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NOVEMBRO ROXO
Método Canguru acelera desenvolvimento de recém-nascidos prematuro
Rio de Janeiro (RJ) – No mês voltado para sensibilização da prematuridade, o novembro roxo, destacamos a contribuição do Método Canguru para o desenvolvimento de bebês prematuros e para a facilitação do vínculo afetivo entre o recém-nascido e os pais. A Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME-UFRJ) implantou a enfermaria Canguru em 2000, ano em que o método foi estabelecido como uma política nacional de saúde no Brasil. A ME faz parte do Complexo Hospitalar da UFRJ, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Foram bençãos na minha vida, salvaram meus bebês”
O método Canguru foi fundamental na recuperação dos bebês de Larryssa Rayanne, 27 anos. Ela tem 3 filhos, todos nascidos na maternidade escola. O mais velho tem 4 anos e os gêmeos têm 1 aninho de vida. Com 35 semanas de gestação, foi identificada uma complicação no cordão umbilical de um dos gêmeos, que prejudicava a absorção de nutrientes e de oxigênio. A gestação teve que ser interrompida. Um dos bebês nasceu com hipoglicemia e precisou ir para a UTI neonatal. Logo depois, o outro bebê também desenvolveu hipoglicemia, por não fazer a sucção correta devido à prematuridade, e teve que ser encaminhado para a UTI neonatal.
“Esse foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Eu cheia de leite vendo meus filhos na UTI. Chorava muito e a enfermeira Marita veio me dar uma palavra de conforto. Toda equipe me ajudou demais, nunca vou esquecer. Foram bençãos na minha vida. Salvaram meus bebês”, lembra Larryssa, agradecida. Depois que ficaram mais estáveis, os bebês saíram da UTI e foram para enfermaria Canguru, até conseguirem mamar e ganhar peso.
“Ainda bem que participamos do Canguru, que possui enfermeiras e pediatras maravilhosas. Auxiliam em cada etapa, inclusive sobre a amamentação. Sempre fui muito bem assistida, sou muito grata a todos da equipe da maternidade escola. Parabenizo a todos por exercerem a profissão com tanto amor, vocês fazem a diferença na vida de todas nós”, vibra Larryssa.
Contato pele a pele ajuda no controle da temperatura
A posição canguru consiste em colocar o recém-nascido somente de fraldas em contato pele a pele, na posição vertical e em prona, junto ao peito da mãe ou do pai, daí o nome do Método. No entanto, ele não se restringe a isso. “O Método Canguru promove a participação dos pais e da família nos cuidados do bebê. Estimulamos o contato pele a pele, que promove a regulação da temperatura e o fortalecimento de vínculos afetivos do bebê com seus pais”, explica a coordenadora da UTI Neonatal e do alojamento conjunto da ME, Maura Rodrigues de Castilho.
“Há evidências científicas robustas dos benefícios, como redução do tempo de internação e o risco de infecção hospitalar, já que é a mãe quem faz mais o manejo do bebê. Há também aumento da taxa de aleitamento materno e melhora do neurodesenvolvimento da criança”, relata Maura.
As três etapas do método
A primeira etapa começa a se desenhar no pré-natal com a detecção da gestação de risco para o nascimento da criança. Antes mesmo do parto, a mãe e o pai são informados sobre o Método Canguru. Após o nascimento, o bebê terá o acompanhamento do Método na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) ou na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo).
“Mesmo com o bebê na incubadora, a mãe já pode tocá-lo. Quando esse bebê tiver mais estável, a gente já pode colocar na posição Canguru. Então, a mãe e o pai podem participar dos cuidados do bebê, trocando uma fralda, por exemplo. A mãe não é expectadora. Ela participa do cuidado do bebê e vai se sentindo mais segura”, esclarece a médica da rotina da UTI Neonatal e da Unidade Canguru, Vanessa Pitanga.
A segunda etapa é na própria enfermaria Canguru, quando o bebê atinge o peso mínimo de 1,250Kg e a mãe pode permanecer no hospital para realizar os cuidados de rotina do filho. A mãe é convidada a permanecer de forma contínua (24h) ao lado do filho, com acomodação tanto para o seu repouso quanto para sua permanência com o bebê em posição Canguru.
Sobre a Ebserh
A Maternidade Escola faz parte do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CH-UFRJ), administrado pela Ebserh desde junho de 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Claudia Holanda, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh