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JANEIRO ROXO
Credesh/UFU é referência nacional para cuidado de pacientes com hanseníase
Comemorado sempre no último domingo de janeiro, o Dia Mundial Contra a Hanseníase é uma data que reforça a importância da prevenção e do controle da doença. Conforme informações do Ministério da Saúde, a hanseníase, uma das enfermidades mais antigas do mundo, é infecciosa e contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. A doença tem capacidade de afetar a pele e os nervos periféricos e também de ocasionar lesões neurais. Por essa razão, em função do seu alto poder incapacitante, torna-se imprescindível a conscientização acerca da gravidade da doença e a sua consequente prevenção.
Carregada por estigmas e preconceitos, muitas vezes a hanseníase é um assunto negligenciado e silenciado. Pensando nisso, a campanha deste ano contra a doença, que perdurará durante todo o mês de janeiro, escolheu como tema o chamado: “Precisamos falar sobre hanseníase”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), somente no Brasil, são detectados 30 mil novos casos da doença todos os anos. Com dados tão alarmantes, o enfrentamento da hanseníase não é somente uma questão individual da pessoa acometida pela enfermidade, mas uma problemática que envolve toda a sociedade.
Em Uberlândia, o atendimento e acolhimento de pessoas com hanseníase é realizado pelo Centro de Referência Nacional em Hanseníase/Dermatologia Sanitária, o Credesh/UFU. Dentre as atividades realizadas pelo Centro, estão: hansenologia, dermatologia sanitária, cirurgia dermatológica, fisioterapia, terapia ocupacional, oficina de órteses, cirurgia ortopédica, psicologia, infectologia, neurologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, enfermagem, serviço social e odontologia.
Localizado em no bairro Jardim Brasília, na Rua Capricórnio, nº 94, ao lado da UBSF Jardim Brasília I, o Centro é um serviço de referência nacional em Dermatologia Sanitária e Hansenologia, oferecendo atendimento, controle, prevenção e reabilitação de pacientes com hanseníase e dermatoses de interesse sanitário. Dessa maneira, aos que por ventura venham adquirir a doença, o tratamento especializado é uma garantia. Por isso, é importante a atenção ao modo como ocorre a transmissão e formas de manifestação da doença.
Como acontece a transmissão?
Por meio das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) de doentes que não estão em tratamento. Quando recuperado ou em tratamento regular, o paciente deixa de transmitir a doença. Dentre as pessoas que entram em contato com os bacilos, somente 5% adoecem. Entretanto, o período de incubação da doença (tempo entre o contágio e o surgimento dos sintomas) é longo, podendo variar de três a cinco anos.
É importante ressaltar que o contato com a pele ou objetos não transmite a doença.
Quais são os sintomas?
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da hanseníase são:
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio; ao tato e à dor, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;
- Áreas do corpo com diminuição dos pelos e do suor;
- Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas;
- Inchaço em mãos e pés;
- Diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés;
- Lesões em pernas e pés;
- Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
- Febre, inchaço e dor nas articulações;
- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
- Ressecamento nos olhos.
E o tratamento, como é feito?
Primeiramente, é importante destacar que hanseníase tem cura. Assim, o quanto antes ocorrer o diagnóstico, mais fácil e rápido será o processo de cura.
O tratamento, denominado poliquimioterapia, é feito nas unidades de saúde de forma gratuita e é realizado por via oral. A medicação consiste na associação padronizada de dois ou três medicamentos (antibióticos), que devem ser tomados diariamente. A primeira dose mensal administrada ao paciente é supervisionada pelo profissional de saúde e as demais são auto administradas.
Ao fim da poliquimioterapia, o paciente é considerado curado. Por outro lado, somente a medicação não é capaz de restaurar os danos nos nervos periféricos. Por isso, a orientação é que, assim que perceber o aparecimento de qualquer um dos sintomas da doença ou quando diagnosticado um caso de hanseníase na família, é fundamental que o doente busque uma Unidade Básica de Saúde para o diagnóstico e começo do tratamento adequado. Com o início do tratamento, o paciente deixa imediatamente de transmitir a doença.
Prevenção: o melhor remédio
De acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico realizado precocemente, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada com pacientes acometidos por hanseníase, são as principais formas de prevenção.
Com informações do Ministério da Saúde