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RECONHECIMENTO
Conheça histórias de quem trabalha diariamente para manter o HU-UFJF limpo e acolhedor
Juiz de Fora (MG) – O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), deseja a todos os pacientes, acompanhantes e membros de nossa equipe, um bom ano novo, de muita saúde e realizações. Para celebrar esta data, vamos homenagear quem manteve o hospital limpo e aconchegante para nós durante o ano todo. Essas são algumas histórias de nossa equipe de limpeza, que elas sirvam como uma demonstração de nossa gratidão e valorização pelo seu trabalho.
Um homem e seu carrinho
De segunda a sexta no HU Dom Bosco, um homem sorridente pode ser visto empurrando um carrinho pelos corredores do prédio. Selmo dos Santos Assis, de 61 anos, trabalha coletando, separando e pesando os resíduos do hospital. Ele chega às 7h da manhã e, depois de cumprimentar os colegas e vestir o equipamento adequado para a coleta, sai com seu carrinho em mais um dia de trabalho.
Para separar o material de forma eficiente, Selmo desenvolveu algumas estratégias. Entre elas, a mais importante é: organizar sua rota de acordo com o movimento do HU. “Tem dias que o hospital está tão cheio que eu nem consigo andar com o carrinho, por isso eu sempre começo pelo segundo andar enquanto ele ainda está vazio”, ilustra o profissional da limpeza.
Outro recurso valioso para ganhar tempo é a pré-separação dos resíduos já no carrinho. Em sua mente, Selmo dividiu o carrinho em vários setores, em que pode organizar melhor a coleta para agilizar a segunda etapa do processo. “São detalhes que no dia a dia a gente vai aperfeiçoando”, diz ele, 15 anos trabalhando no hospital.
Esse aperfeiçoamento é mais uma necessidade do que um capricho, porque são quase 200kg de resíduo que passam por seu carrinho ao longo do dia. Mas, da mesma forma que uma coleta inteligente facilita o trabalho da separação, ela também agiliza a organização dos resíduos. E para isso, Selmo conta com seu segundo fiel companheiro, o caderninho de registros. Nele ficam anotados quantos quilos de lixo chegaram, quais foram para reciclagem e quais têm riscos de contaminação. Sem esse controle, o hospital poderia acabar desperdiçando dinheiro na hora de pagar as empresas que recolhem esse material para reciclagem ou para o devido descarte.
O trabalho não é pouco, muito menos fácil. Selmo lida todo dia com resíduos de todo tipo, e especialmente pelos atendimentos realizados no ambiente hospitalar, alguns podem ser bem desagradáveis. Mas ele reforça: “eu fico gratificado, porque tem resíduos que deixam odores fortes e, se não forem retirados, impedem as pessoas de fazerem o trabalho delas. Eu saio de casa com muito orgulho sabendo que eu estou ajudando”.
Mais que colegas
Três anos atrás, chegaram na equipe de limpeza do HU Dom Bosco duas novas integrantes com o mesmo sobrenome. Mas isso não foi coincidência do destino, Maria José Honório, de 56 anos, e Valdirene Maria Honório, de 45, são colegas de trabalho e irmãs. Elas realizavam a limpeza de uma instituição bancária antes do HU, mas foram realocadas para o hospital em plena pandemia. “No começo, foi muito assustador, porque a gente nunca tinha trabalhado em hospital. No primeiro dia, eu até chorei”, confessa Maria.
As duas passaram os primeiros dez meses na limpeza da Superintendência, uma área administrativa. O contato direto e frequente com os pacientes veio só depois desse período, quando Maria foi realocada para cuidar do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Valdirene ficou responsável pelos banheiros do HU Dom Bosco. Elas contam que esses primeiros meses com a equipe administrativa ajudaram a se adaptarem, pois era parecido com o local onde trabalhavam antes. “A gente tem muito o que agradecer ao pessoal do HU, fomos muito bem recebidas aqui”, comenta Maria.
O trabalho de limpeza tem suas dificuldades em qualquer setor, mas manter os banheiros de um hospital de três andares higienizados não é para qualquer um. “Eu chego a limpar o banheiro do ambulatório do segundo andar três vezes ao dia, mas o do primeiro, que fica em frente à cantina, eu limpo quatro ou até cinco vezes por dia quando tem uma emergência”, relata Valdirene.
Maria, que realiza a limpeza do Caps, também teve que se adaptar aos desafios do novo ambiente. Ela explica se tratar de um ambiente diferente do restante do hospital, com um atendimento diferenciado. Para realizar a limpeza adequada, é preciso levar em consideração as especificidades do local e dos usuários do serviço.
Esses desafios, por mais difíceis que sejam, são necessários para o funcionamento das duas instituições. Segundo o infectologista do HU-UFJF, Rodrigo Daniel de Souza, “a limpeza e a desinfecção de superfícies proporcionam a sensação de bem-estar, segurança e conforto para pacientes, familiares e para a equipe. Além disso, são fundamentais para o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, garantindo superfícies limpas, com menor número de microrganismos, e adequadas para os tratamentos”. As irmãs complementam a fala do médico destacando que o trabalho de limpeza ainda é pouco valorizado. “Já pensou você chegar no seu local de trabalho e estar tudo sujo? Ninguém conseguiria trabalhar assim”, reflete Maria.
Carinho que dá forças
Por mais que os desafios sejam muitos, há quem ache isso emocionante. Tatiane da Conceição Rocha, de 38 anos, está desde 2021 na equipe de higiene e limpeza do HU Santa Catarina. Ela é responsável por cinco quartos de enfermaria que, a depender do fluxo de pacientes e suas necessidades, precisam ser limpos mais de uma vez ao dia. “Eu gosto de desafios. Quando eu entrei no hospital, ele pareceu um desafio e tanto, especialmente pelo tamanho. Mas logo eu vi que com carinho e dedicação dava para encarar sem problemas, até porque o ambiente aqui é muito agradável”, diz Tatiane.
Como lida diretamente com ambientes onde os pacientes repousam, é inevitável esse contato criar conexões fortes. “A gente se apega muito a alguns pacientes, especialmente os que ficam mais tempo com a gente. Eu, inclusive, já visitei uma paciente que teve câncer, porque acabei me aproximando muito dela e da filha enquanto elas estavam aqui no hospital”, relata.
América Rodrigues Simões, de 60 anos, também integra a equipe do HU e vive uma experiência parecida com a de Tatiane. Dos seus 14 anos no hospital, a profissional da limpeza passou a maior parte do tempo no setor de internação da pediatria na unidade Santa Catarina. “Eu acho meu trabalho muito importante, especialmente porque eu vejo as crianças quase como se fossem meus netos. Esse carinho que a gente cria até ajuda a fazer o trabalho ainda mais bem feito”, comenta a profissional da limpeza que planeja continuar no setor até se aposentar.
Um esforço contínuo
Para que os profissionais da limpeza possam executar suas funções de forma satisfatória, existe um grande trabalho de organização realizado pelo Setor de Hotelaria Hospitalar. Até porque, além da limpeza e coleta de resíduos, o setor também é responsável pela parte de nutrição, rouparia, dedetização, ambulância (deslocamento de pacientes) e gestão de descanso dos plantonistas.
A chefe do setor, Miriam Brandão, reforça que “a Hotelaria Hospitalar não é sinônimo de luxo, mas sim de conforto e qualidade, através da inclusão dos serviços hoteleiros no hospital, associando serviços de apoio aos serviços específicos, respeitando as regras, funções e especificidades do ambiente hospitalar. É isso que tentamos fazer aqui no HU-UFJF: a satisfação de todas as necessidades do paciente SUS”, finaliza.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação
Rafael Malagoli e Esther Teodoro (estagiários) sob supervisão de Alessandra Gomes