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SEMANA DE ENFERMAGEM
"Romper bolhas para existir e o coexistir da Enfermagem” é tema da 34ª Semana de Enfermagem do campus Saúde
Na última sexta-feira, 10 de maio, foi realizada, no Hospital das Clínicas da UFMG, a abertura da 34ª Semana de Enfermagem do campus Saúde da UFMG. Com o tema "Romper bolhas para existir e o coexistir da Enfermagem", proposto nacionalmente pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), a programação inclui discussões sobre: o papel do enfermeiro navegador, comunicação não-violenta, inteligência artificial, desafios na qualidade assistencial e saúde mental. As inscrições podem ser realizadas neste link.
A mesa de abertura do evento foi composta pela pelo Superintendente do Hospital das Clínicas da UFMG, professor Alexandre Rodrigues Ferreira; a diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, professora Sônia Maria Soares; o Gerente de Atenção à Saúde, professor Vandack Alencar Nobre Júnior; a professora do Departamento Materno-Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem e membro da comissão organizadora, representando a EEUFMG, professora Kleyde Ventura; a Chefe da Divisão de Enfermagem do Hospital das Clínicas da UFMG, enfermeira Paula Cristina Vasconcelos e a presidente da comissão organizadora da 34ª Semana de Enfermagem do campus Saúde da UFMG, enfermeira Isadora Virgínia Leopoldino Cardoso.O evento de abertura contou com a presença de dezenas de profissionais de enfermagem do Hospital das Clínicas, estudantes e docentes da Escola de Enfermagem
A diretora Sônia Soares destacou a importância da formação, da valorização da profissão e sobre a Inteligência Artificial (IA). “Nós, enquanto profissionais da área da saúde, jamais teremos todas as tecnologias que substituirão 100% do nosso fazer, que vão nos aproximar daquilo que é essência do ser humano, a necessidade de sermos cuidados, de nos dedicarmos cotidianamente para a melhoria da qualidade de vida com as pessoas”.
O professor Alexandre enfatizou a importância dos professores e estudantes da Escola de Enfermagem. “Uma das nossas missões é formar pessoas e essa instituição contribui de forma significativa, sendo uma das referências”. Além disso, ele falou sobre a importância da Semana de Enfermagem, agradeceu a atual gestão do Núcleo de Liderança da Divisão de Enfermagem do HC-UFMG/Ebserh e desejou sucesso para a chapa eleita recentemente.
A enfermeira da Educação Permanente do HC-UFMG, Isadora Cardoso, destacou que o tema da Semana de Enfermagem provoca a refletir sobre as limitações históricas, culturais e sociais que precisam superar. “Vivemos em um mundo em constante transformação e com muitas inovações tecnológicas, com novas áreas e espaços de atuação surgindo a todo momento. Dessa forma, na programação pensada para esse ano vamos falar sobre esses espaços que estão surgindo e que pretendemos ocupar. Por outro lado, não podíamos deixar de falar sobre as tecnologias leves (comunicação, acolhimento, vínculo e escuta), Habilidades estas que nunca serão substituídas pelas máquinas e fazem parte da essência da nossa profissão”.
A professora Kleyde Ventura reforçou a importância de colocar no plano institucional do Hospital das Clínicas, como prioridade, a formação stricto sensu dos enfermeiros. “As enfermeiras e os enfermeiros do HC precisam ter mestrado e doutorado, produzir ciência, eles trabalham muito, sabem muito de processo de cuidado e isso tudo precisa ser disponibilizado para a sociedade belorizontina, mineira e brasileira. É um trabalho contínuo que precisa ser feito entre o Hospital das Clínicas, a Escola de Enfermagem e a diretoria”, pontuou.
Enfermeiro Navegador
O enfermeiro da Oncoclínicas e egresso da Escola de Enfermagem da UFMG, Tierre Cruz, ministrou a palestra de abertura sobre a história e o papel do Enfermeiro Navegador que, segundo ele, é o acompanhamento contínuo do paciente para eliminar todas as barreiras que possam surgir durante o percurso do tratamento. “Antes, acreditava-se que o que atrapalhava os pacientes a terem acesso ao tratamento eram a demora e prazos do próprio sistema de saúde. Já em 2000, após os primeiros resultados após a implementação do programa de navegação, identificou-se que existiam várias barreiras que retardava esse acesso, isso tanto na saúde pública, quanto na saúde suplementar. O foco da atuação da navegação do paciente então, se tornou em reconhecer as barreiras de forma individual e identificar estratégias para eliminá-las”, enfatizou.
Com o primeiro modelo de Enfermagem de Navegação surgindo em 2001, no Canadá, ele afirma que desde então os resultados vem se mostrando positivos e benéficos. Com o enfermeiro presente em todas as etapas, desde a prevenção e triagem, diagnóstico, tratamento, sobrevivência e até nos cuidados de fim de vida, os pacientes tendem a apresentar bons resultados em seus estados de risco, clínico, de funcionalidade, bem como melhoras na qualidade de vida, satisfação e uma menor taxa de morte.
Tierre também comentou a respeito das diferentes formas de atuações de navegadores sendo clínicos ou não clínicos, suas vantagens e desvantagens e como cada um opera, existindo: navegadores voluntários, que apesar de não apresentarem custo podem acabar não fazendo um acompanhamento durante todo tratamento; navegadores certificados, pacientes sobreviventes e assistentes sociais, que oferecem baixo ou menor custo, no entanto possuem limitações em informações clínicas e enfermeiros navegadores que apesar de apresentarem um maior custo, possuem além do conhecimento científico e analítico para uma avaliação integral do paciente, adequam da melhor forma ao perfil da navegação, atuando diretamente na coordenação do cuidado, liderança, comunicação, educação em saúde e nas orientações e informações.
Prezando o foco no paciente, o enfermeiro descreve a navegação no geral com os princípios que moldam a navegação, sendo eles: assistência centrada no paciente e não na doença, integrar um sistema fragmentado a um paciente específico, eliminar barreiras à assistência em tempo adequado, distinguir seu papel aos demais envolvidos na assistência do paciente, definir onde começa e onde termina a navegação, competências necessárias para atender as necessidades do paciente e instituição, coordenação e ser custo efetiva.
No que diz respeito à nova área dentro da enfermagem, Tierre ressaltou que “há muito trabalho à ser feito, mas que já estamos caminhando bem, aplicando, desenvolvendo, adequando e ampliando o programa de navegação para outras áreas além da oncologia e que bons resultados já estão e continuarão sendo apresentados, desde que seja mantida a organização e o planejamento adequado durante sua implementação.
Tierre explicou que as barreiras dos pacientes são: socioeconômicas, logísticas, linguísticas, emocionais, culturais e o próprio sistema de saúde, sendo que para essas situações o enfermeiro navegador é o profissional responsável por acompanhar e auxiliar o paciente, para que juntos possam superar todas as adversidades e alcançar um melhor cuidado frente aos processos de saúde.
Redação: Rosânia Felipe
Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG