Notícias
INFECÇÃO
Dia Mundial da Sepse: Brasil tem alta taxa de mortalidade por sepse entre os países em desenvolvimento
A cada ano, a sepse é responsável por, pelo menos, 11 milhões de mortes no mundo. No Brasil, são registrados cerca de 400 mil casos de sepse em pacientes adultos por ano. Desse total, 240 mil morrem, um índice de 60%. Entre as crianças, o número anual de casos é de 42 mil, dos quais 8 mil não resistem, representando um percentual de 19%. O quadro atual mostra que o Brasil tem uma taxa de mortalidade por sepse bem maior do que os países em desenvolvimento, indicando ser necessário haver mais atenção ao problema e mais agilidade no diagnóstico.
Para conscientizar a população sobre a doença e reforçar aos profissionais de saúde a importância de agir rápido nesses casos, o dia 13 de setembro foi instituído como Dia Mundial da Sepse.
A data foi proposta pela Aliança Global para Sepse (Global Sepsis Alliance) em 2012 e, desde então, eventos são realizados com o objetivo de aumentar a conscientização sobre sepse em todas as partes do mundo. No Brasil, durante todo o mês de setembro, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) coordena as ações desta campanha voltadas tanto para profissionais da saúde quanto para o público geral, levando conhecimento para a população, acrescenta Renata Fiuza, chefe da Unidade de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh).
Este ano, o tema da campanha é “Antibióticos: muito além da primeira hora”. O objetivo é lembrar que, além de iniciar o tratamento na primeira hora, a equipe de saúde precisa permanecer ao lado do paciente, acompanhando a evolução do quadro e fazendo as intervenções necessárias.
Antes conhecida como infecção generalizada ou septicemia, a sepse é uma resposta inadequada do próprio organismo contra uma infecção em qualquer órgão do corpo. Essa infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários, e gera uma inflamação para tentar combater o agente infeccioso. Porém, essa resposta pode comprometer o funcionamento de vários órgãos, levando ao que é chamado de disfunção ou falência múltipla de órgãos. Os pacientes podem desenvolver a sepse durante uma internação hospitalar ou chegar ao hospital já em quadro séptico provocado por problemas comuns, como infecção urinária ou pneumonia.
Embora qualquer pessoa possa desenvolver a sepse, pacientes com baixa imunidade e com doenças crônicas têm um risco maior, incluindo prematuros, crianças com menos de um ano, idosos acima de 65 anos, pessoas com câncer, HIV, insuficiência cardíaca ou renal e diabetes. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, normalmente com uso de antibiótico, são fundamentais para definir o desfecho do caso. O ideal é que as medidas iniciais sejam tomadas na primeira hora de infecção. A chamada “hora de ouro” é fundamental para evitar o comprometimento do organismo, principalmente de órgãos vitais, além de prevenir sequelas, como lesões renais, cardíacas e neurológicas.
No HU-UFJF, houve visitas nas unidades para orientações e divulgações do protocolo da sepse da instituição. Também no próximo dia 28 de setembro, às 10h, no auditório Gilson Salomão, Unidade Santa Catarina, está agendada uma palestra com o infectologista Breno Almeida de Souza, do Serviço de Controle de Infecção Relacionada a Assistência à Saúde (SCIRAS), para divulgação do protocolo de sepse.
Rede Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde novembro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Unidade de Imprensa e Informação Estratégica 2 - Coordenadoria de Comunicação Social