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CH-UFRJ
Um cafezinho com novatos do Complexo Hospitalar da UFRJ
Felipe, Mayara e Fernanda
Rio de Janeiro (RJ) – Os novos contratados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para atuar no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CH-UFRJ) têm uma característica em comum: nenhum deles fez a opção pela universidade, já que a autarquia ainda não tinha pactuado a adesão à Ebserh na época do concurso, realizado pela estatal em 2023. Todos foram chamados pela lista regional Sudeste.
Muitos vieram de outras cidades ou estados com muita coragem e abertura para essa mudança de vida. É um processo que traz apreensão, frio na barriga e alegrias também.
Nessa reportagem, conversamos com alguns dos novos contratados da Ebserh e com funcionários mais antigos sobre a adaptação e a recepção dos novos colegas. O Complexo Hospitalar da UFRJ engloba o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a Maternidade Escola e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG).
Grandes mudanças
Mayara Sales Pinho foi o primeiro cadastro da Ebserh no Complexo Hospitalar da UFRJ. É a “01”, como os colegas costumam brincar com ela. Graduada em Ciências Contábeis, está lotada na Unidade de Administração de Pessoal (UAP) no cargo de Técnico administrativo/Contabilidade no HUCFF. Ela é natural do Ceará, morava em Brasília e fez o concurso para o Hospital Universitário de Uberlândia (MG). Isso porque morou um tempinho lá e gostou da atmosfera calma da cidade. Só que o destino mudou tudo e o e-mail de convocação foi para assumir no Rio de Janeiro.
A princípio, Mayara ficou receosa de se mudar de Brasília para o Rio, já que seu desejo era viver numa cidade mais tranquila.
“Passei uma semana para decidir. A meu ver, o Rio de Janeiro era uma cidade muito perigosa, tinha muito medo. Pensei em não aceitar, até pelo custo de vida” – diz, relembrando o conflito interno.
Mayara acabou vindo primeiro sozinha para resolver a mudança. Depois, o marido, Arthur, pediu demissão do emprego em Brasília e se mudou trazendo o cachorrinho da família, o Tico. Mas ainda havia mais um lance de sorte para acontecer: O marido foi convocado para o concurso nacional que ele fez para a Petrobras como Engenheiro Mecânico. E com lotação para o Rio de Janeiro.
“Deus pegou minha vida, sacudiu e disse: toma tá tudo feito, você só tem que querer ir” – comenta Mayara.
As boas coincidências não param aí. Na fase de apresentação da documentação no Hospital da UFRJ, Mayara se hospedou no mesmo local onde estavam funcionários da Ebserh vindos de Brasília para realizar contratações e dar treinamento aos novatos. Se era por falta de sinais, não havia mais dúvidas. Era pra ser.
“Fui acolhida pelo pessoal do Hospital. Acho que ficou claro que nosso trabalho não vai chocar nem atrapalhar quem é contratado pelo regime jurídico dos servidores. A recepção do pessoal da UFRJ foi boa, não tive problema nenhum” – afirma.
Se antes havia muito medo, aos poucos, Mayara começou a simpatizar com a cidade.
“Acho que o Rio é o lugar mais lindo que eu já vi. Todo sábado eu seleciono um local para conhecer. Já fui à praia, já tomei o mate”- diz Mayara, se ambientando ao novo lar.
Realizando sonhos
O colega Felipe Machado também ficou em dúvida em aceitar. Enfermeiro com especialização em Gestão Hospitalar e pós-graduação em Vigilância Sanitária, ele foi contratado no dia 26 de junho, na primeira chamada para UFRJ, e foi lotado no mesmo setor de Mayara, na UAP do HUCFF. Originalmente, tinha feito o concurso para o HU de Juiz de Fora (MG).
“A maioria das notícias que a gente recebe do Rio é só de crime e coisas assim” – diz Felipe, que contou com a ajuda da mãe nesse período de mudança. “Assim que me mudei, eu deixava ligado o rastreamento de localização com minha mãe com medo de acontecer alguma coisa. O Rio é muito lindo, mas tem esse problema”.
Foi o primeiro concurso de Felipe, que desde que se formou trabalhou 12 anos numa mesma empresa como enfermeiro em interface com a área de administração de pessoas.
Hoje, ele mora no bairro da Ilha do Governador, bem próximo à Ilha do Fundão, onde se localiza o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, e conseguiu realizar um sonho de criança de sua mãe Ângela Prudencini: andar de helicóptero pelo Rio de Janeiro. No final de semana antes dela retornar para Juiz de Fora, Felipe a levou para fazer o passeio. “Foi emocionante, muito lindo mesmo. Ela até chorou, tadinha”.
Felipe também se sentiu bem recebido pelos colegas da UFRJ e sua maior expectativa é ver o hospital restaurado em todas suas capacidades. “Percebo que todo hospital que a Ebserh administra fica com outra cara. Espero ver essa diferença no HUFCC para melhorar o atendimento para a população” – diz com otimismo.
De Niterói para a Maternidade Escola, em Laranjeiras
Para Fernanda Larrúbia, a mudança não foi tão grande. É natural de São Fidélis, mora em Niterói há 20 anos e fez a prova para o Hospital da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, bem pertinho de sua casa. Ao ser convocada para a vaga no Rio de Janeiro, chegou a ficar na dúvida por conta da distância, mas resolveu assumir. Contratada no dia 18 de julho, ficou um período de treinamento no Setor de Pagamentos no HUCFF, antes de ser movimentada para a Maternidade Escola, em Laranjeiras, que também faz parte do Complexo Hospitalar da UFRJ administrado pela Ebserh.
Fernanda ocupa o cargo de técnica administrativa/Contabilidade. Com mestrado e doutorado em Ciência Contábeis, ela também coordena o curso de Contábeis do CEDERJ/UFRJ no polo de São Gonçalo e dá aula aos sábados na pós-graduação da UFF no curso de Auditoria e Gestão Empresarial.
“Nosso setor é aquele que as pessoas amam ou odeiam. Quando dá problema, todo mundo fica triste, mas a gente sempre se empenha para resolver rápido” – diz, bem-humorada, sobre o setor de pagamentos. Nesse período no HUCFF, Fernanda aprendeu rotinas e procedimentos. “Fui muito bem acolhida, o clima é bom entre os novos da Ebserh e os mais antigos da UFRJ. E estou adorando trabalhar na maternidade”.
Reforço para análise de pesquisas no IPPMG
No IPPMG, Sandra Valéria foi mais do que bem recebida. Contratada no cargo de estatística, sua chegada foi comemorada pelos colegas por conta da contribuição que pode dar na análise de dados. Com graduação em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Estatística pela UFRJ, ela trabalhava na rede de ensino municipal de Quissamã como professora de matemática.
Coordenadoria de Comunicação Social – Ebserh