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CORAÇÃO
Médica explica cardiopatias congênitas e tratamentos
As cardiopatias congênitas são problemas na estrutura e/ou na função cardiocirculatória do coração, presentes antes mesmo do nascimento, e afetam um em cada 100 bebês.
Anualmente, cerca de 30 mil crianças nascem com algum problema no Brasil e aproximadamente 40% (ou seja, 12 mil crianças) precisam de cirurgia ainda no primeiro ano de vida, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Fatores ambientais e genéticos podem contribuir para o desenvolvimento da cardiopatia congênita. “Os fatores ambientais comuns incluem doenças maternas, como diabetes, rubéola, lúpus eritematoso sistêmico, ou ingestão materna de agentes teratogênicos, como lítio, isotretinoína, anticonvulsivantes. A idade materna é um fator de risco conhecido para certas doenças genéticas, sobretudo Síndrome de Down, que podem incluir cardiopatias”, explica a cardiologista pediátrica Mariana de Oliveira, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh).
Ela ressalta que uma gestação com um bom acompanhamento obstétrico, todos os cuidados maternos, revisão de medicamentos, com ajustes e substituição de drogas sabidamente teratogênicas e comorbidades pré-gestacionais regularizadas podem contribuir para a prevenção de certos defeitos cardíacos congênitos.
Exames importantes
Há diversos exames que podem auxiliar na detecção de cardiopatias congênitas. Os mais importantes são a triagem neonatal por oximetria de pulso (entre 24h e 48h de vida), exame físico cardíaco, ecocardiografia, ECG e radiografia de tórax. “Ocasionalmente, angiografia cardíaca com ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), cateterismo cardíaco com angiocardiografia. Estes exames colaboram com a definição do tipo de tratamento necessário”, complementa a especialista.
Tratamentos
O tratamento das cardiopatias congênitas pode incluir o uso de medicamentos e procedimentos como cateterismo e cirurgias. “Estabilização clínica da insuficiência cardíaca, por exemplo, com diuréticos, inibidores da ECA, betabloqueadores, digoxina, espironolactona, restrição de sal e, em casos selecionados, suplementação de oxigênio ou prostaglandina E1). A terapia definitiva geralmente requer a correção do problema de base”, afirma Mariana.
Os defeitos cardíacos englobam desde os mais simples até os mais complexos, então todas as fases são essenciais, desde o diagnóstico, até o procedimento intervencionista ou cirúrgico, e o tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na enfermaria. O acompanhamento da criança cardiopata deve ser realizado por um especialista. Desta forma, todas as complicações são acompanhadas, medicações pós-correção e reintervenções, se necessário.
“Isso aumenta as chances de um resultado positivo e contribui para uma melhor qualidade de vida. As cardiopatias acianóticas costumam ser curativas, podendo não ficar defeitos residuais, e as cardiopatias complexas atualmente têm técnicas cirúrgicas que evoluíram muito nos últimos anos, trazendo uma maior sobrevida, com as crianças crescendo, desenvolvendo e chegando na fase adulta, levando a uma vida mais próxima do normal possível”, conclui a médica.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.