Notícias
DOADOR VOLUNTÁRIO
Equipe de hematologia lembra a importância das doações de sangue para manutenção do estoque de bolsas
A médica Mariza Mota, paciente Daniel Lucas e enfermeira Camila Araújo
Em 25 de Novembro é comemorado o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. A data homenageia anualmente as pessoas que reservam um tempo em suas rotinas para doar sangue e, consequentemente, salvar vidas. E quando dizemos que doar sangue salva vidas não se trata de nenhum exagero ou metáfora. Daniel Lucas, 19, paciente do HU-UFJF/Ebserh, é um dos exemplos de vida preservada devido às transfusões de sangue.
O jovem, natural da cidade de Muriaé, Minas Gerais, revela que foi diagnosticado com aplasia medular aos 17 anos, sendo necessário realizar transfusões de sangue e plaquetas semanalmente. “Sem os doadores voluntários, eu certamente não estaria aqui. Eu não conseguiria estar vivo até o transplante de medula”, enfatiza.
Daniel recebeu o transplante de medula óssea, mas, até o procedimento acontecer, diversas transfusões de sangue originárias de doadores do estoque do Hemominas Juiz de Fora foram realizadas para que o jovem pudesse manter suas condições de vida. A enfermeira do setor de Hematologia do HU-UFJF/Ebserh, Camila Araújo, aponta que no período de maio de 2017 a junho de 2018 Daniel passou por 123 transfusões, perfazendo 328 doadores.
A professora do curso de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora e médica responsável pela Agência Transfusional do HU-UFJF/Ebserh, Mariza Mota, destaca que o estoque de sangue fica em situação crítica em períodos festivos, principalmente nos que estão por vir: Natal, Ano Novo e Carnaval. Portanto, é fundamental a mobilização para doações nestas épocas do ano, uma vez que a queda no número de doadores voluntários impacta diretamente na rotina dos pacientes.
Daniel ainda recorda as vezes que chegou em Juiz de Fora e precisou retornar para Muriaé por falta de bolsas de sangue. “Era extremamente difícil, porque é uma viagem um pouco longa e no dia seguinte eu ainda precisaria voltar, porque eu não poderia ficar sem a transfusão. Além de ser cansativo eu também ficava com muito medo de não conseguir realizar o procedimento no dia seguinte pela falta de bolsas”, lembra.
Existem diversos mitos e medos em relação à doação de sangue, dentre eles, o receio de contrair alguma doença infecciosa durante a coleta. No entanto, a doação é segura e incapaz de prejudicar a saúde do doador ou paciente. A médica Mariza Mota elucida estas questões: “A doação de sangue é permitida para homens quatro vezes ao ano, com intervalo de dois meses entre as doações e, para mulheres, três vezes ao ano com intervalo de três meses entre as doações. Uma vez que a pessoa doa, ela não é obrigada a doar novamente, isso é um mito. O ato é voluntário e o procedimento não afeta a saúde do doador”.
A médica também destaca que para doar sangue é necessário seguir algumas regras determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A pessoa precisa ter entre 16 e 69 anos, peso acima de 50 quilos, não possuir Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV, além de estar bem alimentado e descansado no dia da doação. É importante destacar que, pessoas com idade superior a 60 anos, só podem doar caso já tenha realizado doação anteriormente. Caso o doador em potencial esteja gripado, ele deve esperar no mínimo sete dias para poder doar sangue. Mulheres no puerpério precisam aguardar entre 90 e 180 dias após o parto para doarem sangue. Quanto às pessoas que possuem hipertensão e fazem uso de medicamentos de forma regular, a médica aponta a necessidade de suspender o uso do remédio na data da doação, de forma que não cause prejuízos ao doador.
Doações
Os doadores devem levar carteira de identidade ou qualquer outro documento de identificação com foto no dia da doação. Para menores de 18 anos, existe a necessidade de apresentar, além da documentação, um termo assinado pelo responsável legal autorizando o procedimento. Todos os doadores devem responder à um questionário e passar por uma triagem, que visa garantir a qualidade do sangue ofertado aos pacientes.
Em Juiz de Fora, o hemocentro responsável pela coleta de sangue é o Hemominas Juiz de Fora, localizado na Rua Barão de Cataguases, S/N. O serviço também possibilita o agendamento de doações, que pode ser realizado pelo telefone 155 – Opção 1, através do site do Hemominas: www.hemominas.mg.gov.br ou pelo aplicativo "MG APP", disponível na play store, Apple Store e Windows Phone. Pessoas que realizam agendamento prévio possuem prioridade no atendimento.
A doação de sangue é extremamente necessária para a manutenção dos estoques no Hemominas, possibilitando o atendimento a diversos pacientes que precisam de transfusão, tanto do HU-UFJF/Ebserh, quanto de outras Instituições de saúde.
Daniel Lucas ressalta a importância do ato: “Doar sangue é o maior ato de amor que alguém pode fazer pelo seu próximo. A pessoa estará doando algo que a outra precisa para continuar vivo, e isso é gratuito e seguro. A quantidade de sangue retirada salva mais de uma vida, pode salvar de três a quatro, e não prejudica em nada a saúde de quem doa. Eu agradeço a cada doador voluntário que me ajudou a estar aqui hoje, pois se eu estou vivo, foi graças a cada doação.”.
As doações também podem ser feitas em nome de Instituições de saúde, como o HU-UFJF/Ebserh. Neste caso, o doador deve informar, no momento do atendimento inicial, que está doando em nome do Hospital Universitário.
Bolsista: Nayara Martins