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Abril Azul: autismo
Conheça detalhes sobre o autismo e como o tratamento é realizado no Hospital de Clínicas da UFU
O terapeuta ocupacional Daniel Carleto durante atividade no HC-UFU - Foto: Arquivo pessoal
O Abril Azul é dedicado a falar, debater e conscientizar a sociedade sobre direitos das pessoas autistas, acesso ao diagnóstico e tratamento, sobretudo sobre o respeito as diferenças. No âmbito do SUS é possível acessar serviços de saúde destinados a crianças e adultos com TEA, desde a atenção básica até atendimentos ambulatoriais mais complexos, como é o caso do Ambulatório de Neurologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HC-UFU/Ebserh).
De acordo com a neuropediatra, Nívea Macedo muitas vezes o diagnóstico da pessoa com TEA acontece tardiamente, por conta da própria dificuldade das famílias e de alguns profissionais de saúde em identificar os sinais característicos deste transtorno, “às vezes a família fica muito atenta a parte motora, preocupada se/ou quando a criança vai andar, porém é muito importante prestar atenção a outros sinais, como por exemplo se a criança sorri, por volta dos 2 ou 3 meses de vida. Quando o bebê mama é importante notar se ele olha para mãe, se ele sorri para mãe ou para outras pessoas fazendo um gesto de devolver o sorriso, o nós chamamos de sorriso social. Portanto, sinais muito sutis de que esse bebê interage com as pessoas ao seu redor”, orientou.
Sendo um transtorno, o TEA não se apresenta da mesma forma para todos os indivíduos, neste sentido, Nívea alerta para a necessidade do acompanhamento individualizado e multidisciplinar, abrangendo outros profissionais de saúde. “No acompanhamento médico é para diagnosticar, orientar, encaminhar para esse tratamento mais abrangente, só há casos de uso de medicação quando há comorbidades, como transtorno de humor, epilepsia, transtorno opositor desafiador e outras questões associadas ao TEA”, afirmou.
Para Daniel Carleto, terapeuta ocupacional do HC-UFU/Ebserh, este acompanhamento é “fundamental para promover o bem-estar e a autonomia das pessoas com TEA, por meio de intervenções específicas e auxilia no desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida diária”, afirmou. Neste sentido, a Terapia Ocupacional, dentre outros aspectos, atua auxiliando o paciente com adaptação do ambiente; desenvolvimento de habilidades sensoriais e motoras; fornecimento de estratégias de autogestão; promoção da independência. “Nosso maior foco é ajudar na dificuldade de regular, modular, coordenar e/ou organizar as sensações de forma adequada, criando a capacidade das pessoas processarem, organizarem e interpretarem sensações, respondendo de maneira apropriada ao ambiente”, finalizou Daniel.
Conscientização
De uma forma geral, de acordo com Nívea Macedo, a sociedade está compreendendo melhor sobre as condições das pessoas com TEA, sobretudo na assistência à saúde e no acompanhamento educacional, pois são os setores que mais se prepararam ao longo de anos para acolher, cuidar e ajudar no desenvolvimento de competências dessas pessoas. Para ela, o debate deve avançar para outros setores, como no setor produtivo, “é importante compreender que a pessoa com TEA possa ser inserida na vida produtiva de sua comunidade, é preciso que os empresários compreendam e oportunizem que essas pessoas participem da vida produtiva. Na parte educacional e na parte da saúde houve muito avanço através de estudos, de trocas, mas precisamos dar mais este passo, pois não basta a assistência à saúde e a educação, as pessoas com TEA podem também ter uma vida produtiva”, defendeu.
O serviço no Ambulatório de Neurologia Pediátrica
O ambulatório do HC-UFU/Ebserh atende crianças e adolescentes. O serviço faz parte da rede de serviços de atendimento para pessoas com TEA em Uberlândia. A entrada acontece através de encaminhamento da secretaria de saúde do município. Em Uberlândia há outros centros que promovem a assistência especializada as pessoas com TEA, no ambulatório do HC-UFU se concentram os casos de pacientes que apresentam comorbidades e necessitam de acompanhamento a longo prazo.
Rede Ebserh
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.