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ESPERANÇA
Muitas vidas em um “SIM”
Brasília (DF) – Um único doador de órgãos pode salvar ou melhorar a vida de até oito pessoas diretamente, além de beneficiar várias outras com a doação de tecidos. O tempo entre captação, armazenamento e transplante, porém, é decisivo. Cada órgão possui uma "vida útil" fora do corpo, e o sucesso do transplante depende do tempo da sua preservação, garantindo a viabilidade do órgão sem comprometer a sua função e a saúde do paciente receptor.
É o caso das córneas. Segundo o cirurgião oftalmológico do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), Araken Britto, o tempo entre o óbito e a captação é um fator importante. “Se o corpo não está refrigerado, ela (a captação) deve ocorrer em no máximo 6h”, explicou o médico. Tudo isso para garantir a viabilidade do procedimento.
Além disso, há ainda a recusa familiar diante da possibilidade de doar os órgãos. “O nosso maior motivo de recusa é a questão da integridade do corpo, muito associada à questão religiosa, ou seja, não vou tirar nada porque eu vou devolvê-lo para Deus do jeito que Ele me deu”, completou o profissional.
O Huol é o único serviço público do Rio Grande do Norte habilitado para realizar transplante de córnea. Atualmente, 606 pessoas estão na lista para o procedimento no estado, uma média de dois anos e meio de espera. Em 2024, a instituição já realizou 73 cirurgias.
Tabu
A campanha do Setembro Verde busca sensibilizar a população sobre a relevância de ser um doador, esclarecer dúvidas, combater mitos e incentivar as famílias a conversarem sobre o tema. No entanto, ainda existem muitos preconceitos em torno da doação de órgãos.
Para tanto, convidamos o hematologista e chefe do Serviço de Medula Óssea do Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes-UFBA), Alessandro Almeida, para esclarecer tabus acerca da doação de medula óssea. O hospital é a única unidade de saúde da rede SUS ativa para a realização deste procedimento em adultos na Bahia, além de ser referência para tratamento de estados vizinhos.
Em agosto, a instituição celebrou a marca de 500 vidas renovadas com o transplante, realizado na unidade desde 2010. Na ocasião, foi realizado o Simpósio de Transplante de Medula Óssea - SIMTMO 500, evento que reuniu especialistas de renome para discutir os avanços e desafios na área, além de celebrar as vidas transformadas por meio desse procedimento.
1 -A doação é perigosa e dolorosa: MITO.
“Existe duas formas de doar medula: na forma cirúrgica, o doador é levado ao centro cirúrgico onde, após sedação, são feitas punções no osso da bacia para coleta da medula óssea por aspiração. Já na máquina de aférese, o doador recebe durante alguns dias uma injeção que estimula a proliferação das células tronco e sua saída reversível da medula óssea para o sangue periférico. Há pequenos desconfortos em ambos os procedimentos, porém analgésicos simples podem ajudar”
2- Doar medula óssea afeta minha saúde: MITO.
“Não há nenhum prejuízo e a quantidade de células tronco doadas são rapidamente repostas pelo organismo em alguns dias”.
3- A compatibilidade fora do círculo familiar é rara: ELA É MAIS INCOMUM.
“Enquanto cada irmão de mesmo pai e mãe tem a chance de 25% de ser totalmente compatível, a chance de achar um doador não-aparentado é entre 1 a cada 100.000 doadores cadastrados. Contudo, cerca de 64% dos pacientes conseguem achar algum doador no banco”.
4- Posso doar medula óssea mais de uma vez? PODE SIM.
“Cada doador pode ser convocado para repetir a doação para o mesmo paciente ou para outro paciente”.
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Luna Normand, com revisão de Danielle Morais
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