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25 DE NOVEMBRO
A transfusão pode ser a diferença entre salvar e perder vidas
Brasília (DF) - Doar sangue é um ato de solidariedade voluntário e altruísta. No dia nacional do doador de sangue, 25 de novembro, trazemos relatos de doadores e de pessoas que precisaram receber sangue em hospitais administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Muitas vezes, a transfusão é a principal terapia para salvar a vida de alguém. Lucenei Isaias, de 64 anos, passou por essa situação. Em tratamento no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ), ele foi diagnosticado com leucemia linfocítica crônica e iniciou o ciclo de quimioterapia. Só que após a primeira sessão, ele desenvolveu uma anemia muito profunda, necessitando urgentemente de transfusão.
“Foi a doação que me trouxe de volta”
“Eu me sentia muito fraco mesmo. Cheguei a cair duas vezes dentro do box tomando banho. Outra vez, eu desci para resolver um probleminha no meu prédio, mas não consegui subir a escada em pé, de tão fraco que estava. Subi sentado os cinco andares”, lembra Lucinei, que precisou receber dez transfusões em dois meses.
Ele conseguiu doadores com a família, no condomínio onde trabalha como porteiro e na igreja que frequenta. Hoje em dia, já mais forte, Lucinei continua o tratamento de quimio. “Várias pessoas vieram doar, graças a Deus. Elas me salvaram mesmo, sabe? Estou sempre agradecendo às pessoas que eu conheço e peço para continuar a doação, não só por causa de mim, mas porque outras pessoas precisam também. Foi a doação que me trouxe de volta”, diz, agradecido.
Doadores fazem a diferença
O ideal é que o fluxo de doações aconteça durante todo ano. “Os bancos de sangue precisam muito, pois os estoques quase sempre estão aquém do necessário. Não precisa ter medo de doar, porque todo procedimento é feito com total segurança”, assegura o médico do hemonúcleo do HUCCF, Tiago Barros.
Como residente do Serviço de Hematologia no HUCFF, Karine Vicenzi, 34 anos, sabe bem a rotina de um banco de sangue e da necessidade das doações constantes. Ela costuma ter uma leve tontura quando doa sangue, mas breve mal-estar não se tornou empecilho. “Faz parte do nosso dia a dia vivenciar como a doação é fundamental para salvar vidas, então, procuro doar sempre que posso. As campanhas são importantes, mas tinha que haver um movimento mais amplo para doação, estimulando o hábito de doar sempre”, entende.
Dácio Almeida Santana é outro doador recorrente. Ele é fisioterapeuta do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA), também da Rede Ebserh. Sua primeira doação foi com o intuito de ajudar a mãe de uma amiga, mas depois passou a doar para ajudar os bancos de sangue dos hospitais públicos. E lá se vão 20 anos com esse hábito. “Eu sei que durante as principais épocas de festa, como Carnaval e São João, os estoques de sangue ficam muito baixos, devido às altas demandas, então, estou sempre doando. Já cheguei a doar a cada dois meses. Hoje em dia, faço a cada 3 meses”, relata.
Campanha antecede período de festas
O mês de novembro foi escolhido por preceder um período de estoques baixos, por conta da proximidade das férias, datas comemorativas de fim de ano, carnaval e outros períodos de feriados prolongados.
Para estimular a doação de sangue entre o público interno do Complexo Hospitalar da UFRJ, o hemonúcleo do HUCFF vai retomar, em parceria com a Unidade de Comunicação, a campanha “Sangue Bom, Coração Gigante”, com mensagem de tela em todos os computadores, envio de comunicados e publicações em vários formatos, abordando a importância da doação para salvar vidas.
O Hupes levou o Hemóvel nos dias 5 e 8 de novembro para as imediações do hospital. O Hemóvel é um ônibus da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), capaz de coletar 120 bolsas de sangue em uma jornada de oito horas. “Dos 213 candidatos, conseguimos 106 doações e 24 cadastros de medula óssea. Quando se facilita o acesso aos postos de coleta, as doações costumam aumentar”, analisa a enfermeira da Unidade de Hemoterapia e coordenadora da Comissão de Doação de Sangue do Hupes (Hemohupes), Darci Santos.
As ações continuam até o dia 30 de novembro com a campanha “Você é o tipo certo de alguém”, para sensibilização e mobilização da doação de sangue entre a comunidade hospitalar e população da região.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Claudia Holanda, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh