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Julho Verde reforça importância do diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço
Os tumores de cabeça e pescoço são, atualmente, o nono tipo de câncer mais comum no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Boca, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares, cavidade nasal, seios paranasais, paratireoide e pele são as regiões que podem ser acometidas.
O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais, porém, um dos principais problemas é o diagnóstico tardio. Para alertar a população para a importância da prevenção, foi criada a campanha Julho Verde, alusiva ao Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado na próxima terça-feira (27).
Em entrevista, o médico Henrique Rezende Cançado, cirurgião de cabeça e pescoço e membro do Serviço de Cirurgia e Pescoço do HC-UFMG/Ebserh, explica mais sobre a doença, sintomas, tratamento e formas de prevenção. Confira:
1- Quando se fala em câncer de cabeça e pescoço, estamos falando de tumores em quais localidades? Quais os tipos de câncer mais comuns?
Quando se fala de câncer de cabeça e pescoço, englobamos um grupo de tumores localizados na boca, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares, cavidade nasal, seios paranasais, paratireoide e pele desta região. Os tipos de câncer mais comuns da região são os tumores de boca, laringe, tireoide e pele.
2- É verdade que o câncer de cabeça e pescoço não apresenta dores imediatas? Quais são os principais sintomas?
No caso de algumas neoplasias em fases iniciais, as lesões podem não se manifestar por dor. Porém, existem outros sintomas que vão auxiliar no diagnóstico precoce, dentre eles podemos citar a queixa de nódulo no pescoço, feridas na boca, alteração persistente da voz (rouquidão), sensação de incômodo na garganta, sangramento ou obstrução nasal.
3- Trata-se de um grupo de tumores de difícil diagnóstico? Como é o rastreio da doença?
Existem situações em que o diagnóstico pode ser complexo, uma vez que as lesões podem não estar evidentes ao exame físico do paciente. Porém, existem também outros casos nos quais o diagnóstico não é difícil e pode ser feito em uma consulta de rotina. O rastreio é realizado principalmente em pacientes que têm o fator de risco da doença. Nesse caso, o médico deve realizar o exame físico completo, tendo bastante atenção ao exame à boca, faringe e região cervical. Além disso, exames complementares como a fibronasolaringoscopia podem ser utilizados para auxiliar o médico assistente.
4- Quais os principais fatores de risco?
Os principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço são tabagismo, etilismo, infecção pelo vírus HPV e exposição solar excessiva.
5- Em geral, como é o tratamento?
O tratamento normalmente é feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, que podem ser utilizadas de forma isolada ou combinadas. Além do cirurgião de cabeça e pescoço, radioterapeuta e oncologista, outros profissionais também participam do cuidado, uma vez que são pacientes de alta complexidade. Trabalhamos com uma equipe multidisciplinar, na qual participam a endocrinologia, medicina nuclear, enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, odontologia e o serviço social.
6- Como prevenir o câncer de cabeça e pescoço?
A estratégia de prevenção é baseada na eliminação dos fatores de risco. Isso inclui evitar o consumo de bebidas alcóolicas e tabaco, vacinação contra o HPV, prática de sexo seguro e uso de protetor solar.
7- Como é atendimento de casos suspeitos de câncer de cabeça e pescoço no HC-UFMG?
Os pacientes com diagnóstico confirmado de câncer de cabeça e pescoço e casos suspeitos são atendidos em nosso ambulatório no Hospital das Clínicas, localizado no anexo Instituto Jenny de Andrade Faria. Atendemos em torno de 40 pacientes por semana e contamos com uma equipe composta por três cirurgiões de cabeça e pescoço. Para ser atendido, o cidadão deve ser encaminhado pela Central de Marcação da Secretaria Municipal de Saúde. O primeiro passo é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa.
Redação: Luna Normand (Jornalista do HC-UFMG/Ebserh)