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MARÇO AMARELO
HU-UFJF atende mais de 400 pacientes com endometriose por ano
Em funcionamento desde 2018, o Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh) atende mais de 400 pacientes anualmente. São mulheres com dores crônicas e dificuldade de engravidar. A equipe multidisciplinar conta com médica ginecologista, fisioterapeuta pélvica, nutricionista, anestesiologista e psicóloga.
No ambulatório são realizadas ressonância nuclear magnética com preparo para endometriose e videolaparoscopia em casos de infertilidade relacionada a endometriose peritoneal. O Ambulatório de Endometriose dispõe de profissionais para realização de cirurgias mais complexas, como cirurgias para tratamento de endometriose infiltrativa por videolaparoscopia. No entanto, há necessidade de contratualização com o gestor SUS para a realização de procedimentos cirúrgicos mais complexos.
Entenda a doença
A endometriose é uma condição médica que afeta muitas mulheres em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva estima que uma em cada dez mulheres sofre com a doença, sendo que 57% delas têm dores crônicas e mais de 30% dos casos podem repercutir com infertilidade. Esses números destacam a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado, por isso o Março Amarelo é o mês de conscientização da endometriose.
Sintomas
A dor pélvica crônica é o sintoma principal e muitas vezes a queixa mais comum. Algumas pessoas podem, ainda, experimentar, no caso da endometriose profunda, dor durante ou após o sexo (conhecida como dispareunia), dor durante a menstruação, sangramento menstrual irregular, dor ao urinar ou evacuar e infertilidade.
“Porém existem pacientes assintomáticas. O diagnóstico é realizado por meio da abordagem clínica, dos exames físico e de imagem, que pode ser o ultrassom transvaginal e a ressonância de pelve com preparo intestinal, ambos realizados por profissionais especializados”, explica a médica Luzia Salomão, chefe do Ambulatório de Endometriose do HU-UFJF. A instituição recebe pacientes encaminhadas pelas Unidades Básicas de Saúde.
A médica ressalta que a doença impacta, por causa desses sintomas e locais de acometimento, a qualidade de vida das mulheres, comprometendo a vida afetiva, profissional e psicológica dessas pacientes. Foi o que aconteceu com a enfermeira do HU-UFJF, Juliana Nazaré, que recebeu o diagnóstico há cerca de três anos.
Ela conta que sentia muitas cólicas abdominais, cansaço e dores ao ter relações sexuais, o que a obrigava a fazer uso de analgésicos com frequência. “Sempre realizei meu acompanhamento preventivo, porém, ao relatar meu quadro, normalizavam minha dor, como sendo comum no período menstrual. Até que evolui para dor ao urinar e foi necessário aprofundar a investigação, diagnosticando endometriose profunda com acometimento na minha bexiga por meio de uma ressonância magnética”, relata.
Tratamento
Diante dos sintomas ou de infertilidade, há uma presunção diagnóstica, podendo já ser iniciado o tratamento, que depende de vários fatores, incluindo a gravidade dos sintomas, a extensão da doença e os planos de gravidez da paciente.
Entre as opções de controle estão medicamentos como analgésicos, hormonioterapia (pílulas anticoncepcionais) para bloquear a menstruação e controlar os sintomas e inibidores de aromatase, que ajudam a reduzir a produção de estrogênio no corpo, o que pode diminuir o crescimento do tecido endometrial.
Nos casos de endometriose profunda, com focos maiores, primeiro é feito o mapeamento de órgãos atingidos. A cirurgia minimamente invasiva é indicada para remoção de tecido endometrial e aderências. Já histerectomia, em casos graves, consiste na remoção do útero de mulheres que não desejam mais ter filhos.
Terapias complementares como acupuntura, mudança no estilo de vida e dieta, além da prática de exercícios físicos regularmente podem ajudar a controlar os sintomas.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.