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DIA DIABETES
Dia Nacional do Diabetes é lembrado na próxima quarta-feira (26)
O Dia Nacional do Diabetes (26/06) foi criado pelo Ministério da Saúde (MS) com a finalidade de conscientizar a população sobre os fatores de risco, prevenção, diagnóstico, tratamento e as complicações desta doença. Segundo dados do Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil tem atualmente, em torno de 16,8 milhões de adultos com a doença. A organização prevê que até 2030, o quantitativo de enfermos chegue a 21,5 milhões de pessoas. E, apesar de ser uma velha conhecida da ciência, da população em geral e ter um diagnóstico acessível, o diabetes continua crescente e com alto índice de mortalidade, sobretudo por conta de suas complicações.
No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HC-UFU/Ebserh) é possível buscar atendimento especializado para o diabetes. Ricardo Rodrigues, endocrinologista do HC-UFU/Ebserh alerta para os principais sintomas da doença, “os sinais mais comuns são a poliúria, polidipsia e a polifagia. Ou seja, idas frequentes ao banheiro para urinar, principalmente à noite. Sede excessiva, a pessoa precisa o tempo todo beber água. E, o aumento anormal no apetite. Além desses sintomas, é possível haver perda de peso, sem que a pessoa tenha feito alguma dieta ou tenha restrição alimentar”, afirmou. O endocrinologista alerta também para sinais menos comuns, porém recorrentes do diabetes. “Fadiga sem uma causa específica, dores nas pernas, turvação visual, também podem ser sugestivos para elevação da glicose no sangue e devem ser avaliadas pelo médico”, acrescentou Ricardo Rodrigues.
Dados do IDF apontam que 70% das pessoas só descobrem o diabetes tardiamente, quando já ocorreu algumas das complicações graves da doença, como perda de visão ou problemas cardiovasculares. Neste sentido, Ricardo Rodrigues destaca a necessidade da prevenção. “Pessoas que ainda não estão com os sintomas, ainda assim devem buscar regularmente orientação médica, pois essa doença é silenciosa. Portanto acima dos 35 anos já devem buscar avaliação periodicamente. O cuidado deve ser redobrado quando essa pessoa tem obesidade ou hipertensão. É importante realizar os exames para saber se há alterações na glicose” destacou. Para os indivíduos que já estão diagnosticados com diabetes, a prevenção acontece no sentido de evitar as complicações causadas pela doença. “O diabetes causa complicações graves, principalmente as complicações vasculares, que levam a problemas no coração, no cérebro ou circulatórias periféricas, que levam a amputação de membros, como os dedos dos pés ou pernas. Há também complicações na retina, nos olhos, nos rins, lesões nos órgãos”, alertou o endocrinologista.
Em outra frente de atuação, Betânia Nogueira, nutricionista do HC-UFU/Ebserh chama atenção sobre a adoção de um estilo de vida saudável visando prevenir o diabetes. “Essa prevenção envolve um conjunto de fatores relacionados aos hábitos de vida, como a prática de atividade física, manutenção do peso adequado e a escolha dos alimentos de forma consciente e variada. Uma dieta rica em vegetais, fibras, proteínas magras, baixo teor de açúcar e gordura saturada”, afirmou a especialista. Sobre aquelas pessoas já diagnosticadas com diabetes, Betânia alerta que o acompanhamento nutricional desse paciente consiste na conscientização, investigar o estilo de vida, saber sobre intolerâncias e aversões alimentares, suas preferências pessoais e necessidades nutricionais. “Cada paciente é único, portanto, uma dieta individualizada é de extrema importância para se obter os resultados”, destacou.
A nutricionista ressaltou também que, é possível haver resistência às mudanças necessárias para o controle da glicose, por isso o acompanhamento desse paciente com diabetes requer atenção multidisciplinar, sendo o suporte emocional um aspecto muito valioso neste percurso. “Muitas vezes o acompanhamento psicológico concomitante ao tratamento nutricional é de extrema importância, pois, um paciente diabético necessita de mudanças de comportamento”, finalizou Betânia Nogueira.
O endocrinologista, Ricardo Rodrigues, aborda os tipos básicos do diabetes:
Diabetes tipo 1- “É mais frequente em crianças e adolescentes, porém pode acometer pessoas adultas. É marcado pela destruição das células que fabricam insulina no pâncreas, ou seja, é uma doença autoimune, onde a pessoa cria uma imunidade contra a própria célula do pâncreas levando a destruição dessas células e a não produção de insulina”.
Diabetes tipo 2 – “É o mais frequente na população mundial, se caracteriza por estar associado, geralmente, à obesidade e por ter um fator de resistência do organismo à insulina. Ou seja, o pâncreas fabrica a insulina, entretanto a insulina no individuo não funciona direito, não consegue fazer sua função com eficácia”.
Diabetes gestacional – “Caracterizado por ter o diagnóstico nessa fase, em que a mulher está em gestação, por isso recebe este nome”.
Demais tipos - “São formas mais raras, de pouca prevalência na população. Estão ligadas a alterações genéticas especificas que causam problemas nos receptores de insulina ou resistência extrema à insulina. Portanto, são tipos de diabetes com características peculiares, pois têm sintomas mais específicos que fogem dos tipos mais comuns”.
Serviços especializados no HC-UFU/Ebserh
Ambulatório de diabetes tipo 1 na infância – serviço de atendimento voltado para crianças e adolescentes com atendimento pediátrico e multidisciplinar, com apoio nutricional;
Ambulatório de diabetes tipo 1 para adultos – serviço para pacientes que precisam de tratamento intensivo, fazem contagem de carboidrato, usam bomba de insulina ou insulinoterapia mais avançada.
Ambulatório de endocrinologia – destinado para pacientes com tipos de diabetes raras ou diabetes tipo 2 com complicações graves, em diálise ou insulinoterapia.
O acesso aos serviços é via central de marcação do município, onde esses pacientes são encaminhados de acordo com o quantitativo de vagas para cada ambulatório específico.
Rede Ebserh
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.