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VIVA BEM
Diabetes: cuidados começam com educação em saúde
Rio de Janeiro (RJ) - O Dia Mundial do Diabetes, celebrado no dia 14/11, visa aumentar a conscientização sobre a doença e as suas complicações, além de reforçar a importância da prevenção e do controle adequado. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima-se que, no Brasil, mais de 15 milhões de adultos vivam com diabetes, uma das doenças crônicas de crescimento mais rápido no mundo. O Complexo Hospitalar da UFRJ (CH-UFRJ/Ebserh) oferece atendimento especializado e em alusão à data realizará, no dia 26/11, ação educativa sobre o tema, com orientação aos pacientes, no ambulatório de atendimento às pessoas com diabetes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). A programação prevê, ainda, uma palestra educativa para os colaboradores.
Tópicos como diagnóstico, tratamento e prevenção do diabetes serão abordados. Além disso, estão previstas atividades educativas e distribuição de material informativo durante o evento. Bem como a medição de glicemia capilar e hemoglobina glicada, e a aplicação de um questionário para avaliação do escore de risco de desenvolvimento do diabetes.
A ação será coordenada pelas professoras Lenita Zajdenverg e Melanie Rodacki e, também, pela dra Joana Dantas do Serviço de Nutrologia do HUCFF. A professora Lenita Zajdenverg explica o objetivo do evento. “Vamos alertar e trazer informações sobre a importância de fazer o diagnóstico precoce, porque o diabetes é uma doença silenciosa . Além de reforçar a importância de se manter o tratamento". A campanha destaca formas de melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
O diabetes
O diabetes ocorre quando o corpo não consegue regular adequadamente os níveis de glicose (açúcar) no sangue devido a um problema na produção ou no uso da insulina. Esse hormônio é responsável por transportar a glicose para dentro das células, onde ela é utilizada como fonte de energia. Existem três tipos principais de diabetes e os sintomas podem variar, em intensidade e forma de manifestação.
A endocrinologista explica: "O diabetes tipo 2 é o mais frequente e está associado ao histórico familiar , obesidade e sedentarismo além da má alimentação. Acomete qualquer idade, mas aparece mais na vida adulta. O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina, resultando no aumento da glicose no sangue e sintomas, como boca seca, sede constante e vontade de urinar frequentemente", destaca Lenita, e acrescenta que as pessoas com diabetes tipo 1 têm necessidade, desde o início, de fazer uso de insulina. "Esse tipo também pode acometer qualquer idade e não está associado à obesidade ou estilo de vida".
Diabetes gestacional
O diabetes gestacional é um tipo de diabetes que ocorre durante a gravidez, sendo caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue. A condição é causada devido à resistência à insulina provocada pelos hormônios da gestação e ocorre, geralmente, após o segundo trimestre. "Sem o devido tratamento, pode trazer uma série de riscos à gestante e ao bebê, como morte súbita fetal, aumento de peso do feto e o desenvolvimento de diabetes tipo 2 após a gestação. Gestantes que têm o suporte adequado conseguem seguir a gestação sem complicações".
A paciente Maria Eduarda precisa tomar uma série de cuidados até o nascimento do bebê e faz o seu acompanhamento na Maternidade Escola (ME) do Complexo Hospitalar da UFRJ (CH-UFRJ/Ebserh). "É muito bom porque aqui não tem custo e na rede privada os exames ficariam bem caros. Eu recebo orientação sobre a minha alimentação com nutricionista e nutrólogo, porque o bebê cresce e a tendência é a glicose aumentar", diz ela.
Diagnóstico
O diagnóstico do diabetes é feito com base nos níveis de glicose no sangue, que devem ser dosados anualmente, especialmente em indivíduos com fatores de risco como histórico familiar, obesidade, pressão alta ou sedentarismo. Os exames mais comuns são glicemia de jejum, hemoglobina glicada (A1c), teste de tolerância à glicose oral (TTGO) ou glicemia aleatória.
“O diabetes mellitus deve ser pesquisado em todos os indivíduos com mais de 35 anos e em todas as gestantes, mesmo na ausência de sintomas”, explica Lenita e acrescenta que, indivíduos mais jovens devem, também, ser investigados. “Caso tenham fatores de risco ou sintomas como fome e sede excessiva aumento do volume urinário e emagrecimento”.
O tratamento envolve uma combinação de cuidados médicos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos. A tecnologia também é forte aliada no manejo do diabetes. "Hoje temos equipamentos que medem os níveis de glicose, através de um pequeno sensor aplicado sob a pele. Essa medição é feita de forma contínua, e o paciente tem um panorama abrangente e em tempo real dos seus níveis de açúcar durante o dia", explica Lenita.
Planejamento alimentar
Para além dos medicamentos, terapias não farmacológicas, como dieta e exercício, são pilares fundamentais no manejo do Diabetes Mellitus. Planejar uma alimentação é fundamental para o controle da glicemia e a manutenção de uma boa saúde. Isso envolve a escolha de nutrientes, como carboidratos e proteínas associados a fibras, a combinação correta de alimentos e o cuidado com o estilo de vida com a prática regular de exercícios físicos.
Serviço
No HUCFF, o Serviço de Nutrologia possui ambulatórios especializados em diabetes tipo 1 e tipo 2 com indicação de uso de insulina, além de ambulatórios especializados em diabetes atípicos - ligado às doenças raras - e diabetes associado à doença pancreática.
Na Maternidade Escola (ME) do Complexo Hospitalar da UFRJ (CH-UFRJ/Ebserh) o atendimento às gestantes com diabetes acontece às terças e sextas-feiras.
O Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) do Complexo Hospitalar da UFRJ (CH-UFRJ/Ebserh) possui ambulatório especializado em diabetes mellitus tipo 1. No Brasil, há cerca de 600 mil pessoas com esse tipo de diabetes.
Sobre a Ebserh
O CH-UFRJ faz parte da Rede Ebserh desde o início de 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.