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Hospital de Doenças Tropicais recebe peças em 3D confeccionadas por projeto de iniciação tecnológica
Araguaína (TO) - A impressão 3D ou tridimensional é um processo caracterizado pela criação de objetos físicos a partir de sua representação geométrica em um arquivo digital. Na área da saúde, os modelos tridimensionais têm sido utilizados na medicina regenerativa e na reprodução de peças anatômicas mais detalhadas. Nesta quarta-feira (6), o Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT) recebeu três modelos em 3D, fruto de um Projeto de Iniciação Tecnológica (PIT/Ebserh), para auxiliar na prática clínica.
Foram entregues um crânio, com maxilar e mandíbula, que irá auxiliar a assistência na Odontologia; um coração para a Cardiologia; e um encéfalo para a Neurologia. Cada especialidade irá usar a respectiva peça durante os seus atendimentos pelos próximos três meses. Ao final do período, será aplicado um questionário para o profissional de saúde avaliar a utilização do modelo na assistência ao paciente.
Intitulado “Peças anatômicas impressas em 3d utilizadas como ferramentas de educação e auxílio na prática clínica por profissionais da saúde”, o projeto é de autoria da professora da UFNT, Ediana Vasconcelos da Silva, e de alunos do curso de Medicina da Universidade. “No segundo semestre de 2022, alunos da Turma 8 do curso de Medicina da UFNT me procuraram com ideias para implementar projetos com a utilização de tecnologia na área da saúde, em especial no Hospital de Doenças Tropicais. Depois de muitas conversas e discussões, decidimos iniciar um projeto que utilizasse peças anatômicas impressas em 3D para facilitar a comunicação entre os profissionais da saúde e seus pacientes”, explicou.
A pesquisa possui quatro etapas, sendo esta, a de Avaliação da Efetividade da Utilização das Peças Anatômicas em 3D na Prática Clínica, a última delas. Até o momento, os resultados indicam que o uso dos modelos anatômicos impressos em 3D deve ajudar na comunicação entre pacientes e profissionais da saúde e contribuir para o entendimento do diagnóstico, do prognóstico e da evolução dos tratamentos de diferentes patologias. A previsão de conclusão do PIT é para março de 2024.
Para a chefe substituta do Setor de Pesquisa e Inovação Tecnológica do HDT-UFT, Regiane de Oliveira Alves, ações como essas são importantes porque estimulam a pesquisa e a inovação. “Elas servem como base para o desenvolvimento de novas práticas e tecnologias na área da saúde, impulsionando melhorias e avanços na área da saúde, refletindo diretamente na qualidade dos cuidados oferecidos aos pacientes”, afirmou.
Ainda segundo Regiane, as informações resultantes do trabalho poderão proporcionar uma visão ampla sobre a comunicação entre os profissionais da saúde e seus pacientes, oportunizando possibilidades quanto ao êxito na compreensão de seus diagnósticos e tratamentos.
Aluno do 3º período do curso de Medicina da UFNT e bolsista do PIT, Jailson Texeira Medeiros diz que tem sido muito gratificante essa conexão com o profissional de saúde proporcionada pelo projeto. “Ele visa isso, a interação entre o profissional de saúde e o paciente, para que ele possa entender melhor os procedimentos que serão executados”, destacou.
Custo-benefício
Um dos benefícios das peças anatômicas em 3D é o baixo custo. “Modelos anatômicos sintéticos são muito caros e isso, infelizmente, dificulta o acesso para os profissionais que atuam nas redes públicas de saúde. Nossas peças são de baixo custo e resistentes, podendo ser utilizadas por muito tempo na comunicação dos profissionais com os seus pacientes”, explicou a professora Ediana Vasconcelos da Silva, coordenadora do projeto. No total, foram gastos aproximadamente R$85 na confecção dos três modelos.
A equipe é composta por um fisioterapeuta e uma professora de anatomia humana, alunos de Medicina da UFNT, dois alunos bolsistas do Projeto de Iniciação Tecnológica, dois alunos bolsistas PIBIC, dois alunos bolsistas Alvorecer/UFNT, quatro alunos voluntários da UFNT e duas alunas voluntárias da UNITPAC.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Luna Normand, com revisão de Danielle Campos