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FORMAÇÃO PROFISSIONAL
CAPS Liberdade é diferencial na formação de residentes e alunos no HU-UFJF
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Liberdade tem sua importância reconhecida pela assistência a usuários com quadros graves, moderados e leves, assim como pelo ensino.
Sabrina Barra, responsável pela Unidade Psicossocial do HU-UFJF, assegura que há uma troca mútua entre profissionais, alunos e residentes na área da saúde e afins, pois a saúde mental acaba sendo transversal a muitas áreas. “Os alunos se beneficiam de estarem aqui nesse espaço, um espaço da universidade para isso, e que precisa também desse olhar plural, multiprofissional, então acho que, para eles, é interessante essa oportunidade de formação e, para o serviço, a circulação dos alunos traz um vigor, faz a gente querer inovar. Existe um trabalho também de acompanhamento do aluno que o profissional precisa fazer e, a partir dessa relação que se estabelece, que todos estão se beneficiando, vão surgindo novos projetos, que vão rebater no usuário, é por essa presença que o serviço ganha uma força maior”, comemora.
Mesma opinião tem Alexandre de Rezende, médico, professor e supervisor do programa de residência médica em psiquiatria: “Essa é uma questão interessante, porque, se a gente for pensar principalmente no profissional que terminou a residência e quer partir para o mercado de trabalho, em termos de serviço público, a grande oferta de serviço são os CAPS Brasil afora, o grande dispositivo de assistência. Isso, de alguma forma, é um ganho. Nós organizamos a residência hoje, de uma maneira tal, que o residente, no segundo ano, tem uma vivência. E é uma vivência diferenciada? Acho que sim, ele tem de alguma forma uma imersão no CAPS, talvez esse seja o grande diferencial, a gente tem essa preocupação de que eles tenham uma formação de fato multi, da necessidade do trabalho em equipe, acho que a gente consegue oportunizar esse diferencial para eles”, pontua.
Outro diferencial citado pelo médico é a grande inserção do serviço na rede: “O CAPS está inserido na rede de saúde, somos responsáveis por uma área, nosso residente tem essa visão da rede, de inserção, de estar na atenção primária, de trabalho de interlocução e compartilhamento do cuidado com a atenção primária, da Unidade Básica de Saúde, que novamente traz o retrato da realidade, ele vai sair e saber ter esse diálogo com a atenção primária”, destaca.
Alexandre disse receber relatos dos alunos de estágio bem interessantes sobre a experiência deles na oficina terapêutica. A grande maioria, segundo ele, diz ser uma atividade interessante, que traz um viés de humanização na formação, a possibilidade de ver o paciente fora do contexto médico, da consulta, e percebendo o papel do CAPS de reinserção social, resgate da autonomia dos pacientes e para a formação médica do residente. Segundo o professor, “é aquela lógica: nós somos um ente público e temos a nossa grande missão de formar profissionais, recursos humanos para o próprio SUS, e acho que, na saúde mental, a gente consegue atingir esse propósito”.
Projetos
A responsável pela Unidade Psicossocial do HU-UFJF, Sabrina Barra, diz que as metas são proporcionar estágios curriculares para as áreas de psicologia e enfermagem, além do serviço social já existente.
Outro projeto é incrementar a produção acadêmica. Sabrina lembra que os residentes da multi normalmente produzem os trabalhos de conclusão de curso a partir de experiências ou projetos desenvolvidos no CAPS, e sempre são promovidos eventos acadêmicos envolvendo a instituição, o HU, a universidade, a rede de saúde mental e a comunidade.
Alexandre de Rezende também destaca a importância da pesquisa. Os alunos sempre são estimulados a apresentarem trabalhos em congressos, “a gente sempre tem essa preocupação de tentar implantar pesquisa, fazer ciência de fato”, assegura. Mas, conforme o médico, há espaço para incrementar a pesquisa com as experiências do trabalho no CAPS. “Nos últimos anos, até colocamos como exigência, para o residente na psiquiatria, algum tipo de publicação apresentada em congresso, acho que isso talvez seja um primeiro passo para fomentar e motivar pesquisas”, salienta.
Para o superintendente do HU-UFJF, Dimas Araújo, a importância do HU ter um CAPS está na conjugação desses três fatores: assistência, ensino e pesquisa, sendo a instituição totalmente inserida na rede de atenção de saúde mental da cidade.
Como ter acesso ao CAPS
Para atendimento no CAPS, é necessário um encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde. Apenas em casos específicos, mais graves, o encaminhamento é feito diretamente pelos CREAS ou HPS.