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Especialistas explicam que cefaleia tem tratamento e não deve ser negligenciada
Dores de cabeça persistentes precisam ser investigadas para serem diagnosticadas e tratadas.
Brasília (DF) - Cerca de 140 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de dor de cabeça, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia. A doença é uma das sete mais incapacitantes do mundo e é o quarto motivo mais frequente de consultas em unidades de urgência. Por isso, merece atenção para o correto tratamento e controle. E para sensibilizar a população, a data de 19 de maio passou a ser o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, doença que é tratada em ambulatórios específicos em vários hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), beneficiando milhares de pacientes.
Cefaleia é o termo técnico utilizado para dor em qualquer parte da cabeça. Existem mais de 100 tipos delas. “As cefaleias podem ser primárias (aquelas oriundas de uma predisposição genética e são consideradas doenças, como a enxaqueca) ou podem ser secundárias (quando são sintomas decorrentes de outro fator como doenças, uso de medicamentos ou exposição a substâncias)”, explica o neurologista Pablo Coutinho, coordenador do ambulatório de Cefaleia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB).
Como a dor de cabeça é um desconforto que quase todo mundo já passou ou passará, quando é o momento de procurar ajuda? O especialista alerta que quando as dores não passam ou são muito frequentes, é a hora de investigar as causas para chegar ao diagnóstico e determinar o melhor tratamento.
A cefaleia pode ocorrer, ainda, combinada com outros sintomas, como quedas e tremores nas pálpebras; dor intensa com o movimento; sensibilidade a cheiros, sons e luz; tontura; irritabilidade; sensação de latência; e náuseas e vômitos.
A doença não tem cura, mas pode e deve ser controlada. Para isso, a recomendação é a mudança de hábitos para anular os fatores que a desencadeiam como a redução do consumo de alimentos ricos em sal e gordura, cuidado com a qualidade do sono, controle do estresse, uso de óculos com grau correto, prática de atividades físicas, entre outras.
Para casos selecionados e com acompanhamento médico, o controle é feito com medicamentos preventivos, como analgésicos e corticoides. “Para alguns tipos de dor (casos agudos de enxaqueca e para determinadas cefaleias), utilizamos o bloqueio do nervo occipital (na parte de trás da cabeça) com o uso de analgésicos e corticoides para quebrar o ciclo da dor com uma boa melhora dos pacientes”, explica o neurologista Marcos Campos, chefe da Unidade de Sistema Nervoso do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), local que atende pacientes no Ambulatório de Tratamento da Dor de Cabeça.
Os especialistas alertam que quadros de cefaleia podem ser agravados com a automedicação e o uso excessivo de analgésicos. “Esses são os principais fatores que levam uma dor eventual a ficar frequente, além de prejudicar outros órgãos como estômago, fígado e rins. Infelizmente, menos de 5% das pessoas que sofrem com enxaqueca procuram ajuda médica e a grande maioria fica sem diagnóstico e sem tratamento adequado”, ressalta Pablo Coutinho, do HULW-UFPB.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Moisés Holanda, com revisão de Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social / Ebserh