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NOVEMBRO AZUL
Novembro Azul é momento de homens irem ao médico para avaliar a saúde de forma geral, não só a próstata
O mês de novembro é conhecido internacionalmente como uma data de conscientização sobre a prevenção ao câncer de próstata. No Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh), o Serviço de Urologia atende diversas doenças, inclusive oncológicas, como câncer de rim, bexiga e próstata. No entanto, em 80% dos casos, a doença da próstata que mais acomete os homens é a hiperplasia prostática benigna, um aumento benigno da próstata, que causa desconfortos, como mais vontade de urinar, jato urinário fraco e às vezes sangramento e infecção.
Como explica o médico responsável pelo Serviço de Urologia do HU, Humberto Lopes, durante a pandemia as pessoas tiveram menos acesso a consultas, exames e cirurgias em todo o sistema de saúde. “Com certeza as pessoas foram menos ao médico e isso vai afetar a tentativa de um diagnóstico mais precoce do câncer de próstata, mas o HU está aberto, recebendo os pacientes”, reforça.
No Hospital Universitário, o paciente é atendido no ambulatório, faz o exame físico e o PSA. Para o diagnóstico do câncer de próstata, o ideal é fazer os dois, porque o PSA pode estar normal e, no toque, diagnosticam-se cerca de 20% das suspeitas do câncer de próstata, afirma Humberto Lopes. “De acordo com os achados de um e de outro, o médico decide se vai fazer biópsia no caso de nódulo. Essa biópsia é feita aqui no HU também, com ultrassom. O paciente toma anestesia e o exame é feito junto com o radiologista. Os fragmentos retirados são enviados para o patologista que vai dizer se tem câncer ou não”, esclarece.
O médico afirma que o Novembro Azul é uma oportunidade dos homens procurarem o médico para uma avaliação geral da saúde: diabetes, tabagismo, doenças do fígado, alcoolismo, doenças cardiológicas, entre outros. “A gente sabe que estatisticamente os homens vivem sete anos a menos que as mulheres exatamente por serem mais agredidos por outras condições de saúde durante a vida e pela dificuldade de irem ao médico com mais frequência”, alerta o urologista.
A boa notícia é que diminuiu nos últimos anos o preconceito dos homens procurarem o médico para a realização do exame de toque, a partir do amadurecimento e esclarecimento da população. “A gente sabe que ainda tem dificuldade, os homens brasileiros ainda são conservadores e preconceituosos, mas as campanhas de orientação, a mídia, a Sociedade Brasileira de Urologia, de cancerologia, além da participação da família têm ajudado a fazer com que os homens visitem o médico”, comemora o urologista. Quando o diagnóstico é precoce, em 90% das vezes o câncer é curável.
No caso de um diagnóstico de câncer de próstata, as pessoas não devem ficar assustadas, pois existem inúmeros novos tratamentos, ressalta Humberto Lopes. O tumor é classificado em baixo risco, risco intermediário e alto risco, de acordo com os achados do patologista. Risco intermediário é tratado geralmente com radioterapia ou cirurgia. E existe uma proporção grande de paciente com tumores de baixo risco, quando é feito um acompanhamento, uma vigilância ativa, com a realização periódica de exames, evitando o tratamento e as sequelas da cirurgia e de radioterapia. Já no caso de doença grave, há a indicação da cirurgia por parte do urologista.
Educação na promoção da saúde
No HU-UFJF/Ebserh também houve salas de espera com os pacientes para um trabalho de educação em saúde. “A atividade da sala de espera é muito importante porque é uma atividade educativa, bem significativa para o impacto na promoção da saúde. É um momento de interação entre profissionais, estudantes e usuários, que se sentem bem acolhidos enquanto aguardam seus procedimentos”, assegura a professora da Faculdade de Enfermagem da UFJF Maria Tereza Bahia.
É um momento importante para usuários e alunos: o usuário se tornar um agente ativo, sendo estimulado a cuidar da sua própria saúde, procurando atendimentos para a prevenção, o que a gente vê como muito importante no impacto na prevenção dos agravos, afirma a professora. Já para os alunos, é um momento em que eles têm a oportunidade de desenvolver uma das dimensões do cuidar, que é o educar, da educação em saúde que impacta a promoção da saúde. Ali eles trabalham a escuta, a interação com o usuário e desenvolvem essa habilidade da prática educativa, tão importante na nossa prática da enfermagem, explica a docente.
Assim como no Outubro Rosa, no Novembro Azul profissionais e alunos realizaram a sala de espera nos ambulatório do 1º e 2º andares e Métodos Gráficos na Unidade Dom Bosco. “A gente sabe que o homem tem mais dificuldade em procurar o atendimento, especialmente pelo constrangimento do exame de toque, daí a dificuldade em fazer a prevenção. Na sala de espera, falamos um pouco sobre a data, o que é o câncer de próstata, quais são os sinais e sintomas, fatores de prevenção para qualquer tipo de câncer, entre outras informações relevantes sobre o assunto. Focamos bastante na prevenção e ficamos abertos na escuta de perguntas e dúvidas, muitos ficam envergonhados e nos procuram depois para perguntas particulares, e nós sempre fazemos o encaminhamento e a orientação individual quando necessário”, conclui a professora Maria Tereza.
Saiba mais sobre a prevenção ao câncer de próstata
Quando os homens devem começar a fazer o exame de próstata?
Normalmente o homem deve procurar um urologista para a prevenção a partir dos 50 anos. Para as pessoas negras, com antecedentes na família, pai, irmãos, tios, a consulta pode acontecer a partir de 45 anos. Existe um grupo menor, de 10% das pessoas, que têm câncer de próstata hereditário. Nesses casos, aconselha-se a partir dos 40 anos.
O que é prevenção primária e secundária?
A prevenção de ir ao médico, fazer o exame físico, que é o toque retal, o PSA e a biópsia (quando indicada), é a chamada prevenção secundária. Por outro lado, a prevenção primária relacionada a qualquer doença envolve medidas que vão diminuir as chances de evitar diversos tipos de câncer. Envolve dieta balanceada, evitar gordura animal em excesso, procurar fazer atividade física e não fumar.
Acesse o folheto da Sociedade Brasileira de Urologia AQUI