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TRANSPLANTE
Hospital Universitário realiza com sucesso transplante de medula óssea com doador parcialmente compatível
Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) acaba de realizar com sucesso um transplante de medula óssea a partir de doadores haploidênticos, ou seja, pessoas da mesma família com uma composição genética parcialmente compatível. A técnica permite aumentar a chance de encontrar doadores entre familiares, dando mais agilidade ao processo.
O médico hematologista Abrahão Hallack, responsável técnico da Unidade de Transplante de Medula Óssea do HU, conta que a técnica de transplante haploidêntico já foi utilizada na instituição e está sendo retomada agora, com toda a segurança, após a reforma da enfermaria. O médico explica que demorou a ser encaminhado um paciente com os requisitos necessários para essa modalidade de transplante.
“É um tipo de transplante que dá mais rejeição e risco infeccioso, por isso deve ser utilizado em situações especiais. Também estamos dando passos concretos para, se for necessário, fazer transplante com doadores de banco”, explica.
A contemplada com o tratamento foi a jovem Ana Carolina Reis, de 27 anos. Ela descobriu a leucemia há um ano e fez o transplante de medula óssea no HU, onde ficou internada por dois meses. Agora, já em casa e bem de saúde, diz que o tratamento foi rápido, e os procedimentos, bem feitos: “os profissionais são nota 10, todos ótimos, e os médicos e enfermeiros excelentes”. Ana Carolina está feliz em ter tido alta e estar ao lado da filha, “minha volta pra casa está sendo ótima, estava com saudades da minha filha de 8 anos, foi muito bom vê-la”, comemora.
Quase 500 transplantes já realizados
Durante a pandemia, o serviço de transplante de medula óssea não teve suas atividades paralisadas, chegando hoje a quase 500 transplantes. “É um serviço de caráter nacional, que nasceu de um desejo de professores, mas pertence ao Hospital Universitário. É um diferencial para o hospital e está inserido no que chamamos de procedimentos de alta complexidade dentro do sistema público de saúde: tem aluno de mestrado e doutorado aqui, de diferentes cursos”, ressalta Abrahão.
Esse número é muito representativo, destaca o responsável pela Unidade de Hematologia e Oncologia, Igor Andrade. “Primeiro, pela superação”, pontua: “São muitos obstáculos que precisam ser vencidos para o tratamento. Segundo, realização, satisfação em saber que conseguimos prover para nossos pacientes um atendimento de qualidade, que podemos contribuir para a melhora da qualidade de vida deles e, principalmente, na esperança de um amanhã. Como falei, são muitos obstáculos a serem superados, tratamento em que há um risco para a vida do paciente. Cada um que recebe alta é uma vitória para todos. Também para o ensino, o serviço já contribuiu para teses de mestrado e doutorado”.
O Hospital Universitário recebe pacientes de todo o país, e os encaminhamentos são por meio de outros serviços. Pode ser do Brasil como um todo, mas prioritariamente nossos pacientes são de Minas Gerais e Rio de Janeiro, pela proximidade, explica Igor. Os pacientes iniciam o tratamento para a neoplasia hematológica em outros centros de transplante e são encaminhados, não há central de vaga.
A estrutura de atendimento conta com cinco leitos e um hospital dia credenciados. A estrutura de enfermagem é um diferencial no sentido quantitativo e qualitativo, assim como a equipe de psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, biólogo/biomédico e parte administrativa.
Abrahão Hallack lembra que o serviço tem apoio de estruturas externas de grande importância, como a Fundação Ricardo Moysés Júnior. “É um serviço de alta complexidade e, como tal, requer uma estrutura de assistência em saúde além de um aparato social, que inclui casa de apoio e outros suportes fundamentais.
Hoje, temos uma equipe muito responsável e comprometida com as questões do serviço e com o contexto social e de saúde do paciente. O engajamento e a dedicação para prestarmos a melhor assistência possível diante de todas as dificuldades é o nosso objetivo. O reconhecimento e carinho vindos de nossos pacientes é a premiação de um trabalho bem feito”, conclui Igor Andrade.