica pesquisadora da IOC-FIOCRUZ
1. Vacina da Varíola: eficaz, universal, única vacina erradicou a doença. OMS teve e tem papel ESSENCIAL na produção, gerenciamento e efetivação todos os programas globais de preservação da vida, incluindo o de vacinas.
2. OMS: criou guia de pesquisas para Covid-19. Bases deste programa: colaboração internacional e desenvolvimento de dados epidemiológicos e terapêuticos. Documento base das vacinas: 12/fev/2020.
3. Fases de desenvolvimento de vacinas – TÊM QUE SER SEGUIDAS: 1. Experimental; 2. Regulatória; 3. Clínicas I, II e III: humanos, testam segurança e imunogenicidade; 4. Pós-clínica: em massa, eficácia e ajustes de posologia.
4. Dez projetos de vacina em fase clínica (I a III). 02 mais avançados – inglês (Uinv. Oxford/Astra Zeneca, será testada no Brasil) e americano (Moderna/NIAID); tinham fase experimental desenvolvida para o MERS. Previsão de resultado e disponibilidade: set/2020(inglesa).
5. Vacina Covid-19 será humanitária, serão distribuídas a baixo custo ou gratuitas por terem sido subsidiadas pelo fundo da OMS.
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Resumo 6
01/06/2020
Tema: Epidemiologia do Covid-19 no Brasil - Epicovid 19. Em conjunto com o curso Ciência e Covid-19 - UFCSPA e UNIFESP - Moderação: Prof. Dr. Airton Stein e Reitora Prof. Dra. Lucia Pellanda - UFCSPA
Palestrante: Reitor Prof. Dr. Pedro Hallal - UFPEL – coordenador da pesquisa Epicovid 19
1. Estudo epidemiológico do Rio Grande do Sul (RS): envolve universidades (UFPEL e mais 12), governo (estadual e Ministério da Saúde), sociedade civil (patrocinadores). Fases sucessivas 2/2 semanas (total 8), fotos da população, 9 cidades-sentinela (mais populosas), entrevista e testes sorológicos, 4500 pessoas sorteadas.
2. Resultados do RS: prevalência baixa – 0,22%, curvas epidêmicas (de crescimento) diferentes – linear (fases 1-3), controlada (fase 4); sintoma mais comum: tosse; subestimativa: 1 caso oficial = 3 casos.
3. Estudo Nacional: semelhante ao do RS; 3 fases, 133 cidades (mais populosas), 33.250 pessoas.
4. Resultados da 1ª fase: 1. Prevalência 1,4%, concentração na região Norte, 6 cidades com maior resultado à margem do rio Amazonas – relação potencial com transporte fluvial; 2. Prevalência em crianças (1,3%) semelhante aos adultos (1,4%), maior em indígenas (3,7%); 3. Diferentes curvas epidêmicas no país; 4. Subestimativa: 1 caso oficial = 7 casos.
https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.05.30.20117531v1.full.pdf
5. Fase 2: 4-6 junho. http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/06/01/pesquisa-nacional-sobre-infeccao-por-coronavirus-tem-nova-etapa-de-testes-rapidos-a-partir-de-quinta-feira-4/
Resumo 5
25/05/2020
Tema: O esforço da Ebserh para mobilização e enfrentamento da Covid-19
Palestrante: Dr. Giuseppe Cesare Gatto (Diretor de Atenção à Saúde, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - Ebserh)
1. Ebserh: HUs como cenário de ensino para profissionais de saúde. 9 mil leitos/40 hospitais. 1808 leitos do esforço Covid-19 (1808 enfermarias e 664 de UTI);
2. Ações precoces desde início da pandemia (janeiro). 03 Apps para monitorização de dados em tempo real (leitos, informação e contratos). Criação: COE (Comitê Operação de Emergências) e NuCOp (Núcleo de Comunicação Operacional);
3. Esforços centralizados: Compra de insumos (EPIs, equipamentos, ventiladores, medicamentos, testes), contratos, obras, contratação de pessoal (1299 contratados), treinamento (2 cursos em andamento – 13 mil inscritos; 12 em preparação), pesquisas (70 em andamento; multicêntricos, drogas, laboral);
4. Dificuldades: informação em tempo real, escassez de EPIs e de profissionais de saúde, regras de contrato, medo. Aprendizado: monitoramento integrado, desenvolvimento de tecnologia (Apps) compartilhamento de experiências, força de negociação (número elevado), apoio profissionais de saúde.
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Resumo 4
18/05/2020
Tema: Ventilação Mecânica (VM) no Paciente com Covid-19
Palestrante: Prof. Dr. Jorge Valiatti, Faculdade de Medicina de Catanduva, AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Catanduva – SP), com moderação do Prof. Dr. Antônio Falcão, da FCM - Unicamp
1. Covid-19: 50% evolui com insuficiência respiratória, a VM é tratamento de suporte. Mortalidade 3%, porém com elevada infectividade – número elevado de doentes e de óbitos;
2. Objetivos: corrigir hipóxia, evitar lesão pela VM, pneumonia em VM, transmissão do SarsCov2;
3. Ventilação não invasiva: só com condições ideais – quarto com pressão negativa, com respirador com filtro EPA na saída, paramentação adequada.
4. Ventilação protetora. Padrões sugeridos: 1. Pressão ou volume controlado; 2. Volume corrente: 6ml/kg peso ideal; 3. PEEP: individualizar (precaução com >12); 4. Pressão de platô: <30cmH2O; 5. Pressão distensão <15cmH2O. 6. Prona: estratégia de resgate (se PaO2/FiO2 <150 por 4h com PEEP adequado); 7. PaCO2 35-50.
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Resumo 3
11/05/2020
Tema: Covid-19 e Endocrinologia Pediátrica: O que precisamos saber
Palestrante: Prof. Dr. Cresio Alves, Faculdade de Medicina da UFBA; Presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da SBP.
1. Risco de Covid-19 e complicações: 5 documentos sobre doenças endocrinológicas da Sociedade Brasileira de Pediatria, www. sbp.com.br.;
2. Diabetes Mellitus em crianças: não aumenta risco, só se com aumento da glicemia >108mg/dl. Obesidade grave e moderada com hipertensão/diabetes: risco aumentado devido ao estado pró-inflamatório. Doenças da tireoide: risco aumentado nos em uso quimioterapia/corticoides e nos estados de hipo e hipertireoidismo.
3. Vitamina D: não confere proteção a Covid-19. Prevenção de deficiência: exposição solar por 15 minutos, braços e pernas. Sd. Cushing: risco aumentado; em reposição de corticoide – aumentar dose.
4. Sem evidências de complicações endócrinas diretas decorrentes da Covid-19 em crianças. Relatos de descompensação por dificuldade de continuidade do atendimento ambulatorial. Telemedicina como alternativa ao atendimento.
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Resumo 2
08/05/2020
Tema: Sistema Imunológico: Defesa contra infecções virais e Covid-19
Palestrante: Prof. Dr. Mario Geller (Academia de Medicina do Rio de Janeiro – AMRJ)
1. Resposta imune ao vírus: imune e adaptativa. Definida pelo genoma e adaptação ao ambiente – epigenética; SNIPs – mutações de bases nitrogenadas simples – suspeita em casos de Covid-19.
2. Resposta imune exacerbada – Tempestade de citocinas: principalmente IL6, participa da fisiopatologia da SARS, como na Covid-19. Possibilidade de alvo de tratamento: Tociclizumab (anticorpo anti-IL6). Corticoides – não há evidência subsidiando o uso.
3. Anticorpos produzidos e proteção contra a Covid-19: sem respostas sobre a IgG, se protetora e por quanto tempo.
4. Outras terapias em teste/potenciais: Plasma de recuperados (IgG), anticorpo anti IL-1 (Canaquinumab),vacinas (em andamento).
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Resumo 1
04/05/2020
Tema: Diagnóstico, monitorização e tratamento em televideoconsulta ao paciente afetado com Covid-19
Palestrante: Prof. Dr. Nando Campanella (De MartinisTelemedicinePanel. Grupo Ibero e Ibero Americano da Sociedade Internacional de Telemedicina e e-saúde)
- Experiência na Itália com 136 pacientes. 70 Covid-19: 6% (04) internados, 1,4% (01) UTI, 0 óbitos.
- Preparo: Treinamento da equipe de atenção básica, disponibilização de serviço de consultoria especializada em Covid-19, vídeos orientação para família.
- Modelo: 1. Paciente solicita atendimento e aceita participação; 2. Solicitação da consultoria; 3. Consultoria define qual plataforma será utilizada; 4. Consulta com vídeo (frequência variável, prontuário eletrônico disponível no sistema);
- Monitorização clínica, coleta de exames quando indicado, prescrição eletrônica (farmácia interligadas), disponibilização de oxigenioterapia e antibióticos parenterais.
- Limitações no Brasil: plataforma virtual, registro eletrônico dos pacientes, conexão com farmácias. Na Itália: dificuldade de realização de exames.