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DEZEMBRO VERMELHO
Profissionais da Rede Ebserh alertam para prevenção e mostram avanços no combate às infecções sexualmente transmissíveis
Belo Horizonte (MG) - Este é o Dezembro Vermelho, dedicado à mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, contra a Aids e contra outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com campanhas em todo o Brasil. Profissionais de hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) unem-se a estes esforços e explicam as medidas de prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas, além dos avanços registrados no Sistema Único de Saúde (SUS) nesta área e da necessidade de combater o preconceito e a desinformação.
Julius Monteiro, médico infectologista da unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), disse que o papel de vanguarda do Brasil no combate a estas doenças começou na década de 80 e culmina com o programa nacional de distribuição universal e gratuita de antirretrovirais no SUS, passando por vários avanços.
Avanços no cuidado
Ele citou, por exemplo, a disponibilização de antirretrovirais mais seguros, a difusão de testagem rápida em todos os níveis de atenção do SUS, as estratégias de prevenção combinadas às ISTs, a oferta de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), a incorporação de medicamentos cada vez mais fáceis de tomar, a ampliação e descentralização do cuidado da pessoa vivendo com HIV/Aids, os exames mais modernos para rastreamento de doenças oportunistas.
O especialista destacou também as leis que garantem o sigilo das informações de saúde desses pacientes e a incorporação da verdade científica I=I. Isso quer dizer que a pessoa, uma vez indetectável e em uso regular do medicamento e acompanhamento médico regular, não transmite o vírus pela via sexual.
“Isso garante uma importante conquista no diagnóstico, no tratamento e na vida das pessoas. O que ainda tem nos desafiado é o preconceito e o estigma. Esses, sim, precisam ser mais combatidos com informação de qualidade, empatia e amor”, concluiu o médico, que é referência em genotipagem para HIV da Rede Nacional de Genotipagem do Ministério da Saúde.
Segundo ele, o HUJBB oferece atendimento ambulatorial especializado, internação clínica e cirúrgica a pacientes referenciados ao hospital, e conta com a unidade de pronto-atendimento em meningites, que atende pacientes referenciados da rede de urgência ou serviços de assistência à pessoa vivendo com HIV/Aids, além de formação de pessoal especializado. “Realizamos treinamento de profissionais de saúde em nível de graduação e pós-graduação stricto e lato sensu, bem como profissionais da rede assistencial”, disse.
Mandala de prevenção combinada
O infectologista Matheus Westin, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG/Ebserh), disse que os avanços da ciência nesta área permitiram chegar, hoje, a uma estratégia de prevenção combinada. “Tratamento como prevenção, testagem e tratamento de ISTs, uso de preservativos masculino e feminino, gel lubrificante e as intervenções biomédicas PREP e PEP é que compõem a mandala da prevenção combinada. Essas são as diversas estratégias que a gente tem hoje de prevenção do HIV”, resumiu.
Segundo ele, o HC-UFMG é pioneiro neste tratamento a pessoas vivendo com HIV e Aids, com um serviço referenciado. Hoje a fila para atendimento está praticamente zerada. “Consultei recentemente e havia dez pessoas na fila, com um tempo de espera pequeno. Isso está praticamente zerado, no esforço do município como um todo, não apenas do nosso ambulatório do HU, que é em cogestão com a prefeitura”, disse.
Grito contra o preconceito
A enfermeira Teresa Gomes, coordenadora do Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), ressalta a importância do debate aberto pelo Dezembro Vermelho. “É uma data que, historicamente, é marcada como uma campanha global para combater o preconceito e a desinformação”, disse, lembrando que essa desinformação se combate com ciência e informação de qualidade.
Segundo ela, um ponto importante nesta luta é saber a diferença entre HIV e Aids. “Nem todas as pessoas com HIV têm Aids. Hoje em dia a gente fala ‘pessoas vivendo com HIV’. Elas não estão doentes porque estão fazendo um tratamento que é muito eficaz e não desenvolverão a Aids. Hoje, quem desenvolve a doença é porque tem um diagnóstico tardio ou por interrupção do tratamento”, disse Teresa Gomes, ressaltando a importância, neste quadro, da testagem regular.
A enfermeira, que atua há dez anos no ambulatório do Hucam, afirmou que o Hucam tem uma linha de cuidado que vai desde o ambulatório até a internação hospitalar, passando pelo Hospital-Dia. “Nós temos um ambulatório com atendimento de pacientes que vivem com HIV, mas também atendemos várias outras doenças infecciosas”, disse a coordenadora do ambulatório, citando também a farmácia-escola no hospital, que oferece consultas de assistência farmacêutica e um serviço de dispensação exclusivo para estes pacientes.
Para os profissionais da Rede Ebserh, portanto, os hospitais universitários, inseridos no SUS, têm toda a linha de cuidado para as pessoas que precisam de diagnóstico, testagem, tratamento e acompanhamento, oferecendo estes avanços na ciência que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, ao mesmo tempo, combater o estigma e o preconceito. O que é preciso é combater a informação de má qualidade e lutar diariamente para que as pessoas sigam tendo acesso aos serviços.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Sinval Paulino, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social
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Conheça a prevenção combinada para prevenção ao HIV, IST e hepatites virais
A prevenção combinada é uma estratégia de ação que associa diferentes métodos de prevenção ao HIV, ressaltando a importância da prevenção das infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais tanto para a prevenção do HIV quanto para a saúde integral das pessoal. Médicos da rede Ebserh, integrados com as estratégias do Ministério da Saúde e do Sistema Único de Saúde, explicaram que se trata da mandala de prevenção combinada, que vem sendo usada pelos órgãos de saúde para este público.
Entre os métodos da mandala estão a testagem regular para o HIV, que é feita em todos os níveis, a prevenção de transmissão de mãe para filho quando a gestante é soropositiva, o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais, a imunização para as hepatites A e B, a redução de danos para usuários de álcool e outras drogas; a profilaxia pré-exposição (PrEP); a profilaxia pós-exposição (PEP); e o tratamento para todas as pessoas que já vivem com HIV.
INCLUIR ARTE DA MANDALA.
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