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Endometriose é tema da campanha Março Amarelo
Estima-se que, em todo o mundo, a endometriose afete cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil. Trata-se de uma doença comum e benigna, que acontece quando o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Para conscientizar a população da importância do diagnóstico para controle dos sintomas, a campanha Março Amarelo amplia o debate sobre o tema.
“Dor não é normal”, afirma a ginecologista Márcia Mendonça, coordenadora da equipe multidisciplinar de endometriose do Hospital das Clínicas da UFMG. Um dos sintomas mais comuns da endometriose, a dor que compromete a qualidade de vida da mulher é um dos primeiros sinais de que algo não vai bem. Além disso, dificuldade para engravidar também pode acontecer em pessoas com endometriose. “A doença também pode se apresentar sintomas como alterações intestinais, dor para evacuar e durante ou após as relações sexuais”, explicou.
De acordo com estudos, quando se faz o diagnóstico da endometriose, estima-se que a doença já esteja se manifestando há 3 até 12 anos. “Até 20% das mulheres podem ser assintomáticas. O que atrasa o diagnóstico é a normalização da dor, que muitas vezes é confundida com constipação intestinal, alterações musculares e infecciosas”, alerta Márcia.
Diante da suspeita, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem. O tratamento é cirúrgico, com retirada de lesões ou de todo o útero - quando não há intenção de engravidar; ou medicamentoso, com uso de hormônios para cessação da menstruação e controle dos sintomas. “O mais importante é a individualização do tratamento, levando em conta a idade do paciente e o desejo ou não de engravidar”, enfatiza a médica.
O Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh funciona no Instituto Jenny de Andrade Faria e atende casos de endometriose. Para atendimento, o primeiro passo é o agendamento de uma consulta e uma Unidade Básica de Saúde.
Redação: Luna Normand (Jornalista do HC-UFMG/Ebserh)