Notícias
CONSCIENTIZAÇÃO
Julho amarelo: campanha alerta sobre os riscos das hepatites virais
Araguaína (TO) – As hepatites virais são inflamações provocadas por diversos vírus. No Brasil, os tipos mais prevalentes são A, B e C. Segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde, estima-se que 520 mil pessoas tenham hepatite C, mas ainda sem diagnóstico e tratamento. Por este motivo, o Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT) e que integra a Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e é referência no diagnóstico e tratamento das hepatites virais, abraça a campanha Julho Amarelo, que busca conscientizar a sociedade sobre cinco tipos de vírus que podem atingir o fígado, órgão responsável por diversas funções vitais, como metabolismo, armazenamento de nutrientes e desintoxicação.
Entre 2020 e 2022, o país registrou 750.651 diagnósticos de hepatites virais. Desse total, o maior percentual foi de hepatite C (39,8%), seguido de hepatite B (36,9%) e hepatite A (22,5%).A infecção pelo vírus C é também a de maior letalidade, concentrando 76,1% dos óbitos, seguido pela hepatite B (21,5%) e, muito abaixo, está a hepatite A (1,5%). “Menos comuns, mas, porém, presentes, são o vírus da hepatite D, mais frequentemente encontrado na região Norte do país, e o vírus da hepatite E, cuja incidência é menor no Brasil, sendo mais comum na África e na Ásia”, pontuou Bárbara Borba, médica gastroenterologista do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT).
Sinais de alerta
Os principais sinais das hepatites virais agudas são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, em intensidades que variam de leve a grave.
Muitas vezes, porém, nenhum sintoma é notado nos pacientes. “As hepatites B e C, particularmente, podem evoluir para formas crônicas e, em grande parte dos casos, são assintomáticas até os estágios avançados da doença. Ou seja, após a instalação de cirrose e suas complicações devastadoras, como o câncer do fígado. Por isso que o tratamento é importante”, afirmou Rosângela Teixeira, médica hepatologista da Rede Ebserh e consultora técnica em Hepatites para o Ministério da Saúde.
Tratamento no SUS
O diagnóstico e o tratamento das hepatites virais são assegurados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos são administrados por via oral, com prescrição especializada. Os diagnósticos são feitos por testes rápidos, sorológicos, e a infecção é confirmada por exames de biologia molecular. Fazer testes com frequência é fundamental para identificação precoce e intervenção eficaz. O SUS também garante vacinação desde a infância contra as hepatites A e B, essenciais na prevenção da cronificação da doença.
Erradicação
Para os próximos sete anos, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar 14 doenças, incluindo as hepatites virais. Em relação às hepatites B e C, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é diagnosticar 90% das pessoas com hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% novas infecções e em 65% a mortalidade.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Williany Bezerra
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh