2º Simpósio de Luta contra a Aids reúne estudantes e profissionais no HC-UFTM

No dia 28 de novembro, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh) realizou a segunda edição do Simpósio de Luta contra a Aids. Organizado pela Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias (UDIP) e pelo Grupo Técnico de Trabalho (GTT) Aderir, o evento promoveu debates e apresentações científicas voltadas à conscientização sobre a Aids, com foco na prevenção e no enfrentamento do preconceito.

A fisioterapeuta Núbia Tomain Otoni, uma das organizadoras, destacou que o simpósio foi pensado para incentivar o esclarecimento e o diálogo sobre o tema. “Através do conhecimento, conseguimos estimular a prevenção e combater também o preconceito, que ainda existe muito em relação a esse tema e a esses pacientes.” Ela reforçou que o evento, realizado próximo ao Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro), foi planejado com cuidado para ser proveitoso e inspirador para os participantes.

Quênia Cristina Gonçalves da Silva, coordenadora do GTT Aderir, explicou que o grupo multiprofissional trabalha para promover a adesão ao tratamento e garantir o retorno de pacientes que, por algum motivo, interromperam a terapia. “Se o abandono do tratamento ocorrer, buscamos estratégias para que ele retome. Nosso trabalho é um esforço coletivo, que muitas vezes avança com passos pequenos, mas consistentes.” Quênia também enfatizou a importância das ações integradas com projetos de extensão, como visitas domiciliares e atividades com alunos, que fortalecem a qualidade assistencial e a segurança do paciente.

Representando a superintendência, Rodrigo Juliano Molina, gerente administrativo do HC-UFTM, destacou a relevância de manter o debate sobre HIV/Aids ativo durante todo o ano. “Infelizmente, esse assunto é lembrado apenas nessa época do ano, mas vivemos ele todos os dias na nossa enfermaria.” Ele ressaltou que o hospital acompanha atualmente 1.470 pacientes em terapia antirretroviral, com a meta de que pelo menos 90% deles alcancem a condição de indetectáveis. Além disso, o HC-UFTM oferece a profilaxia pré-exposição (PrEP) a cerca de 150 pessoas, mas enfrenta desafios para alcançar populações vulneráveis, como profissionais do sexo, devido a barreiras sociais e estruturais.

A reitora da UFTM, Marinalva Vieira Barbosa, parabenizou a iniciativa e reforçou a importância do evento para a universidade e a sociedade. “Falar sobre um tema carregado de preconceito não é um mero dizer. É uma construção de consciência, uma forma de mudar a realidade.” Ela sugeriu que o simpósio seja ampliado em futuras edições e propôs a criação de um projeto de arrecadação de recursos para fortalecer a iniciativa. “Comprometo-me a levar essa proposta às instâncias necessárias, pois este trabalho é fundamental.”

Sobre a Ebserh

O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Redação: Felipe Monteiro