Notícias
DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL
HU-UFRR conta com programas de iniciação científica e tecnológica
Bolsista Iuri e a docente Fabiana durante a recepção no HU-UFRR em 2024
Boa Vista (RR) – Já ouviu falar em programa de iniciação científica ou tecnológica? Sabia que o Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (HU-UFRR), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), integra, desde 2024, os Programas de Iniciação Científica (PIC) e de Inovação Tecnológica (PIT)? E tem mais: o edital de 2025 já está sendo preparado, com o dobro de vagas!
Os programas são fruto da parceria entre a Ebserh e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), abrangendo os 45 hospitais universitários federais (HUFs) da Rede Ebserh. Em 2024, foram concedidas três bolsas PIC e duas PIT no HU-UFRR, beneficiando estudantes de graduação que desenvolvem projetos de pesquisa científica no Hospital. O processo é coordenado pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do Hospital.
Segundo a gerente de Ensino e Pesquisa, Ana Iara Costa Ferreira, “os programas de iniciação científica e tecnológica da Ebserh desempenham um papel essencial na formação acadêmica e profissional dos estudantes da UFRR. Essas iniciativas têm fortalecido a pesquisa aplicada à saúde, incentivado a inovação e contribuído significativamente para a qualificação dos futuros profissionais, impactando diretamente a qualidade da assistência e o avanço do conhecimento científico/tecnológico na região”. E compartilhou que, “para a edição de 2025, a expectativa é que o HU-UFRR/Ebserh ofereça o dobro de bolsas em relação ao número disponibilizado em 2024”.
As bolsas são direcionadas para alunos de diferentes áreas do conhecimento e não se restringem à área da saúde. O objetivo é fortalecer a metodologia científica na busca por soluções para desafios enfrentados no cotidiano dos hospitais universitários, contribuindo para a melhoria do cuidado e da assistência à saúde.
Em 2024, o terceiro ciclo do PIC concedeu 399 bolsas nos 45 HUFs da Rede Ebserh, sendo 222 destinadas à ampla concorrência e 177 a ações afirmativas. Já o segundo ciclo do PIT ofereceu 266 bolsas, sendo 133 para ampla concorrência e 133 para ações afirmativas.
Como funciona o processo seletivo
Os interessados devem acompanhar o edital no site do HU-UFRR. Após a seleção, os acadêmicos recebem orientações sobre as normas dos programas e o cronograma a ser seguido. Cada bolsista é vinculado a um projeto de pesquisa em andamento no Hospital. As bolsas têm duração de 12 meses e, em 2024, o valor mensal foi de R$ 700,00, com início em setembro. Além disso, os participantes devem apresentar relatórios semestrais e compartilhar os resultados na Mostra Acadêmica-Científica do Hospital, prevista para ocorrer nos próximos meses.
Tecnologia aplicada à saúde indígena
Um dos projetos em andamento é o “Desenvolvimento e implementação de um treinamento em plataformas digitais para a saúde indígena para profissionais de saúde do Hospital Universitário”. Liderado pelo bolsista do PIT, Iuri Rodrigues Nogueira, estudante do terceiro ano de Enfermagem, o projeto foca no uso de plataformas digitais para aprimorar a qualidade do atendimento e promover o respeito às diversidades culturais das populações indígenas.
“O objetivo é simples e, ao mesmo tempo, impactante: tornar os profissionais da saúde do HU aptos para utilizar plataformas digitais em saúde indígena por meio da criação e disponibilização de conteúdos práticos e teóricos. O desfecho que esperamos é a melhoria na qualidade do atendimento e no respeito às diversidades culturais”, explicou Iuri.
Orientado pela professora da UFRR, Fabiana Nakashima, o projeto já produziu conteúdos educativos em parceria com o Núcleo de Telessaúde da Universidade. “Esses materiais estão disponíveis on-line e incluem informações sobre os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami e Leste de Roraima, além de um Dicionário Digital em desenvolvimento, que visa facilitar a comunicação entre os profissionais e as comunidades indígenas”, apontou Fabiana.
Além disso, Iuri destacou que “ter a oportunidade de trabalhar com grupos sociais e étnicos tão culturalmente diversos me faz sentir lisonjeado por poder entender um pouquinho de cada vez, das coisas que envolvem o universo indígena. São pessoas que precisam de atenção diferenciada na mesma medida da diferença que os envolve”. E acrescentou que “Não tem como fazer isso sem se desarmar dos conceitos pré-fabricados que muitos de nós carrega no seu próprio aturá (cesta que os indígenas carregam nas costas). Por isso é justificado que entender das características que os cercam, mesmo num ambiente hospitalar, promove qualidade e respeito cultural”.
Impacto no atendimento e na formação profissional
Segundo Fabiana, “o Programa de Iniciação Tecnológica (PIT/Ebserh) desempenha um papel essencial no desenvolvimento acadêmico e profissional dos estudantes, ao mesmo tempo que fortalece o vínculo entre a universidade e a sociedade”. Para o segundo semestre, estão previstas capacitações presenciais e on-line para os profissionais do Hospital, com foco nos aspectos específicos da saúde indígena no contexto de Roraima.
Entre os principais benefícios esperados pelo projeto estão:
- Maior compreensão das práticas culturais indígenas pelos profissionais de saúde;
- Melhoria na comunicação e adesão aos tratamentos pelos pacientes;
- Tomada de decisões clínicas mais embasadas;
- Atualização contínua sobre o panorama epidemiológico das comunidades indígenas;
- Oportunidades de desenvolvimento acadêmico e profissional para estudantes e colaboradores do HU-UFRR.
Sobre a Ebserh
O HU-UFRR faz parte da Rede Ebserh desde 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh